segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Grito


Foi ao entardecer. Tentei silenciar o grito para que ninguém o ouvisse e o estrondo ecoou apenas dentro do que sobrava de mim, destroço humano aos pés da cama. Imaginei que a terra ouviria para sempre aquele gemido surdo e que os pássaros, em companhia do sol que se espreguiçava lentamente, partiriam incomodados para todos os destinos do mundo à procura do sossego desejado.


*esta imagem foi retirada do site httpvidroazulruc.blogspot.com

8 comentários:

  1. Os pássaros ouvem sempre os gemidos que sopram de dentro. E depois partem,voam livres...
    O seu regresso é quando tudo sossegar.

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  2. anónimo: E quando tudo sossega, partimos nós e somos pássaros mais completos ainda...

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  3. CL: Que bocado de texto ... que bocado mesmo!

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  4. Eu fiquei sem palavras agora...
    Será que o meu "eu" está a preterir alguma coisa?
    Penso que não... demasiado forte o que as suas palavras "reencarnaram"...

    Na vida nada deve ser "aprisionado" nem mesmo quando se quer muito, porque se não passamos a ser "prisioneiros" de nós próprios.
    E gritos mudos são os que ecoam mais...
    Bjs

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  5. Carlos, sempre directo e sucinto como eu gosto!
    Um grito de revolta?

    Mudei ;)

    Abraço

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  6. oásis: quem és tu? Porque dizes "mudei"?

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  7. Belo grito! Os pássaros ouvem-no sempre primeiro, antes mesmo de ser dado...!

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  8. :)
    Sim, mudei. De nick e de estaminé.
    Passe por lá!

    Abraço (Tuga)

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