quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Tarot musical


Todos sabemos: nem sempre a música serve para cantarmos as suas letras ou para dançarmos. Por vezes a música serve para nos "encontrarmos". Há um tipo de música (música difícil, mais exigente, digamos assim) que desde há muito me fascina e que já me fez viver horas de enorme prazer: o reencontro (mesmo que seja connosco mesmos) é sempre algo prazeroso. Daí que valha a pena partilhar...
Walter Wegmuller gravou Tarot em 1972. A Ohr Kosmische Kuriere editou-o no ano seguinte. É um disco duplo, felizmente. Walter Westrupp, Klaus Schulze, Manuel Gottsching e, é claro, Walter Wegmuller são algumas das feras que tocam neste disco. Tarot não é bem um disco, é mais um estado de espírito em forma de música. Krautrock, mais kraut do que rock, if you know what mean! A sua beleza maior reside no facto de nos entrar pelo corpo, no sangue, nos ossos, até aos capilares. E é repousante, minimal, incapacitante, porque não nos permite ter atenção a mais nada enquanto rodam os seus sons. Aliás, quando se ouve música não se deve fazer mais nada, como sabemos. Ouvir música não é uma actividade passiva. Tudo em mim flui quando ouço Tarot. Sei que não devo abusar. É assim com tudo, é assim com Tarot. Aproveitem e experimentem: as cartas estão lançadas...

1 comentário:

Paulo Henrique Motta disse...

Muito obrigado, Carlos.
ah, também gosto muito do Lobo Antunes.