Depois, depois deu-se por finda a festa e os corpos permaneceram intactos, sem respirarem uma outra vontade que não a de permanecerem assim, em silenciosa dependência. Ele não sabia nada da vida porque ela era a sua vida, e ter a vida ao lado, ao dispor de um qualquer capricho, é coisa que ninguém acredita ser possível. Mas depois mudou o vento, e lá fora agitou-se o ar em reboliço. Depois veio outro tempo, o tempo de um outro compromisso.
* a imagem deste post é um frame do filme La Collectionneuse, de Eric Rohmer
3 comentários:
Pois é Carlos...muitas vezes até temos mesmo aquela vida ao nosso lado ao dispor de qualquer capricho...mas como é coisa que não acreditamos ser possível... juntos, mas desencontrados.
Quando de uma imagem se retira essas palavras (não são mil, mas bem que podiam ser), é porque alguém sabe o que estava a fazer quando a criou.
Ela "não sabia nada da vida porque" Ele "era a sua vida"...
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