Que seja bom!
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
Os Melhores Discos de 2015
Já é uma tradição antiga aqui no I Blog Your Pardon, pelo que se repete, uma vez mais, este ano. Cá estão os eleitos!
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
sábado, 5 de dezembro de 2015
terça-feira, 24 de novembro de 2015
Ninguém escreve como tu
Andei a vasculhar pens antigas e deparei com alguns textos meus que escrevi para jornais e revistas. Recuperei este, que deve ter sido escrito há uns 16 ou 17 anos, era a minha filha muito pequena. Tudo a propósito de uma extraordinária entrevista que António Lobo Antunes deu à Pública (revista do jornal Público), se não me engano, e que tinha como título Ninguém Escreve Como Eu. Deixo-o aqui, para "memória futura".
...
Ninguém escreve como tu. Ninguém. E não era preciso dizê-lo. A verdade, por muito que custe a muitos, é que ninguém escreve como tu. Nem mesmo tentando, como agora, na febre da escrita às três da manhã, onde o silêncio é tanto que paro e escuto a memória já um pouco adormecida de uma voz que diz
- «Você é um anarquista, um marginal, você pactua com o leste, você aprova a entrega do Ultramar aos pretos»
- «Você é um anarquista, um marginal, você pactua com o leste, você aprova a entrega do Ultramar aos pretos»
e olho para o teto para aliviar os olhos no branco da tinta do teto sem as linhas do papel por cima do branco imaculado das folhas, e de súbito a voz da minha filha que me chama
- «você aprova a entrega do Ultramar aos pretos»
do fundo do seu quarto e sei que deve estar de joelhos por cima do edredon da Disney com os braços abertos para o colo que só os pais sabem dar
- papá, papá
largo a caneta e o caderno, tiro os olhos do branco do tecto e reparo numa ponta de humidade ( porque o inverno vai longo e húmido, pouco chuvoso é certo, mas que está a ser húmido, está )
- papá, papá
e os chinelos que não estão no sítio para os calçar e a voz de novo a trovejar
- «você é um anarquista, um marginal»
os braços da minha filha esticados para o conforto dos meus, e ao contornar a cama tropeço nos chinelos fora do sítio habitual e digo
- já vou pipoquinha, já vou
sempre com a ideia da voz distante que a razão não apagou ainda, procuro a luz do quarto para não tropeçar em mais nada, para não assustar a minha filha já de si assustada por sonhos que todas as crianças teimam em ter a meio da noite, a meio dos sonhos dos adultos, tomo-a nos braços e faço o percurso inverso até ao ponto de partida, esquivando-me das armadilhas dos chinelos e das vozes
- «você aprova a entrega do Ultramar aos pretos»
quando são já quase quatro horas da manhã e a vontade inicial destas linhas era apenas dizer que ninguém escreve como tu, António, por muito que custe a muitos, ninguém escreve como tu.
(Os excertos entre aspas foram retirados da sua primeira obra publicada, Memórias de Elefante. )
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
sábado, 14 de novembro de 2015
Poema
O senhor Ricardo Reis
nunca chegou a saber
que a sua Lídia
casou com
Álvaro de Campos
E que foram viver para
perto da foz
de um rio importante
onde os dois
(antigamente)
nunca estiveram
Não sei se foram felizes
ou não
mas que fizeram muitos
e bons disparates
lá isso fizeram
nunca chegou a saber
que a sua Lídia
casou com
Álvaro de Campos
E que foram viver para
perto da foz
de um rio importante
onde os dois
(antigamente)
nunca estiveram
Não sei se foram felizes
ou não
mas que fizeram muitos
e bons disparates
lá isso fizeram
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Poema
Há aves aflitas
no íntimo de certas
palavras
O mesmo acontece
quando te deitas
ou quando te levantas
Enquanto as aves procuram
espaço no interior
das gargantas das palavras
No teu corpo
a pele liberta a voz
de aves infinitas
no íntimo de certas
palavras
O mesmo acontece
quando te deitas
ou quando te levantas
Enquanto as aves procuram
espaço no interior
das gargantas das palavras
No teu corpo
a pele liberta a voz
de aves infinitas
sábado, 7 de novembro de 2015
1, 2, 3, Ação!
