Ao longe, tudo parecia calmo. Estávamos ali, perdidos em conversas molhadas e água nos pés. Distante, cada vez mais distante, o horizonte desenhava-se a carvão e névoa. Era o último momento. A desilusão. Os corpos mal se tocavam nos gestos que faziam. (Partir pode ser tão duro. A dor pode ser tão próxima.) E, mesmo assim, soltámos as últimas frases do dia como se nada fosse acontecer. E nada aconteceu. Foi mesmo assim: nada.
*esta imagem foi retirada do blog http://digital-pixels.blogspot.com/
2 comentários:
Odeio dizer adeus. Odeio despedidas. Mas podem ser de uma beleza dolorosa, como esta que a imagem inspirou. Dá pra sentir...
Boa semana*
Caro Poeta,
Traduzindo a imagem e o momento agora em mim:
"AQUÁRTICO" (PARA AUGUSTO DOS ANJOS)
NADANDO NO NADA DO QUARTO
EM NADA DANDO EM DANO DANDO
NADANDO NADANDO NADANDO
NADANDO NADANDO NO NADA
PARA LÁ PARA CÁ INDO E VINDO
PARA CÁ PARA LÁ DANDO EM NADA
PARA CÁ PARA LÁ INDO E VINDO
PARA LÁ PARA CÁ DANDO EM DANO
NADANDO NADANDO NO NADA
NADANDO NADANDO NADANDO
EM DANO DANDO EM NADA DANDO
NADANDO NO NADA DO QUARTO.
Abraço Forte!
Adriano Nunes.
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