Eça escreveu Os Maias, obra máxima do Realismo português, e nas suas múltiplas páginas habitam personagens cheias de vida, embora mortiças interiormente. Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, obra cimeira do Realismo brasileiro, habita uma personagem morta, mas com garra e genica suficientes para dar vida a uma morto. Na obra do português, poucas referências ao Brasil de Machado. Já na do brasileiro são várias as referências a Portugal, a alguns autores importantes, às suas cidades mais literárias. Duas obras tão distantes, mas ao mesmo tempo tão unidas pela vasta qualidade das suas páginas. Leio, pela segunda vez, as memórias de Assis, e começa a nascer em mim a vontade de conhecer The Life and Opinions of Tristram Shandy, Gentleman, o famoso romance de Sterne, que vergonhosamente nunca li. Talvez lá mais para a primavera...
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