quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Whiskey sueco


Só 4 anos depois da sua edição é que Whiskey me chegou às mãos. Comecei a conhecer Jay-Jay Johanson através do seu segundo (e soberbo) trabalho, intitulado Tattoo. Fiz, portanto, o percurso inverso. Também aqui se escreveu direito por linhas tortas. Whiskey é todo ele cintilante, elegante até às últimas notas de cada canção, e Johanson revelou-se, nessa altura, o crooner mais cool do meu universo musical. Há poucos dias voltei a ouvir o disco, repetidamente, até chegar a uma conclusão antiga: a voz não combina com a figura, a capa nada diz sobre o conteúdo, nada parece bater certo, portanto. Isso faz parte do seu encanto. Talvez esse facto nos ajude a parar, a escutar com atenção o som de cada canção, a recordar os tempos dos ruídos do vinil, que conferem ao disco uma intemporalidade interessante. Em pouco mais de 30 minutos somos confrontados com apenas 9 canções, e isso chega, porque a função repeat é suficiente para prolongar no tempo, aquilo que o disco faz por nós. Como não morrer de amores por So Tell The Girls That I Am Back In Town ou I'm Older Now, só para citar os dois melhores momentos de Whiskey? Curiosamente, este último tema referido usa um sampler de Fish Beach, de Michael Nyman, da banda sonora de Drowning By Numbers, o meu filme predileto de Peter Greenaway, sendo que essa mesma banda sonora é um clássico dos meus ouvidos há já longos anos. Nada poderia ser mais perfeito, como se percebe pelo que escrevo.

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