Nem sempre escolhemos como preferido aquele que sabemos ser o melhor disco de um determinado artista. Aceitar esse facto é a melhor forma de lidar com essa realidade. Por isso escolho Autogeddon, de Julian Cope, em vez de escolher um dos seus trabalhos mais conceituados, como Peggy Suicide, ou Jehovahkill, por exemplo. Há muito que queria incluir um disco do meu adorado Julian Cope neste Museu tão especial. E escolho Autogeddon porque desde a primeira audição me deixou fascinado pela estranha elegância de certas canções, como Don't Call Me Mark Chapman, por exemplo. Mas também porque Madmax, Paranormal In The West Country ou Ain't But The One Way são canções delirantes e belas, das melhores que o Arch Drude inglês tem produzido. No entanto, é com s.t.a.r.c.a.r (exactamente grafado assim) que o disco atinge o seu momento mais sublime: a guitarra de Moon-Eye, que se faz sentir desde os primeiros instantes da canção, viaja para sempre na cabeça de quem a ouvir. Sim, para sempre! Além de tudo isto, o disco revela uma certa loucura sadia (nas letras, nos ritmos, num certo imaginário apocalíptico...), bem típica do seu criador. Julian Cope juntou-se a Thighpaulsandra, Donald Ross Skinner, o já referido Moon-Eye e outros mais para criar este estranho Autogeddon, tão do meu agrado.
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