Só recentemente, há poucos dias atrás, vi pela primeira vez Un Chien Andalou, o célebre filme de Buñuel e Dalí. Mais vale tarde do que nunca, é bem verdade! Devo começar por dizer, antes de mais, que o visionamento dessa curta metragem (pouco mais de 17 minutos) foi uma quase decepção . Filmado ainda na segunda década do século XX, Un Chien Andalou mais não é do que surrealismo desmedido, sonho delirante, projecção de fantasias. Na verdade, tudo me pareceu muito primário, embora em certos momentos (como na conhecidíssima cena em que um homem corta, à navalha, o olho a mulher) se consiga perceber um certo encanto. Convém não esquecermos que estamos perante uma obra histórica da história do cinema. Segundo consta, no dia da primeira projecção do filme, Buñuel e Dalí tiveram de fugir apressadamente do cinema para não serem agredidos por uma pequena multidão de espectadores enfurecidos. É, sem dúvida, um filme vanguardista, à frente do seu tempo, e isso é sempre algo positivo. Assim, feitas as contas, ver Un Chien Andalou não foi tempo perdido.
1 comentário:
Bunuel sempre foi um doido varrido. No bom sentido, claro.
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