sexta-feira, 30 de abril de 2010

Poema

Por vezes confundo
a minha vida com a dos outros
nesta maré de gente
que ondeia em todos os sentidos

Não vejo sequer beleza nisto
de sermos pouco
do que somos
quase sem estarmos
conscientes disso

Se houver alguém
que leia isto
compreenda que os versos
belos são só versos
que escondem o que de mais feio existe
em cada um

Talvez por isso
e como castigo de existirmos
exista a morte

Essa imensa vala comum

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Poema

Suponho que fui o primeiro a despir-me

Depois (ah! que irritante
esta tendência narrativa dos meus versos)
foste tu a imitar-me
no desenho das roupas
espalhadas pelo chão

Eu cobria-te o corpo
no movimento das mãos
lembrando um maestro
em êxtase sinfónico

Lembras-te?

Depois (de novo
este impulso...) a noite continuou
intensa e liberta
muito para além
dos versos deste poema
que recorda
essa narrativa aberta

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Poema

Ouvi dizer
que o verão vem a caminho
que demorará
pouco a chegar
tal a pressa em aparecer

Parece que vem depressa
e que está a poucos
quilómetros do meu corpo

Parece que vem já
sobre o Atlântico
a nado
para ir aquecendo as águas
que dão o mote à estação

Virá ou não?
Verão

terça-feira, 27 de abril de 2010

Conselhos Úteis

Não falar
ou não pensar
sempre que deva

Escrever versos
sem dizer coisa que valha
por muito que me apeteça

Construir assim
a vasta obra que todo
o poeta deseja

E não sentir
antes de escrever
o que quer que seja

domingo, 25 de abril de 2010

sábado, 24 de abril de 2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Poema

Tenho em agenda
fazer um poema final
numa qualquer hora tardia
para que faça mais sentido
tudo o que quiser dizer no fim

Um poema interdito
aos olhares cristalinos da manhã
porque serão nocturnos
os versos do poema

Ou talvez
seja eu a noite por dizer
no uso dessas palavras
que quero sejam sombrias
soturnas negras funestas
palavras do anoitecer

O fim inglório do poeta
é escrever para não morrer

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Jogar para quê? (I)

Desisto! Tens os trunfos todos!

* Quem é a jogadora da fotografia? Alguém arrisca um nome?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Aranhas e mais qualquer coisa

Enquanto as aranhas percorriam o escuro da parede do quarto, ele entoava uma conhecida canção brasileira. As aranhas faziam os seus sinuosos caminhos. Ele cantava, sorrindo, imaginando uma outra voz, que por um qualquer milagre o acompanharia naquele momento. Uma voz distante, tecendo ao longe uma teia de sons só para eles. Ele e ela, aranhas também.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

domingo, 18 de abril de 2010

Poema

Um caminho
para seguirmos até ao fim do mundo

O engano maior
é sabermos que em tudo
existe tudo
menos o fim

sábado, 17 de abril de 2010

Um filme (a) sério!


"You must never smile like that. You must never smile like that at anyone."

* citação do filme Morte em Veneza, de Visconti, na voz de Gustav von Aschenbach (Dirk Bogarde)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ring, ring!!!

"It's good to hear your voice, you know it's been so long
If I don't get your call then everything goes wrong
I want to tell you something you've known all along
Don't leave me hanging on the telephone"

* versos da canção Hanging On The Telephone, dos Blondie.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Stay by me, my love!

Voltou à minha mesa de cabeceira,
de onde, aliás, nunca devia ter saído!

* tenho este livro há cerca de 30 anos!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

Panic of Girls (o novo disco dos Blondie)

O novo disco dos meus adorados Blondie já tem título e capa!
Excelente trabalho de Chris Berens!

The Incredible Jimmy Smith

Aqui está a minha mais recente paixão jazzística: Jimmy Smith!

* e esta é a capa do disco que mais tenho ouvido ultimamente, comprado em Hamburgo, na megastore Saturn.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Poema

Há uma doença no olhar
quando nasce o dia
quando se olha um rio
quando em rodopio
os tempos sobram
na passagem que anunciam

Há uma doença no olhar
que é só fadiga
que é só tristeza
que é só um pouco
do que está na natureza
do olhar que renuncio

sábado, 10 de abril de 2010

Berlin, Alexanderplatz

Berlin, Alexanderplatz.
Não o livro de Alfred Döblin, antes o coração da capital alemã!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Resumo


A poesia, sempre a poesia!
Um livro que é um verdadeiro luxo.
Afinal, 2009 não foi um ano de crise.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Poema

Sem sabermos
porque é sempre pouco
o que sabemos
vamos na esteira do tempo
no sulco do tempo
porque é assim que tudo passa
sem querermos
sem sabermos

terça-feira, 6 de abril de 2010

Poema

Palavra
palavra alada
que partes
sem deixar rasto
e chegas
sem dizer nada

Que outra voz tens
para além da que apregoas?

Se não és minha
palavra
se não me queres
porque não voas
porque não voas?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

sábado, 3 de abril de 2010

9 anos


Fazes anos hoje, filhote! Muitos parabéns! Os beijos e os abraços não cabem na escrita pública deste post. São só para nós.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Solar

Este é o livro que me acompanha agora. A escrita solar de McEwan não pára de me surpreender. A temática das alterações climáticas em versão literária. 340 páginas de puro prazer.