Os corpos abandonavam o palco vergados ao peso da eternidade. Tinham sido ginastas, bailarinos, acrobatas das coisas do amor. Apenas o lençol branco e puro guardava nos seus vincos em desalinho os moldes dos malabaristas, os cheiros próprios das noites assim, os segredos partilhados que diziam aquilo que ambos sabiam desde sempre: há sempre tempo para o abandono, para a sofreguidão macia dos desejos, para o ópio da pele nua disposta a gritar por mais.
* esta imagem foi gentilmente cedida pelo blog http://coisas-parvas.blogspot.com/
** O I Blog Your Pardon faz um ano dia doze deste mês. Para saber como participar na festa carregue aqui.
4 comentários:
Os teus textos são um bálsamo para a alma! :]
Ah, obrigado, amiga sofia. Fico contente com o elogio. E amanhã o blog faz um ano. Vai haver festa rija e muitos convidados ;-)
A verdade é que quando um texto se encontra de mãos dadas com a perfeição, sem nunca o ser (pois a perfeição não existe), as palavras por mais entrelaçadas que estejam, por mais significados que tenham, nunca transmitirão o que o próprio texto transmite. Os elogios tornam-se inúteis. Enquadra-se tão bem com o que se passou na foto... antes, durante e depois. Mais que bálsamo. Obrigado da parte dos dois envolvidos em artes "circences" (salvo o erro).
Obrigado, Leone. Se não fosse a imagem...
Um abraço.
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