quinta-feira, 29 de abril de 2010

Poema

Suponho que fui o primeiro a despir-me

Depois (ah! que irritante
esta tendência narrativa dos meus versos)
foste tu a imitar-me
no desenho das roupas
espalhadas pelo chão

Eu cobria-te o corpo
no movimento das mãos
lembrando um maestro
em êxtase sinfónico

Lembras-te?

Depois (de novo
este impulso...) a noite continuou
intensa e liberta
muito para além
dos versos deste poema
que recorda
essa narrativa aberta

1 comentário:

Leone Niel disse...

Brilhante brilhante...