Sei que estás para chegar, que não demoras muito, e que virás tão elegante e bela como sempre. Vou tentando preparar-me o mais que possa, embora saiba que morrerei de amor, uma vez mais, quando voltares.
terça-feira, 31 de maio de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Os poemas
Claro que os poemas
nunca se mostram livremente
Como é claro também
que nunca sabemos
de onde vêm
nem para onde vão
O que dizer então
desse mistério da escrita?
Que o poema se dilata
naquilo em que se limita?
domingo, 29 de maio de 2011
Uma vida inteira a ouvir-te, Caetano!
sábado, 28 de maio de 2011
Vida literária
O Senhor Stein comoveu-se ao ler uma crónica de António Lobo Antunes. Comoveu-se e satisfez-se com a sua comoção. Depois, fechou o livro e aproximou-se da janela. O dia estava chuvoso, e havia uma espécie de pesar nos passos das pessoas, cabisbaixas, seguidoras de um qualquer destino que parecia não lhes interessar. Havia uma espécie de enternecimento sofrido que envolvia nuvens, vento, uma cortina de cinza, ao longe, anunciando horas tardias. A literatura não é a vida, nem sabe imitá-la. Mas o contrário parece ser tão possível...
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Brasil
Quando João Gilberto gravou Brasil (1981) eu tinha 13 ou 14 anos. Comprei-o por ser fanático por Caetano Veloso, como sou ainda hoje. Na verdade, o que eu comprei naquela altura nada mais era do que uma obra perfeita. Não uso a expressão em vão: é mesmo um disco perfeito, porque é impossível haver coisa melhor do que aquelas 6 canções. As razões que explicam tanta qualidade juntas são fáceis de perceber. A João Gilberto e Caetano Veloso juntaram-se Gilberto Gil, e Maria Bethânia, esta numa participação mais restrita, mas especialíssima. Como acontece com todos os discos verdadeiramente superlativos, é mais inteligente ouví-lo do que escrever sobre ele. Por isso, ocupo apenas mais umas breves linhas para me referir a Brasil como sendo um disco que revela ainda hoje um vigor e uma delicadeza capazes sempre de me pasmar. Ouvindo-o, nada será como dantes. Tudo muda, principalmente o ouvinte.
* dificílimo de encontrar em cd, o melhor é optar por João Gilberto - Amoroso / Brasil (cd da Warner Archives)
quinta-feira, 26 de maio de 2011
quarta-feira, 25 de maio de 2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
O Comissário Maigret, um velho amigo (II)
Os livros de banda desenhada de Maigret que nunca chegaram a ter edição portuguesa, apesar de terem sido traduzidos em holandês, alemão, e turco. A edição original é em francês, claro está.
(o terceiro da coleção)
(o quarto da coleção)
(o quinto da coleção)
domingo, 22 de maio de 2011
O Comissário Maigret, um velho amigo (I)
Desde os meus tempos de miúdo que sempre fui cliente de Georges Simenon. Os livros da Coleção Vampiro (aos montes lá por casa dos meus pais, como já aqui o havia escrito) ajudaram-me a conhecer o célebre inspetor, e eram os únicos que lia. Sempre apreciei o lado humano do velho Maigret, e fui, ao longo dos anos, construindo uma muito considerável coleção de obras de Simenon, sendo que a esmagadora maioria delas tem o distinto comissário como personagem principal. Muitos e muitos livros, portanto. Também alguns filmes. Mas hoje, neste post, trago banda desenhada. Como fanático que sou do género, como não trazer para o blog o meu adorado Maigret? Já estava, aliás, em falta por aqui há muito tempo. A satisfação de o ver editado em português foi muita, embora cedo tenha percebido que por pouco tempo, uma vez que a coleção continuou, embora só os primeiros dois livros tiveram edição por cá. São os preços da portugalidade...
A extinta (e saudosa) Meribérica / Liber lançou a Coleção Maigret, primeiro publicando Maigret e o Seu Morto (1994), logo seguido de Maigret Arma Uma Ratoeira, no ano seguinte. Na contracapa do segundo volume lia-se que o terceiro da coleção seria Maigret e a Mulher Desaparecida, livro que nunca chegaria a ser publicado. Daí que seja apenas detentor dos dois únicos livros de bd do Comissário Maigret editados na nossa língua, e escusado será dizer que os guardo religiosamente. Com adaptação e argumento de Odile Reynaud, desenho de Philippe Wurm, e cor de Martine de Bast estes dois Maigret são obras de extrema qualidade, e já algo raros no mercado alfarrabista.
Maigret e o Seu Morto
(com cenários - vistas de Paris, por Frank Brichau)
Maigret Arma Uma Ratoeira
sábado, 21 de maio de 2011
Lembrar
De que me lembro eu, se a memória tudo turva, se a memória tudo tende a apagar? Sei que eras sinuosa, e confesso que ainda julgo ter como certas, certas medidas que a mão nunca esqueceu, certos contornos, certos gestos, talvez até o tom de voz ainda permaneça em mim, como no tempo em que era assim que existíamos. Tempo sem tempo e sem lugar! Onde o que fomos só existe na inexistência de lembrar.
* imagem retirada deste fantástico lugar.
