O tempo passa tão depressa! E recomeça, como se não houvesse amanhã. Passam os segundos, os minutos, as horas passam por nós e dão-nos boleia até ao fim de mais um ano. O melhor é aproveitar, e seguir em frente. Até para o ano.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
O espelho
O Senhor Stein, quando acordava, ficava alguns minutos a ver-se ao espelho. Essa rotina durava já há mais de trinta anos. Foi percebendo, com o correr do tempo, e enquanto se observava diariamente, que o seu rosto fora perdendo elasticidade. Tinha cada vez mais rugas. Para se sossegar perante essa constatação, o Senhor Stein mentalizou-se de que já não se faziam espelhos com a qualidade dos de antigamente.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Poema
Mesmo quando se pressente o fim
ou num qualquer último momento
ainda há tempo de esticar o braço
e apanhar o vento
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Poema
Nunca imaginei
que voar fosse assim
tão comovente!
Mas o vento na cara
sempre me fez chorar
sem comoção!
Será do vento
que soprou tão
de repente?
Ou é do sonho
que me deixa
tão ausente?
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Jazz in a box!
Depois de ter passado o bulício do Natal, chegou a hora de certos deleites. Esta é uma box deliciosa, feita para ouvidos delicados. Há muito para ouvir: 25 discos (todos elogiados e históricos, como convém) prontos para cumprirem, uma vez mais, as suas missões. Vou, então, começar a festa! Com licença...
domingo, 26 de dezembro de 2010
Caderninho azul
O Senhor Stein era um homem meticuloso e previdente. Andava sempre com um caderninho azul (da cor do céu) onde apontava tudo o que tinha de fazer no dia seguinte, para que nada falhasse. Mas também porque acreditava que essa era uma boa maneira de garantir que estaria vivo nas 24 horas seguintes.
* este post inaugura uma nova etiqueta. Como se perceberá facilmente, o Senhor Stein é um parente (afastado, creio) de Gonçalo M. Tavares.
sábado, 25 de dezembro de 2010
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Charlie Brown is at my place this Xmas
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Eu nunca gostei de gatos...
Este é um simples jogo para matar o tédio. A ideia não podia ser mais simples: tentar cercar o gato e limitar-lhe os movimentos até estar encurralado. Cada click nas bolas torna-as escuras, tornando inacessível esse movimento para o gato. Não é nada fácil, aviso já. Mas consegue-se! Este link dá acesso ao jogo. Divirta-se aqui, e não vá para os centros comerciais gastar dinheiro em prendinhas de Natal.
* jogo enviado pela minha amiga Xaninha.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Poema
Queria tanto
ser fermento da palavra
pão na mesa
de quem ama
e sal que salga
a água
onde se afogam
as palavras do poema
Queria tanto
ser o encanto
de um momento
que por ser só teu
valesse a pena
domingo, 19 de dezembro de 2010
sábado, 18 de dezembro de 2010
Que vida é essa?
Depois, veio o cansaço. O corpo deixou-se dormir, protegido pelo instante do dia que findava. Via-lhe a cabeça, as costas, os pés. E perguntava, na esperança de uma resposta por inteiro: quem somos, quando dormimos? Que idade temos, quando sonhamos? Que vida é essa que não é vida, e que na nossa vida se atravessa?
* Joan Wasser, na fotografia.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
De braços abertos
Já se conhece a capa do novo disco da minha adoradíssima Joan As Police Woman. A data de lançamento é 24 de janeiro de 2011. O ano começará bem, em termos de edições discográficas. E se o conteúdo for tão bom como a capa (e será, não tenho dúvida), estamos conversados. Oh, meu Deus!!! Fico, então, à tua espera, Joan. De braços abertos!
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Os melhores do ano
Tem sido assim todos os anos. Por volta desta data publico a lista dos 10 discos que mais gostei ao longo do ano. É esse o momento que agora chega. Uma vez mais, a ordem pela qual farei o alinhamento dos discos por mim escolhidos é a alfabética. São todos excelentes, e ao mesmo nível. Comentem, se estiverem para aí virados.
01. Belle and Sebastian - Write About Love
02. David Sylvian - Sleepwalkers
03. Jeremy Jay - Splash
04. John Grant - Queen Of Denmark
05. Lula Pena - Troubadour
06. Nina Becker - Azul
07. Of Montreal - False Priest
08. Perfume Genius - Learning
09. The Divine Comedy - Bang Goes The Knightwood
10. The Divine Comedy - Live At Somerset House
Com discos assim, haverá sempre festa nos meus ouvidos!