(clique na imagem para a visualizar melhor)
O regresso de mais uma personagem mítica da BD franco-belga: Bernard Prince. Que comece a aventura. É já para a semana. Com o jornal Público, pois claro. De 11 de novembro a 27 de janeiro de 2016. Todas as 4ªs feiras. Que bom!!!
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Poema
Por onde quer que ande
haverá sempre
uma casa onde ficar
(uma casa
não é um lugar
apenas)
Uma casa é
um qualquer espaço
grande
cheio de coisas
pequenas
haverá sempre
uma casa onde ficar
(uma casa
não é um lugar
apenas)
Uma casa é
um qualquer espaço
grande
cheio de coisas
pequenas
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Milton em tons de jazz
Haverá sempre espaço para mais um disco de Milton Nascimento neste blog, mesmo quando feito em parceria. Tamarear é o mais recente trabalho do meu bom e velho Bituca.
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
Poema
Pesam as pedras
como pesam as estrelas
Assim o corpo pesa
o sangue que balança
Pesa mais o corpo adulto
do que o sonho na criança
como pesam as estrelas
Assim o corpo pesa
o sangue que balança
Pesa mais o corpo adulto
do que o sonho na criança
domingo, 4 de outubro de 2015
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
terça-feira, 22 de setembro de 2015
terça-feira, 15 de setembro de 2015
Primo Rufus
E de repente, volto a ouvir ópera e a gostar do que ouço. A culpa é de Rufus Wainwright, e ainda bem que é ele o culpado, uma vez que gosto tanto dele. Prima Donna já faz parte da minha vida. Baseada em entrevistas dadas por Maria Callas à BBC quando já caminhava para o final da sua carreira, Prima Donna revela-se uma ópera acessível, cheia de sentimento, boa de se ouvir. O que mais posso querer, quando a ópera sempre foi para mim um enorme desafio, poucas vezes ganho. Agora ganhámos todos. Ganhou o Rufus Wainwright e ganhei eu.
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
É sempre assim
É sempre assim. Quando as férias acabam, começa o trabalho. Depois de 18 anos na mesma escola, talvez tenha agora de mudar. Ainda não sei, mas logo se verá. O que não mudará, isso certamente, é a vontade de ensinar, explicar, e de aprender. Os alunos não só alunos, e os professores não são só professores. Valha-nos isso. Já apetece começar. É sempre assim.
sábado, 8 de agosto de 2015
Chegou a hora!
Sim, é verdade. Chegou a hora. O I Blog Your Pardon voltará em setembro. Até lá pode perder-se, mas chegada a hora, o encontro far-se-á aqui, uma vez mais.
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
terça-feira, 4 de agosto de 2015
sábado, 1 de agosto de 2015
domingo, 26 de julho de 2015
quinta-feira, 23 de julho de 2015
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Poema para musicar
Nunca mais era sábado
e nunca foi
a relva por cortar
as unhas por roer
até os pássaros
em volta decidiram
não cantar
Nunca mais era sábado
e nunca foi
houve uma sexta
que falhou
mas que ninguém
à nossa volta
reparou
O que faltou afinal
não foi nada
de concreto
mas tardou-se
na procura
e ficou tudo
a céu aberto
e nunca foi
a relva por cortar
as unhas por roer
até os pássaros
em volta decidiram
não cantar
Nunca mais era sábado
e nunca foi
houve uma sexta
que falhou
mas que ninguém
à nossa volta
reparou
O que faltou afinal
não foi nada
de concreto
mas tardou-se
na procura
e ficou tudo
a céu aberto
sábado, 11 de julho de 2015
sábado, 4 de julho de 2015
segunda-feira, 29 de junho de 2015
terça-feira, 23 de junho de 2015
Mil Tom x 2
Alguns dias depois da morte do grande Fernando Brant, deixo-vos aqui dois discos de homenagem a Milton Nascimento. Em várias das canções destes álbuns, a escrita de Brant está bem presente, e se os leitores destas linhas conhecerem algo do universo da música mineira dos anos 70, sobretudo do Clube da Esquina, terão muitos motivos de contentamento ao fazer o download legal que vos proponho. É só preciso aceder aos respetivos links.