What can I recall, if my memory blurs everything, if memory tends to erase everything? I know you were winding and I confess I think I still feel sure of certain ways my hand has never forgotten,certain shapes,certain gestures,perhaps even the tone of your voice still remains inside me, back to the time when that was the way we lived in. Timeless time, nowhere time. The place where what we were just exists in the inexistence of remembering.
** traduzido pela minha amiga Ana Serôdio, a quem agradeço.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Tintin (chega a 27 de outubro)
O trailer do mais esperado filme deste ano, em português.
Falo por mim, claro está.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
Os pequenos demónios
Gosto dos meus pequenos demónios. Sobretudo porque são meus e íntimos, nas maldades e sustos que me pregam. Divirto-me com eles, quando estamos ambos de bom humor. E não lhes quero mal. Estão sempre comigo, por dentro de mim, à espreita de se mostrarem nas palavras que profiro, em certas ações menos capazes, prontos a minarem aquilo que de bom faço. Seremos para sempre assim: um todo dividido entre o conforto e o embaraço.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
O tempo inquieto
Um dia resolveu mexer no seu passado. Limpá-lo das coisas que tinha feito, arrependido que estava desses momentos. Trocou frases por outras frases, gestos por outros gestos, pessoas por outras pessoas, até ficar satisfeito. Quando acordou, assustou-se por segundos. Não havia ninguém ao seu lado, na cama. E ficou inquieto.
domingo, 15 de maio de 2011
Mapa
(clique na imagem para aumentar)
Nunca fui a Woodstock, mas se o futuro me levar até lá algum dia, irei com este mapa na mão. Não precisarei de qualquer outro, porque há um encanto neste que me deixa com o coração bem cheio. Um mapa deve ser um instrumento prático, e apenas isso. E rigoroso, claro está. Não deve ser um emaranhado artístico de locais, ruas, rios, monumentos. É por tudo isto que este mapa não é um mapa, é uma outra coisa que não importa descrever. Basta olhar para ele, e ver.
* este mapa foi feito pela minha amiga Jane, artista capaz de mostrar locais mais bonitos do que aquilo que são.
sábado, 14 de maio de 2011
Poema
Escrevo o que posso
na medida do que a palavra
for capaz de me oferecer
e assim
no embaraço de escrever
não sou mais do que palavras
enquanto palavras houver
sexta-feira, 13 de maio de 2011
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Um jogo como qualquer outro
Quando adormeces eu aproximo-me de ti. Às vezes penso que não dormes ainda, que fazes de propósito para que pareças dormir. Se é esse o jogo, fica a saber que também eu sei as regras. Tento descobrir-te o corpo, até que uma dose súbita de decência me faz parar. E é sempre nesse instante que abres os olhos, fazendo um outro jogo começar.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Joan na água (II)
terça-feira, 10 de maio de 2011
Eles estão a chegar
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Joan na água (I)
Corpo e água, exemplo maior de vida. Joan nada, mostrando-se marinha. Escrevo ouvindo-te, e afastando-me dos salpicos que fazem os teus braços, os teus pés. A paixão é uma coisa séria. Se esta escrita sair humedecida, é por causa do que és.
* Joan Wasser (na foto)
** Joan Wasser é Joan As Police Woman
*** este post inaurura uma nova etiqueta: O amor é uma coisa séria
domingo, 8 de maio de 2011
sábado, 7 de maio de 2011
Poema
Nunca saberemos
se o melhor dos mundos
é mesmo aquele
que nunca temos
Talvez por isso
se perceba assim
que é melhor não crer
no que queremos
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Finalmente, o Greenaway que eu tanto desejava!
Não queria acreditar no que vi, quando passava os olhos por tantas coisas boas que a Fnac sempre oferece. Assim, num repente que o olhar registou de forma tremendamente exclamativa, dou por mim com esta extraordinária box nas mãos. Os filmes de Greenaway que eu sempre quis ter estão todos aqui, a saber: 8 Mulheres e 1/2, O Livro de Cabeceira, O Bebé de Macon, Os Livros de Próspero, e Maridos à Água (que eu adoro particularmente). O que mais se pode desejar? Custa 49.99 euros, o que não deixa de ser uma quantidade significativa de dinheiro, ainda para mais em tempo de crise, mas é, simultaneamente, uma autêntica pechincha! A não perder.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Notícias
O Senhor Stein resolveu ir "comprar" o jornal, rotina que se alterou ligeiramente, em tempo de poupanças. Aproximou-se da banca onde todos se estendiam, garrafais nos títulos das notícias sempre pouco animadoras. Olhou, primeiramente, para os generalistas e franziu o sobrolho. Depois para os desportivos, exclamativo! Em tempo de crise como o que vivemos, parecem jornais de mundos diferentes, pensou o Senhor Stein. Ainda se permitiu olhar para as revistas, mas logo desistiu. Voltou para casa sem jornal, e sem notícias frescas. As que vira na banca de jornais eram exatamente as mesmas de há meses.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
I like you, Jeremy Jay (III)
Belo. Retrô. Insinuoso, e tão Nouvelle Vague!
* do seu mais recente trabalho, Dream Diary.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Poema Cabeça à Espera de Quem a Preencha
segunda-feira, 2 de maio de 2011
domingo, 1 de maio de 2011
António, uma vez mais
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