terça-feira, 5 de janeiro de 2010

B Fachada


É bom dizer que raramente me detenho com os músicos e as bandas cá da terra. Por isso, e à cautela, só agora me resolvi a escrever um post sobre o fenómeno B Fachada. Oriundo do grupo de músicos da editora FlorCaveira (que apresenta outros nomes interessantes, como Samuel Úria e João Coração, por exemplo), B Fachada deu-nos um disco bem português, onde as influências da canção popular são evidentes (Fausto, Vitorino, Zeca Afonso, etc..., bem como alguns tons de voz à Rui Reininho), mas que tem o desplante de ser inovador, tanto nas letras das canções, como na abordagem seriamente despreocupada que parece ser imagem de marca de B Fachada. Vale a pena acreditar que há algo de novo a nascer em Portugal, musicalmente falando. Vale a pena ouvir com atenção o romantismo em tons disformes e inusitados de toda esta nova geração que se quer afirmar no difícil mundo da música competente e promissora. É certo que por vezes ainda sentimos um natural tique amadorístico e ingénuo nos discos de B Fachada (o outro a que me refiro dá pelo nome de Um Fim de Semana no Ponei Dourado), mas para além de achar graça ao facto, a verdade é que estou rendido ao som que aqui proponho. E a versos como estes, por exemplo:

“tenta lembrar-te dos carinhos que te dei se fores capaz/ e não me troques por beijinhos de rapaz ” ou ainda “é bom ter má fama,/ dá para ter vazia a cama”.

* é impressão minha ou há muito de Emilio Cao em algumas das canções deste disco?

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