Trinta e oito anos (!!!) depois de ter sido lançado por Brian Eno, Taking Tiger Mountain (by Strategy) chegou-me aos ouvidos. Foi neste passado mês de agosto, e surgiu-me como uma autêntica benção para a alma e para o corpo. Este segundo disco a solo de Eno (o primeiro é outra pérola, e dá pelo nome de Here Come The Warm Jets) tem a beleza sinistra dos objetos estranhamente requintados, tem a profundidade que se exige a uma obra maior, tem canções que ficam no ouvido logo à primeira audição, embora se instalem muitíssimo melhor com o decorrer do tempo, e tem a grandeza dos trabalhos intemporais, mesmo que se perceba um ou outro momento mais datado. Tem, portanto, tudo o que espero de um disco para a vida, digamos assim. Lendo a wikipedia descobri tratar-se de um trabalho conceptual, misturando espionagem com a revolução comunista chinesa. Como gostei tanto do disco decidi investigar mais um pouco, e encontrei algumas surpresas, que explorarei em outras duas postagens, a breve trecho.
Para já, aquilo que me importa pela urgência superlativa que o disco impõe, é dizer da obrigatoriedade da audição de Taking Tiger Moutain (by Strategy). O meu delay em relação a esta obra de Eno (ainda por cima tratando-se de um músico que não me é minimamente desconhecido) é imperdoável, e o facto de me ter espantado tanto com ele nos últimos tempos, só me faz perceber ainda mais que seriam precisas mais vidas para que pudesse, um dia, morrer em paz e com o sentimento de dever cumprido em termos de conhecimento (e contentamento) das grandes obras da música popular dos séculos XX e XXI. Abençoado sejas, Eno!
(gravado em setembro de 1974, e lançado em novembro do mesmo ano)
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