quarta-feira, 17 de junho de 2015
quinta-feira, 11 de junho de 2015
Poema
Mergulho nas palavras
agora que o verão
escolhe as mais belas
e as mais frescas
agora que o verão
escolhe as mais belas
e as mais frescas
Deito-me à sombra
sentindo-lhes o travo
madrugador e inquieto
das surpresas
As palavras servem-se
do que são e do que valem
mostrando-me a luz
permeável das certezas
quinta-feira, 21 de maio de 2015
E vão 34!
C'um caneco!
(o atraso deste post em relação ao dia da grande vitória
deve-se ao facto de ter estado em intensas comemorações)
quarta-feira, 13 de maio de 2015
quinta-feira, 7 de maio de 2015
Poema
Tudo vale um só aceno
no assomo final
da despedida
E a memória deixa livre
o gesto em abandono
da partida
domingo, 3 de maio de 2015
quarta-feira, 22 de abril de 2015
Poema
Foi tudo assim
repentino
o sangue do destino
fez tudo secar
quando a chuva veio
e acabou por
me inundar
quinta-feira, 16 de abril de 2015
sábado, 11 de abril de 2015
Coisas novas, coisas antigas
Fosse sempre assim, a vida:
o prazer das coisas antigas e a delícia das coisas novas.
Popol Vuh - In Den Garten Pharaos (1971)
David Sylvian e Holger Czukay - Plight & Premonition (1988)
Eef Barzelay - Eldorado 13 Slash 14 (2015)
Stealing Sheep - Not Real (2015)
quarta-feira, 1 de abril de 2015
Poema
Queria a água
toda minha
imensa
a cobrir as terras
até ao teto
do céu
Só bem depois
mergulharia
a estranheza
do meu corpo
até vir ao de cima
um novo eu
sexta-feira, 27 de março de 2015
terça-feira, 24 de março de 2015
sexta-feira, 20 de março de 2015
Gong Est Mort
Há notícias que custam a digerir. Mesmo tendo sabido do acontecimento da morte de Daevid Allen no dia em que ocorreu o óbito, só agora faço menção ao facto, numa espécie de celebração de 7º dia.
Goodnight Daevid Allen
terça-feira, 17 de março de 2015
Imortalidade
Nunca tinha visto esta imagem. Por vezes olho para ela, e parece-me estar na presença de uma montagem. Mas, na verdade, isso pouco importa. Dois dos meus mais adorados brasileiros estão aqui, lado a lado, e parece-me ser a Nara Leão por trás deles. Dos três, só Caetano se encontra entre nós, fisicamente falando. Nara partiu cedo, Drummond mais tarde, mas cedo também, uma vez que o queria imortal. No entanto, é a própria imortalidade que aqui se encontra retratada. O som, a palavra, as vozes de quem viveu e vive para fazer o (meu) mundo mais feliz.
domingo, 8 de março de 2015
É preciso amar Tom Zé (desde o início)
A editora inglesa Mr. Bongo reeditou os dois primeiros álbuns de Tom Zé. Esse acontecimento merece o meu inequívoco aplauso, e torna presente dois álbuns (os primeiros dois) do seu longínquo passado. Em boa hora, claro. Esquecidos no tempo, e afastados há muito do olhar crítico que ambos os discos merecem, Grande Liquidação e Tom Zé estão de novo disponíveis no mercado discográfico. Um deles, o segundo, ainda não o tinha em formato físico, pelo que já vem a caminho. Que chegue depressa e bem, que tem cá um lugarzinho especial à sua espera.
