terça-feira, 31 de março de 2009

Zii e Zie - a capa

Para quem idolatra Caetano Veloso, como eu idolatro, ver a capa do seu mais recente disco (tão recente que só sai para o público no próximo dia 14) é um acontecimento que tem de ser bem degustado. Já olhei para a capa de Zii e Zie com muita atenção e fiquei muito agradado. Em primeiro lugar pela melancolia dormente, soturna, quase sem alma que a imagem evoca. Depois porque aquele que foi o título inicial do cd (transambas) não foi desperdiçado, surgindo agora como subtítulo. Também porque na contracapa podemos ler transrock, o que me faz pensar que teremos um digno sucessor do brilhante . E mais razões ainda: porque é raro vermos imagens de Copacabana como esta, tão estranhamente inquietante, o avesso do fulgor das imagens iluminadas, cheias de sol e cor que a ela associamos tão facilmente. A capa parece-me esteticamente muito bem conseguida. E aqueles que, como eu, conhecem ao pormenor todas as capas da extensa discografia do genial baiano, sabem bem que algumas há em que a adjectivação que escolhi para esta, não cabe em muitas das outras que foram surgindo ao longo de mais de quatro décadas. A sequência das músicas é a que se segue:


1. Perdeu
2. Sem Cais
3. Por Quem?
4. Lobão Tem Razão
5. A Cor Amarela
6. Base de Guantánamo
7. Falso Leblon
8. Incompatibilidade de Gênios
9. Tarado Ni Você
10. Menina da Ria
11. Ingenuidade
12. Lapa
13. Diferentemente


Para já, a capa! Dentro de dias, a obra completa.

* cliquem aqui e entrarão num novo link onde poderão ver a capa de Zii e Zie com mais pormenor.

** a ordem das canções não é a que consta na imagem, mas a que deixo escrita neste post.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Poema

Ponho a mão ao lume
madeira de pele a escurecer

Quero a escrita mais intensa
versos em chama
palavras e poemas a arder

Quero sobretudo
a vivência do lume
a queimar
e a derreter

domingo, 29 de março de 2009

sábado, 28 de março de 2009

O Cinema Falado

Há já muito tempo que ando para escrever sobre O Cinema Falado, filme que Caetano Veloso realizou nos finais dos anos 80. Desde logo porque até à sua existência em dvd, eu estive por duas vezes muito perto de assistir à sua projecção em Lisboa, e em ambas as vezes, o filme nunca chegou a ser exibido. Nunca foram dadas explicações sobre o sucedido. Daí que, quando saiu a edição em dvd, comprei-a imediatamente.
O filme conta com participações de relevo, desde logo sobressaindo nomes como Júlio Bressane, Maurício Mattar, Regina Casé, a mãe do próprio Caetano, alguns familiares mais próximos, Paula Lavigne e tantos outros.
Consta que no dia da estreia, no FestRio, em sala totalmente sobrelotada, o público foi saindo aos poucos, não aguentando o calor (dizem uns) e a qualidade do filme (dizem outros, em maioria). Só quando o filme caminhava para a recta final é que o clima se agravou, aparecendo algumas vozes críticas gritando impropérios, destruindo verbalmente o que Caetano havia filmado. Claro que muitos ficaram até ao fim da projecção, aplaudindo efusivamente a primeira longa metragem de Caetano.

O filme é um baú de referências: Godard, Fellini (Caetano chega mesmo a assobiar excertos de melodias de Nino Rotta, dos filme La Strada e Il Vitelloni), Rogério Sganzerla, Win Wenders, mas também nomes como Guimarães Rosa, Heidegger e muita mais filosofia alemã. Vozes e/ou presenças de Elza Soares, João Gilberto, Dedé (primeira mulher de Caetano) e tantas outras também se encontram no filme. Como se não bastasse, os assuntos filmados percorrem as Artes Plásticas, Teatro, Sexo, Homossexualidade, Música Brasileira, Rock Inglês...
O Cinema Falado é um filme pretensioso. Caetano foi crítico de cinema durante largos anos e tinha vontade de fazer vários filmes. Só fez um. Talvez porque fazer cinema para entendidos (esta expressão em itálico vou buscá-la ao disco Araçá Azul, apresentado por Caetano como sendo um disco para entendidos) não seja tarefa fácil num país como o Brasil.
Eu, embora suspeito na matéria, gosto do filme. No entanto, também o acho excessivo em alguns takes, mas inteligente, sensível, doutrinário e feito num tom descomprometido que me agrada. A edição portuguesa tem mais de três horas de extras, o que torna a coisa ainda mais apetitosa. Mas, ou muito me engano, ou já dificilmente se deve poder encontrar à venda.



