domingo, 4 de novembro de 2007

Passeio no tempo


Um fim-de-semana fora de casa é sempre um momento especial de fuga. Mesmo quando o cansaço do trabalho continua presente, apesar de renegado para segundo plano, tal o desejo de ver novas paragens, outras realidades. Cem quilómetros acima da Lisboa e o mundo parece outro, singular, diferente e implacavelmente nosso. Muito mais nosso do que nos dias vulgares.
Em Óbidos estivemos entregues a uma infância que já não sentia tão presente há muito tempo. Filhos e pais tiveram, naquele preciso momento, a mesma idade. Afinal, viajar no tempo é bem possível...
Do cimo das muralhas do Castelo, a vista é deslumbrante, e percorrer parte desse longo caminho é sentir a vertigem do que se vive com o que em tempos se viveu. No alto da Torre Sul julgo mesmo ter conseguido ver, ao longe, muito ao longe, um menino de feições próximas das minhas, de espada na mão, a acenar, triunfante, para aquele que distintamente o via, naquele exacto momento, três décadas depois.

1 comentário:

redjan disse...

Curioso esse menino de espada acenador ! A fazer-me lembrar um outro que à beira do mar nunca deixou de olhar em frente ... para trás !!