Tom Zé - Grande Liquidação (1968)
Tom Zé - Tom Zé (1970)
quarta-feira, 4 de março de 2015
Aznavour (II)
(um homem e uma mulher)
(um homem e uma mulher: na vida como nos filmes)
(a pele e o aço)
Tirez Sur Le Pianiste é um filme de culto. Truffaut deu-nos um drama policial de grande beleza, mas o que aqui importa hoje, mais do que o filme e os seus encantos, é a presença de Aznavour. O mestre da canção também fez cinema, e bem.
sábado, 28 de fevereiro de 2015
Aznavour (I)
Charles Aznavour é um monstro da canção francesa, e paixão crescente em mim. Ultimamente é com ele que tenho andado, de ouvidos atentos à arte incomparável do seu canto. Também no cinema o conheço há muito, mas isso ficará para outro post. Por hoje, e para que estas linhas se tornem som e imagem, recordo apenas «La Bohème», momento mais que perfeito da sua longa carreira. A melodia, o texto, a interpretação, a voz, tudo é sublime. Deixo-vos dois videos da mesma canção por não ter conseguido decidir-me apenas por um. Vale mesmo a pena vê-los, lendo depois o texto para que o maravilhamento se complete.
↑a preto e branco
e a cores ↓
Je vous parle d'un temps
Que les moins de vingt ans
Ne peuvent pas connaître
Montmartre en ce temps-là
Accrochait ses lilas
Jusque sous nos fenêtres
Et si l'humble garni
Qui nous servait de nid
Ne payait pas de mine
C'est là qu'on s'est connu
Moi qui criais famine
Et toi qui posais nue
La bohème, La bohème
Ça voulait dire on est heureux
La bohème, La bohème
Nous ne mangions qu'un jour sur deux
Dans les cafés voisins
Nous étions quelques-uns
Qui attendions la gloire
Et bien que miséreux
Avec le ventre creux
Nous ne cessions d'y croire
Et quand quelques bistros
Contre un bon repas chaud
Nous prenaient une toile
Nous recitions des vers
Groupés autour du poêle
En oubliant l'hiver
La bohème, La bohème
Ça voulait dire tu es jolie
La bohème, La bohème
Et nous avions tous du génie
Souvent il m'arrivait
Devant mon chevalet
De passer des nuits blanches
Retouchant le dessin
De la ligne d'un sein
Du galbe d'une hanche
Et ce n'est qu'au matin
Qu'on s'asseyait enfin
Devant un café-crème
Epuisés mais ravis
Fallait-il que l'on s'aime
Et qu'on aime la vie
La bohème, La bohème
Ça voulait dire on a vingt ans
La bohème, La bohème
Et nous vivions de l'air du temps
Quand au hasard des jours
Je m'en vais faire un tour
A mon ancienne adresse
Je ne reconnais plus
Ni les murs, ni les rues
Qui ont vu ma jeunesse
En haut d'un escalier
Je cherche l'atelier
Don't plus rien ne subsiste
Dans son nouveau décor
Montmartre semble triste
Et les lilas sont morts
La bohème, La bohème
On était jeunes, on était fous
La bohème, La bohème
Ça ne veut plus rien dire du tout
Que les moins de vingt ans
Ne peuvent pas connaître
Montmartre en ce temps-là
Accrochait ses lilas
Jusque sous nos fenêtres
Et si l'humble garni
Qui nous servait de nid
Ne payait pas de mine
C'est là qu'on s'est connu
Moi qui criais famine
Et toi qui posais nue
La bohème, La bohème
Ça voulait dire on est heureux
La bohème, La bohème
Nous ne mangions qu'un jour sur deux
Dans les cafés voisins
Nous étions quelques-uns
Qui attendions la gloire
Et bien que miséreux
Avec le ventre creux
Nous ne cessions d'y croire
Et quand quelques bistros
Contre un bon repas chaud
Nous prenaient une toile
Nous recitions des vers
Groupés autour du poêle
En oubliant l'hiver
La bohème, La bohème
Ça voulait dire tu es jolie
La bohème, La bohème
Et nous avions tous du génie
Souvent il m'arrivait
Devant mon chevalet
De passer des nuits blanches
Retouchant le dessin
De la ligne d'un sein