* a capa dos discos pode ser observada quando se carregar nos títulos dos mesmos.
A listagem, já habitual todos os anos, está feita. Mas outros discos também mereceram a minha atenção. Assim, bubbling under, temos Before Today (Ariel Pink's Haunted Graffiti), Ten Short Songs For Modern Lovers (Aidan Moffat), e Teen Dream (Beach House).
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
No Sun In Venice
Este é um disco que cresce. Tem crescido em mim, e cada vez mais. Não é considerado uma obra maior do Jazz, talvez por ser a banda sonora do filme de Roger Vadim. Nunca o vi, mas gostaria imensamente de ter essa oportunidade. Tudo por causa dos seis temas compostos por John Lewis e o seu The Modern Jazz Quartet. A música que aqui se ouve é algo complexa, mas entranha-se, misteriosamente, como se entranha a mágica cidade que o título evoca. Ouvir o disco é sentir Veneza, e talvez por isso a rendição tenha sido tão absoluta.
domingo, 12 de dezembro de 2010
Futurama
Depois de me render a Family Guy, agora é a vez de Futurama, animação dos mesmo autores de The Simpsons. Mais uma vez, é tardiamente que chego a uma série que já tem alguns anos de existência. Também aqui se demonstra alguma da minha resistência aos hipe factors que constantemente inundam as nossas televisões. Curiosamente, nunca me rendi totalmente à série de Homer e restante família. Talvez, no futuro, isso venha a acontecer, e uma vez mais, fora de tempo.
sábado, 11 de dezembro de 2010
Duo maravilha
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Noite marginal
Acendia pequenos sonhos, na escuridão da noite. Fixava o olhar no que não via, na matéria alada do que imaginava ser a vida. Vivia assim, entre as esquinas do tempo. A noite era o espaço onde tudo luzia. Tudo era magia verdadeira e irreal. E quando a noite tinha fim, fechava os olhos, e acordava num outro sonho marginal.
* mais uma fotografia da minha amiga Joana.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Poema
Dou às palavras
aquilo que já não tenho
aquilo que já perdi
E delas
recebo em troca
o que nunca lhes pedi
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Poema
Ainda e sempre
a procura da palavra
certa e a certeza
da palavra errada
no exacto sítio
da mais acertada
Mais um poema
que tudo diz
sem dizer nada
* há muito que não escrevia um poema que me tivesse agradado tanto!
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
CFTPA
O projecto Casiotone For The Painfully Alone chegou ao fim, e os fins são sempre momentos tristes, principalmente quando gostamos do percurso por inteiro. Queria mais, mas Owen Ashworth não me fez a vontade. Gravou uma mão cheia de discos e mais alguns eps. Gravou pouco, pelo menos para mim, que queria mais. Agora só me resta multiplicar as audições para que a magia não termine. É o que tenho feito, principalmente com Advance Base Baterry Life, o disco de 2009. Tirando uma ou outra versão escusada (principalmente Born In The U.S.A.), este é um disco quase perfeito, que não se esgota nas melodias engenhosas que nele habitam. Também nas letras das canções se dizem coisas fascinantes. Fica o exemplo de The Only Way To Cry:
a man goes to the movies & buys every seat in the house
he watches the movie alone & he cries in the darkness
until the end credits roll
he says I know it seems extravagant but have you ever tried
man it's the only way to cry
Ouça-se, então, mais uma e outra e outra vez ainda, os sons de CFTPA.
domingo, 5 de dezembro de 2010
Final
sábado, 4 de dezembro de 2010
Poema
Podia agora caminhar
a passos largos
até ao fim do poema
mas a vida
é tão pequena
que não vale a pena
terminá-lo assim
Até porque
para haver poema
nunca pode haver um fim
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
A longa espera...
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Escrever dezembro
terça-feira, 30 de novembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Poema
Fala comigo
desse tempo antigo
que também eu fui
Quero ouvir a tua voz
a sussurrar-me ao ouvido
(criança de calções
e riso alado)
tu tão distante
eu tão parado
nos dias de hoje
Quero ouvir a tua voz
sem que me avises
da tua chegada
(tu que és só memória)
para sermos de novo
uma mesma história
no tempo parada
Vem criança antiga
pus a mesa para o almoço
e fica a promessa
que se por acaso
a tua voz eu ouça
iremos à tarde ao parque
brincar no balouço
e andar de escorrega
domingo, 28 de novembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
Poema
Parece que escorrem
entre os dedos
os dias como poeira
as horas como sopro
de sereia
que se perdeu no mar
e eu
cansado de esperar
ando pelas horas
mais tardias
pelos quintais do desejo
à espera de te ver
chegar
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Bonecos de papel
Bonecos de papel! Num tempo em que quase todos os brinquedos são de uma enorme sofisticação, voltar a brincar com as formas do papel é algo muito interessante. Resta uma pergunta, também ela reveladora dos tempos que correm: quem "brinca" mais, aquele que inventa o brinquedo, ou aquele que com ele brinca?
