
Para mim,
Emílio Cao é a voz da Galiza. Uma voz sóbria, doce, terna. Músico com pouca projecção fora do seu próprio país,
Emílio Cao gravou na década de 90 um álbum belíssimo, intitulado
Amiga Alba e Delgada. Lembro-me bem de o ouvir vezes sem conta, em
repeat, maravilhado com as canções, que ao mesmo tempo me pareciam frescas e delicadas, mas também carregadas com o peso do tempo da cultura que as produziu. O disco chegou-me aos ouvidos através do meu amigo
Jorge (esta é só mais uma das muitas coisas boas da minha vida que te devo, compadre), sempre atento ao que de bom os sons do mundo vão produzindo e sempre generoso na partilha das suas descobertas. Voltei nestes últimos dias ao convívio de
Amiga Alba e Delgada e não tenho dúvidas em afirmar que passou muito bem no teste sempre difícil da passagem do tempo. Talvez porque as coisas verdadeiramente belas depuram as suas qualidades com o passar dos anos... Por isso, esta
obra de museu abre os seus sons aos visitantes de passagem.
Belas noites de tertúlia já vivemos ao som do grande Cao. Venham mais.
ResponderEliminarGd abraço