*este vídeo mostra cenas do filme O Cinema Falado, misturadas com canções de Araçá Azul e Jóia.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Welcome Simone

Já hoje fui a ouvi-lo a caminho da escola. Lá fui eu, com as vozes das três meninas nos ouvidos, a dizerem-me coisas bonitas logo pela manhã. Talvez à noite consiga ouvir Still Night, Still Light com mais atenção. Deixo-vos a capa, sombria, spooky, quase tenebrosa, o que combina bem com o ambiente dos keyboards da Erika, da Annie e da Heather. Que alegria!!! Elas voltaram!!!

CASIOTONE FOR THE PAINFULLY ALONE III

Para terminar esta semana especial sobre o projecto de Owen Ashworth, aqui fica a capa do seu próximo trabalho de originais, a sair a 7 de Abril. Chama-se Vs. Children. A lindíssima pintura da capa é de Heidi Andersons.

Ao que consta, este novo álbum está menos contagiado pelas habituais electrónicas Casio, e mais próximo do som acústico, com linhas de piano. Estou seguro de duas coisas: será excelente e não vou passar sem ele nos próximos tempos.

* este ano já saiu o magnífico Advance Base Battery Life, disco de raridades, b-sides e afins.

quinta-feira, 26 de março de 2009

A Cidade das Palavras

I - A minha cidade já não existe. Mudou de nome. Tinha nome de pessoa e agora tem apenas nome de cidade. dela recordo o que vivi até a ter deixado a milhares de quilómetros de distância. Morreu a cidade em que nasci e nasceu outra igualmente bela, porque igual. Apenas mudou o nome, apenas mudaram as palavras.

II - A minha cidade já não existe. A luz, o sol dessa mesma luz, já não o vejo. Mas ele continua a existir deitado nas águas índicas das praias onde fui quando criança. Não lhe sinto o calor, não sinto o caldo da água onde chapinhavam os meus braços inocentes em brincadeiras de pingos salgados.

III - A minha cidade já não existe. Em memória dela tenho páginas e páginas escritas que falam de dias amplos e de gritos de aves, de micaias a florescer e de nuvens altas e areias cintilantes. Tenho palavras prontas que dão saltos de meninos pelas ruas que hoje são outras, sendo exactamente as mesmas.

IV - A minha cidade já não existe. Só os livros falam dela. Só as fotografias dos álbuns de família conseguem fazê-la viver um pouco. Ninguém vê, ninguém sente, mas nelas há uma vida que acontece para além do tempo, quando as seguro, quando me demoro ao ver as ruas, os carros nas ruas, as pessoas nas ruas preguiçosamente emolduradas nessa memória fixada no papel.

V - A minha cidade já não existe. Houve tempos em que existiu, e foi bonita a minha cidade. Ontem julguei tê-la visto enquanto passavam as horas do dia que nascia. Era a mesma, exactamente a mesma cidade que quase não conheci. Parecia viva, e ouvia-lhe os sons, as conversas vagarosas das gentes e os sorrisos sem tempo que mostravam. Dei-lhe então um novo e derradeiro nome: a cidade das palavras.

* este texto foi escrito há já muitos anos, para uma primeira edição de um jornal lisboeta, a convite do meu amigo Artur Carvalho. Confesso-te duas coisas, Artur: julgava este texto perdido para sempre, e já não me recordo do título do jornal...

** brinquei e passeei muitas vezes no espaço que a imagem acima mostra. A minha casa distava poucos metros desse local. Fui baptizado na Catedral que se vê na imagem. A minha cidade é, desde há muito, uma imagem impressa a cores no papel da minha memória. Chamava-se Lourenço Marques, e era lindíssima.

quarta-feira, 25 de março de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

segunda-feira, 23 de março de 2009

Meninas bonitas

Chama-se Still Night, Still Light e é o título do novo disco destas meninas adoráveis e bonitas. Em breve estará disponível no mercado. Pode ser que lá mais para o verão passem de novo por cá, para matar saudades e lhes dizer, de novo, no fim do concerto, Au Revoir Simone.

O alinhamento do disco já se conhece:

1. Another Likely Story
2. Shadows
3. All or Nothing
4. Knight of Wands
5. The Last One
6. Trace a Line
7. Only You Can Make You Happy
8. Take Me as I Am
9. Anywhere You Looked
10. Organized Scenery
11. We Are Here
12. Tell Me

CASIOTONE FOR THE PAINFULLY ALONE

Alguns dos posts desta semana serão dedicados a uma das minhas mais recentes paixões musicais. Já por aqui lhe fiz referência (ou reverência, se quiserem): chama-se Casiotone For The Painfully Alone. Comecemos então com esta canção... Dói, de tão triste!