Du galbe d'une hanche
Et ce n'est qu'au matin
Qu'on s'asseyait enfin
Devant un café-crème
Epuisés mais ravis
Fallait-il que l'on s'aime
Et qu'on aime la vie
La bohème, La bohème
Ça voulait dire on a vingt ans
La bohème, La bohème
Et nous vivions de l'air du temps
Quand au hasard des jours
Je m'en vais faire un tour
A mon ancienne adresse
Je ne reconnais plus
Ni les murs, ni les rues
Qui ont vu ma jeunesse
En haut d'un escalier
Je cherche l'atelier
Don't plus rien ne subsiste
Dans son nouveau décor
Montmartre semble triste
Et les lilas sont morts
La bohème, La bohème
On était jeunes, on était fous
La bohème, La bohème
Ça ne veut plus rien dire du tout
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Peter Greenaway is back
2015 é ano de novo filme de Greenaway, o que é, pelo menos para mim, uma excelente notícia. O filme trata dos 10 dias passados no México pelo cineasta russo, durante os quais Eisenstein realizou o documentário "Que Viva Mexico!", sobre o dia dos mortos. A par do filme (primeira boa notícia) há ainda a banda sonora, que geralmente é excelente nos filmes do realizador. A ver e a ouvir, portanto.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
domingo, 15 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Poema
Ontem esqueci-me de dizer
todas as coisas que queria
o tempo é curto
eu bem sei
e tu sabes que o tempo das palavras
não tem fim
nem tem começo
Talvez por isso eu me esqueço
desde o início
de dizer o que queria
não fosse este sobressalto
este reboliço
e as palavras teriam
um dom maior e um outro viço
Mas não as culpemos assim
são tão frágeis
tão singelas
que mesmo quando não dizem
o que queria dizer-te
eu só me zango comigo
nunca me zango com elas
No fundo
o que acontece é bem simples:
o que venho aqui dizer
posso dizer-to em voz muda
no silêncio de algum verso
que ainda está
por escrever
Fica o recado assim dado
e fico eu mais tranquilo
por te dizer o que queria
é bom saber que o que digo
te satisfaz por inteiro
pois não dizer o que é dito
é o dizer mais verdadeiro
todas as coisas que queria
o tempo é curto
eu bem sei
e tu sabes que o tempo das palavras
não tem fim
nem tem começo
Talvez por isso eu me esqueço
desde o início
de dizer o que queria
não fosse este sobressalto
este reboliço
e as palavras teriam
um dom maior e um outro viço
Mas não as culpemos assim
são tão frágeis
tão singelas
que mesmo quando não dizem
o que queria dizer-te
eu só me zango comigo
nunca me zango com elas
No fundo
o que acontece é bem simples:
o que venho aqui dizer
posso dizer-to em voz muda
no silêncio de algum verso
que ainda está
por escrever
Fica o recado assim dado
e fico eu mais tranquilo
por te dizer o que queria
é bom saber que o que digo
te satisfaz por inteiro
pois não dizer o que é dito
é o dizer mais verdadeiro
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Poema
(sem sofrimento aparente
a aurora rasga as horas nuas do dia
sem um só gemido seu
e quando um pássaro dormente de sono
levanta as asas abanando o céu
o dia nasce e amanheço eu)
a aurora rasga as horas nuas do dia
sem um só gemido seu
e quando um pássaro dormente de sono
levanta as asas abanando o céu
o dia nasce e amanheço eu)
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Humor
Depois de um início de ano trágico (ver post anterior) há que olhar com sentido de humor para as coisas que mais nos agradam no mundo. Mesmo que uma certa ideia de autocensura permaneça.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
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