segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Nada

Ao longe, tudo parecia calmo. Estávamos ali, perdidos em conversas molhadas e água nos pés. Distante, cada vez mais distante, o horizonte desenhava-se a carvão e névoa. Era o último momento. A desilusão. Os corpos mal se tocavam nos gestos que faziam. (Partir pode ser tão duro. A dor pode ser tão próxima.) E, mesmo assim, soltámos as últimas frases do dia como se nada fosse acontecer. E nada aconteceu. Foi mesmo assim: nada.

*esta imagem foi retirada do blog http://digital-pixels.blogspot.com/

2 comentários:

  1. Odeio dizer adeus. Odeio despedidas. Mas podem ser de uma beleza dolorosa, como esta que a imagem inspirou. Dá pra sentir...

    Boa semana*

    ResponderEliminar
  2. Caro Poeta,

    Traduzindo a imagem e o momento agora em mim:


    "AQUÁRTICO" (PARA AUGUSTO DOS ANJOS)



    NADANDO NO NADA DO QUARTO
    EM NADA DANDO EM DANO DANDO
    NADANDO NADANDO NADANDO
    NADANDO NADANDO NO NADA


    PARA LÁ PARA CÁ INDO E VINDO
    PARA CÁ PARA LÁ DANDO EM NADA
    PARA CÁ PARA LÁ INDO E VINDO
    PARA LÁ PARA CÁ DANDO EM DANO


    NADANDO NADANDO NO NADA
    NADANDO NADANDO NADANDO
    EM DANO DANDO EM NADA DANDO
    NADANDO NO NADA DO QUARTO.


    Abraço Forte!
    Adriano Nunes.

    ResponderEliminar