Casiotone For The Painfully Alone é um projecto de um homem só. Chama-se Owen Ashworth.

domingo, 22 de março de 2009

Estrelas na Serra ( Piódão - I )


Depois da neve da Serra, fomos até Piódão, a aldeia presépio da encosta da Serra do Açor. O tempo parou por ali há muito. Ou melhor, não parou, passa por ali devagarinho, quase parando. E ainda bem que não tem pressas. As pedras que fazem as casas não mostram o coração que as habita. Que lhes dá forma e cor. Tudo é pequeno, formoso, esconso, típico. Ninguém se perde em Piódão, mas Piódão é uma perdição que vale a pena. Havemos de voltar por uns dias.

sábado, 21 de março de 2009

Poema


Metade de ti sou eu inteiro
metade de mim pouco será

Porção de pouco de quase nada
do nada que aos poucos nada dá

sexta-feira, 20 de março de 2009

Wilde America

Hoje apeteceu-me!
Assim, rápido e certeiro, porque vindo do fundo da memória.
O que eu adorava esta mulher e o seu Kids In America!

Estrelas na Serra ( segundo floco )

Chão de pedra e neve. Muita neve. O gelo ao sol, sem ter vontade de derreter. Assim estava a Serra, com muita neve e muito sol.

Há sempre um frio indistinto
quando olhamos para o céu

Um arrepio níveo no azul solar
e uma colcha branca para caminhar

quinta-feira, 19 de março de 2009

Da maior importância



A mais bela, a mais sexy, a melhor voz feminina do Brasil. Tanta beleza até assusta.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Poema

Afinal tudo havia
por fim recomeçado
em mais um choro
em mais um sonho
de novo acordado

E agora que vive aos nossos olhos
como se fosse um de nós há tanto tempo
não respeita horas
nem entende o tempo
que o tem embalado

Nem sabe que é seu
o futuro começado

* este poema foi escrito para o meu filho Lourenço, no dia 15/04/2001. Tinha 12 dias de vida. Encontrei-o há dias, numa pen perdida no tempo, que entretanto, passou...

terça-feira, 17 de março de 2009

Outras Palavras

"Parafins gatins alphaluz sexonhei la guerrapaz
Ouraxé palávoras driz okê cris espacial
Projeitinho imanso ciumortevida vivavid
Lambetelho frúturo orgasmaravalha-me Logun
Homenina nel paraís de felicidadania:
Outras palavras"

* é disto que sinto falta: de outras palavras que nos digam mais do que certas palavras.
** excerto final do poema cantado em Outras Palavras, de Caetano Veloso.
*** este post inicia uma nova etiqueta neste blog.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Estrelas na Serra ( primeiro floco )

Sim, tivemos toda a neve da Serra à mão de semear. E a colheita foi óptima. Mais para ver durante os próximos dias...

sábado, 14 de março de 2009

Poema

Quando anoitece
voltas para mim
no sossego enorme
das horas que te trazem

e vens iluminada
quase sempre

um olho azul
com sobras de céu
e estrelas na boca

Não há prazer maior
do que ter-te assim
iluminada e louca

sexta-feira, 13 de março de 2009

Vou ver se há neve...

Até já: vou até à Serra da Estrela e volto domingo à noite. Não deixem de passar por aqui, se não tiverem nada de mais interessante em mãos. Os posts estão programados e sairão à hora marcada.

Animália

Foi súbita a transformação. Nem ainda hoje sei como explicá-la. Parecia um fogo, um fogo interno a consumir-me a carne, os ossos, o som dos ossos a quebrarem-se, a desfazerem-se por dentro. E depois os poros, a dilatação da pele, o animal que somos a aparecer aos poucos, um rasgão de pele a uivar a sua dor até ter medo de saber quem era. Um rasgão no tempo de sermos um outro alguém dentro do que sempre fomos. O olho atento, felino de emoções. Assim, animal a querer crescer. E, de repente, a lua parou para me ver.

* sim, sou eu, mas não se assustem!

quinta-feira, 12 de março de 2009

New Musik


I - Os New Musik tiveram vida curta. Para mim, esse é um dos maiores mistérios dos anos 80. Como pode ter acontecido? Os New MusiK eram verdadeiramente geniais, muito para além do seu tempo. Faziam canções com enorme apuro melódico, canções pop com travo futurista, clever and catchy music, I must say. O grande cérebro da banda chama-se Tony Mansfield, e liderou-a de 1979 a 1982. Depois, desapareceram, embora nunca o tivessem feito oficialmente.

