terça-feira, 30 de outubro de 2012

Poema

É preciso que morram de novo
e definitivamente
para que vivamos sem eles
ao nosso lado
mais do que quando vivos

Os mortos levam uma vida simples
como a nossa
mais serena no entanto
mas mesmo assim
ainda em nós
e por isso devemos-lhes
uma vida que já não têm

É preciso que morram de novo
para se libertarem
para viverem plenamente
o sentido dos séculos
da morte que lhes roubamos
ao andarmos com eles
de mãos e cabeças dadas
todos os dias das nossas vidas

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