Enquanto escrevo estas linhas vou ouvindo (em repeat) o novo disco dos The Flaming Lips. Não se trata de um disco qualquer. É, antes de mais, a banda sonora do filme Christmas On Mars, já aqui referido num post anterior. E a verdade é que esse pormenor pode fazer toda a diferença. As bandas sonoras acompanham imagens, e por isso podem ficar presas a esse universo fílmico, limitadas, assim, na sua função de acompanhantes da acção cinematográfica. Mas, por outro lado, também podem sobreviver sozinhas, gozando da magnanimidade da sua áudio existência. E é mais esse o caso do disco que aqui comento. Vive bem sozinho, e se assim é, imagino como se revelará quando acompanhado pelas imagens marcianas de Christmas On Mars... Os sons algo sinfónicos, ameaçadores, experimentais, atmosféricos, criam ambientes sonoros de uma enorme elegância. Não parece um disco dos The Flaming Lips. A voz de Wayne Coyne, por exemplo, nem sequer se faz ouvir nas doze faixas do álbum. É todo ele instrumental. E se a música de Marte for assim, então talvez um dia se consiga lá morar.
5 comentários:
Compreendo bem. Alguns dos meus álbuns favoritos são bandas sonoras. Um deles sobrevive tão bem sem o filme que nem nunca tive paciência para o ver.
A banda sonora do Magnolia! Bem sei que é um filme incontornável e tal... mas um filme de 3 horas tem muito que se lhe diga. Possuo o dito filme há coisa de uns quatro anos, mas na hora H opto sempre por qualquer outro mais curto. :|
Ah!, nevertheless, the OST is wonderfull - just can't get enough!
PS. O CD roda no meu "bolinhas" pelo menos uma vez por semana.
Belo! Uma boa surpresa, enfim (que este 2008 musicalmente não está a ter assim tanta coisa boa).
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