II - O primeiro disco da banda surgiu em 1980, pela pouco sólida GTO: intitulou-se From A to B. Todas as músicas do álbum poderiam ter sido singles, mas surgiram apenas Straight Lines, Living By Numbers, This World of Water e Sanctuary. O disco não fez má carreira, chegando ao Top 40 de Inglaterra. Mas sempre foram mal amados e pouco reconhecidos. Eu, literalmente, AMO este disco. E recordá-lo aqui e agora, é um imperativo. Tardio, devo acrescentar. Tenho-o em vinil e em cd, numa versão com 3 extras de grande qualidade. A pergunta que fica é esta: quem nunca ouviu From A to B, está à espera de quê?

III - Para muitos, Anywhere, o segundo álbum da banda (1981), é o seu melhor trabalho. Eu não me atrevo a escolher o melhor disco dos New Musik. Fazê-lo seria quase uma traição à paixão que sinto por todos. Mas, na verdade, Anywhere é imenso, cheio de canções superlativas, algumas trazendo autênticos landscapes sonoros, como a soberba Areas, ou a igualmente soberba Luxury, ou ainda Peace, todas elas deliciosas canções para ouvir e meditar. O disco foi aclamado um pouco por todo o mundo, mas vendeu pouco, ainda menos do que o primeiro. Também o tenho em vinil, trazido sem que ninguém soubesse (estava perdido por detrás de armários cheios de álbuns que ninguém ouvia...) da Rádio Horizonte (da Amadora), onde eu e o meu amigo Janeca tivemos durante dois anos, julgo eu, um programa de música brasileira intitulado Avenidas. Era difícil, para não dizer impossível, comprar o disco em Portugal. Mas eu tenho-o, felizmente. Como também o tenho em cd, com três faixas extras, re-intitulado Anywhere...plus. A pergunta que fica é esta: quem nunca ouviu Anywhere, está à espera de quê?

IV - No ano seguinte, em 1982, foi editado o último trabalho dos New Musik. Warp é um disco bastante experimental, digamos assim. Representou o adeus de uma das melhores bandas dos anos 80, um adeus sem ponta de glória, apesar de ter canções como Here Come the People, A Train on Twisted Tracks, Kingdoms For Horses, uma versão de All You Need Is Love, dos Beatles, logo seguida, no alinhamento do disco, de All You Need Is Love, canção com o mesmo título da anterior, mas assinada pela própria banda. E assim, nesse mesmo ano, os New Musik desapareceram. Também tenho Warp em vinil e em cd, de prensagem japonesa, com cinco faixas extras. E, é claro, a pergunta que fica é esta: quem nunca ouviu Warp, está à espera de quê?

V - Tony Mansfield continuou ligado à música, como produtor. Produziu nomes como Aztec Camera, The B-52's, Captain Sensible, The Damned, entre outros.

* Tenho uma compilação dos New Musik feita por mim (em cd) e ofereço-a a quem melhor souber pedi-la, com jeitinho, de forma meiga. Vão ver que nunca mais os deixarão de ouvir.

** Todos estes discos estão, claro está, no meu Museu dos Melhores Discos do Séc XX

quarta-feira, 11 de março de 2009

Barbapapa

Era muito miudo ainda quando os Barbapapas entraram na minha casa. Lembro-me ainda tão bem da música e do facto deles serem capazes de ganharem formas inusitadas, moldando-se a qualquer situação. Gostava dos bonecos, das cores, da inocência de todas as suas aventuras. Deixo-vos aqui, para melhor se recordarem dos tempos em que não existiam Pokémons, Digimons ou bonecos assim. Os Barbapapas são franceses, o que lhes dá ainda um outro élan, n'est-ce pas?


Este é o Barbatinta, o meu preferido. Se já não se lembra bem de toda a família, veja-os aqui.

E este era o genérico que introduzia as aventuras dos Barbapapas:



terça-feira, 10 de março de 2009

Início de dia no escritório





Como aquecimento, faça um pouco de Tai Chi.






Faça assim para aliviar sua dor no pescoço e no ombro.





Wa..wa.. aaa






Mexa-se para a direita e depois para a esquerda.






Depois mexa-se para esquerda, depois para a direita.





Em seguida faça assim. Não se force a fazer um 360° com a cabeça; 180° você fará. Baixe-se um pouco como se fosse um perturbado. Repita algumas vezes até ficar cansado.