* este post inaugura uma nova etiqueta neste blog
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
domingo, 21 de novembro de 2010
sábado, 20 de novembro de 2010
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Bellissima città (IV)
Estava em Roma quando a minha A.S. Roma ganhou à S.S. Lazio. O grande derby romano teve um fim que me agradou. Nessa mesma tarde, e durante o jogo, fui a uma loja oficial da A.S. Roma, que fica na Piazza Colonna, 360. Fui muito bem recebido, e deixaram-me tirar várias fotografias. Se fosse romano, ou se por lá morasse, esta seria a "minha gente"!
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Destino (in)certo
Poderei sempre
cantar a aurora que virá
sabendo que ela não vem
Poderei sempre
vislumbrar na noite o brilho
que tal aurora não tem
Ou então cantar a noite
onde a escuridão impera
e onde não se vê ninguém
terça-feira, 16 de novembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Poema
A noite chega
de malas feitas
para passar comigo
as horas do costume
Abro-as
apressadamente
e cega-me a luz
exuberante
das estrelas
É melhor o tempo
quando não pensamos nele
É melhor a luz
quando não podemos vê-la
domingo, 14 de novembro de 2010
Bellissima città (II)
sábado, 13 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Bellissima città (I)
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Poema
Perco-me nos caminhos
porque vou ouvindo
as vozes que o vento me traz
Ah, ser capaz de não ter medo
de me sentir incapaz!
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Um nome que não tinha
Fixei o olhar no chão que te sustinha. Eras chão, e restos de mar, areia colada à pele. Depois, a muito custo, pude ver-te inteira, quando me chamaste um nome que não tinha. Ninguém se chama assim, balbuciei. Ninguém se chama assim, amor. E tu sorriste, mostrando o prazer que se sentia. Eram os dias do encanto, os dias em que as ondas do teu corpo eram mar e maresia.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Uma aproximação
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
Reservado
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Uma vulgar ambição
Queria tanto
fazer um poema
sem palavras
para que todos
pudessem lê-lo
soletrando
o que lhes ditasse
o coração...
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Poema
Batem-me à porta
quando já nem casa tenho
e sabem o meu nome
os meus caminhos
quando há muito me perdi
Parecem corvos
a pairar por cima
ao lado
por baixo
prontos a cravar
as garras no pouco
que há em mim
terça-feira, 2 de novembro de 2010
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
domingo, 31 de outubro de 2010
sábado, 30 de outubro de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Poema
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Weeping songs
Perfume Genius criou esta pequena maravilha low-fi: Learning. Ouvi-lo é uma experiência que pode levar às lágrimas, como diz o meu amigo Jorge. E tem razão. Ontem escutei-o vezes sem conta, e aprendi uma nova e bela maneira de chorar.
(este é Mike Hadreas, a.k.a. Perfume Genius,
músico de Seattle, de apenas 20 anos)
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
domingo, 24 de outubro de 2010
sábado, 23 de outubro de 2010
Poema
Aos poucos
a noção do abandono
nas mãos
nos cabelos espreguiçados
ao vento
nas pedras que são só
pedras e mais nada
Aos poucos
a despedida dos pequenos gestos
os braços caídos
os olhos em água
e uma breve luz
ao longe
a fingir que é madrugada
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Poema
Dar mais um passo
por sobre nós
não será nunca
o caminho mais decente
Antes a lucidez estática
de ruir perante
o sonho
sem ficarmos sós.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Ainda
O que passou ainda existe. Ainda vive na longínqua neblina da memória. Lembro-me que não sabias como seria o futuro. O teu? O nosso? Que ingenuidade! Como se o tempo que vem nos pertencesse alguma vez... Por isso, só o passado nos acolhe. Só o que fomos ainda nos habita. E assim, no meio da neblina desse tempo e desse corpo, há ainda uma força que pulsa e um coração que palpita.
* na imagem, a minha amiga e ex-aluna Marina.
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