segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Grito


Foi ao entardecer. Tentei silenciar o grito para que ninguém o ouvisse e o estrondo ecoou apenas dentro do que sobrava de mim, destroço humano aos pés da cama. Imaginei que a terra ouviria para sempre aquele gemido surdo e que os pássaros, em companhia do sol que se espreguiçava lentamente, partiriam incomodados para todos os destinos do mundo à procura do sossego desejado.


*esta imagem foi retirada do site httpvidroazulruc.blogspot.com

8 comentários:

Anónimo disse...

Os pássaros ouvem sempre os gemidos que sopram de dentro. E depois partem,voam livres...
O seu regresso é quando tudo sossegar.

Carlos Lopes disse...

anónimo: E quando tudo sossega, partimos nós e somos pássaros mais completos ainda...

redjan disse...

CL: Que bocado de texto ... que bocado mesmo!

Anónimo disse...

Eu fiquei sem palavras agora...
Será que o meu "eu" está a preterir alguma coisa?
Penso que não... demasiado forte o que as suas palavras "reencarnaram"...

Na vida nada deve ser "aprisionado" nem mesmo quando se quer muito, porque se não passamos a ser "prisioneiros" de nós próprios.
E gritos mudos são os que ecoam mais...
Bjs

Anónimo disse...

Carlos, sempre directo e sucinto como eu gosto!
Um grito de revolta?

Mudei ;)

Abraço

Carlos Lopes disse...

oásis: quem és tu? Porque dizes "mudei"?

Unknown disse...

Belo grito! Os pássaros ouvem-no sempre primeiro, antes mesmo de ser dado...!

Anónimo disse...

:)
Sim, mudei. De nick e de estaminé.
Passe por lá!

Abraço (Tuga)