Pegue alguma coisa da sua mesa e bata na cabeça com força. Se você continuar com sono bata com mais força!





Depois disso, mexa os seus pés e balance o corpo desta forma. Faça como se ninguém ligasse e não esqueça de sorrir.





Mova pés e corpo desta maneira... Faça como se não houvesse problema nenhum.





E agora, com mais vontade! Não ligue para o que os outros dizem.





Mande embora todo o seu stress!





Se o seu chefe perguntar o que está fazendo, mova a cabeça devagar deste jeito e diga-lhe que você está morrendo de tanto trabalhar.

Perfeito, não?

* este post não teria sido possível sem o "dedinho" da minha amiga Sofia.


New Musik: Areas



Areas é o título desta magnífica canção e uma espécie de aperitivo para um post futuro sobre uma das minhas bandas preferidas dos anos 80: os grandiosos New Musik.

People drift in from the distance
People arrive and depart
Fall into an area

People appear from the twilight
See them come in from the cold
Come into an area
Come into an area

Approaching me approaching you
Countless areas you've been approaching too
Here they come there they go
From above from below
There's a chance we may meet
Somewhere sometime

People are moving to music
Dance then the music will fade
Fade into an area

People drift in from the distance
People arrive and depart
Fall into an area
Fall into an area

Into an area

An area

Area

Area




domingo, 8 de março de 2009

Poema

É cega a mão
quando procura o mar
por sobre o corpo estendido
de memória e pele

Os vendavais desfizeram a noite
que passou
e mesmo assim
por ter passado
permanece oculta
na sombra dos dedos
no escuro que cega
os dedos da mão

Cega-me
esta essência de clarão

sábado, 7 de março de 2009

Não fiques assim

Vá, descansa. O dia ainda não nasceu e eu estou aqui, à janela, pronto para receber o que vier. Hoje as árvores parecem caminhos por andar. Mas descansa agora, por favor. A viagem será longa e ainda temos uns minutos, uns instantes. Por isso, descansa, dá-me a mão e não fiques assim. Sabe tão bem estar contigo, a gozar a eternidade dos segundos que nos restam. Quando partires, promete-me que não olhas para baixo nem me acenas. Eu não iria aguentar. Queres que me cale? Eu sei que já não me ouves e que falo apenas para mim. Talvez assim me aperceba do que está quase mesmo a chegar.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Angus and Julia



Minhas senhoras e meus senhores, Angus and Julia Stone. Digam lá que não sou amigo...

* o único disco do duo chama-se A Book Like This e é maravilhoso.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Poema

Vem de longe
da lonjura do tempo
que há-de vir
do deserto
de tentarmos existir
de uma outra voz
das palavras que ao dizermos
não se mostram
vem de dentro
do meu peito
talvez na luz
ainda se dê
porque comigo
não sei porquê
vem distante
e acredito
que por estar perto
e tão longe
vem daqui
e do infinito

quarta-feira, 4 de março de 2009

Poema

Fomos já morte
antes de nascermos
silêncio vazio
de uma qualquer existência

E somos ainda
a morte protelada
antes de morrermos

Porque em tudo
somos sempre tudo
e sempre nada

terça-feira, 3 de março de 2009

Os pés descalços

Sempre foste assim. Sempre soubeste por onde andar. Devagar, quase em silêncio, foste ganhando o espaço, que afinal, sempre tiveste. Se nunca cruzámos caminhos, se nunca fomos carne em união, foi apenas porque, muitas vezes, andámos perdidos cá por dentro e pelo mundo também. Mas agora, quando finalmente percebemos tudo isto, são já outros os passos que ouvimos, descalços, sumidos, tão sumidos e em sussurro, que parecem coisa do passado. Passos em volta do passado e nada mais.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Poema

Palavra bala
certeira
pronta a romper
a carne
palavra sangue
ferida aberta

Que palavra
assim tanto te inquieta?

A palavra errada
ou a palavra certa?

domingo, 1 de março de 2009

Atlético de Madrid

Depois da minha recente ida a Madrid, dou por mim a gostar cada vez mais do Atlético local. Sempre gostei do Real Madrid, mas agora, vá lá entender-se bem estas coisas, o meu coração tem batido pelo Atlético de Madrid. Há dias, sem grande sorte, torci por eles nas competições europeias. Hoje, com grande satisfação minha, ganharam ao Barcelona. Pode ser que a embalagem dure por mais uns dias e haja surpresa no próximo jogo internacional do grande Atlético.

Oh, Jesus!


Será que servem para as feridas da alma?