segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

As Duas Inglesas e o Continente

Estamos no início do século XX. Em Paris, um jovem francês conhece uma rapariga inglesa e tornam-se amigos. A convite desta, o jovem Claude vai passar uma temporada ao País de Gales, onde Anne vive com a mãe e com a irmã, Muriel. Anne pretende que Claude venha a ser o homem da vida de Muriel... Estão lançados os dados para As Duas Inglesas e o Continente (França, 1971), filme de François Truffaut.
Considerado um filme falhado por alguma da crítica da época, Les Deux Anglaises et le Continent é um momento atípico na obra de Truffaut. Truffaut gostou muito do filme, mas a verdade é que o sucesso comercial não correspondeu às expectativas. Foi muito mal recebido em Paris. Escreveu-se, à data do lançamento da obra, que Claude Roc (Jean-Pierre Léaud) não se soube desligar dos tiques e trejeitos de Antoine Doinel, personagem recorrente dos filmes de Truffaut e uma espécie de alter ego do próprio realizador. Não concordo. Jean-Pierre Léaud é soberbo na forma como interpreta a personagem. Como também é Kika Markham (Anne Brown) e Stacey Tendeter (Muriel Brown). Filme de época, As Duas Inglesas e o Continente tem um colorido muito próprio, soturno, sombrio, reflexo dos sentimentos que se vão debatendo no triângulo amoroso do enredo. A banda sonora de Georges DeLerue é comovente, perfeita, ideal para os dias chuvosos e cinzentos desse tempo.
Sobre o filme, Truffaut afirmou que "em vez de fazer um filme sobre o amor físico, tentei fazer um filme físico sobre o amor." E conseguiu, na minha opinião. Romanticamente exagerado, As Duas Inglesas e o Continente marca uma mudança na filmografia de François Truffaut. E, como sabemos, mudar é sempre um risco...

1 comentário:

· disse...

no he visto esa película de Truffaut, no la conozco. La buscaré.

cariños,