Então a dança começou
por entre as memórias
do tempo
sem momento
e sem rigor
apenas as canções
e as melodias
pétalas sadias
dos encantos do amor
segunda-feira, 31 de março de 2008
domingo, 30 de março de 2008
Joan, once more
Esta é, para mim, uma das mais esperadas notícias do ano. Joan As Police Woman terá novo trabalho editado no próximo (mas, distante...) dia 9 de Junho. Chama-se To Survive e parece já haver imagem da capa.
Este é o follow up do absolutamente genial disco de 2006, Real Life, sobre o qual se escreveu neste blog. Quem a viu tocar no Santiago Alquimista em Outubro de 2006, não se esqueceu do que por lá ouviu. E quem esteve sentado no mesmo palco onde Joan cantava, respirando o mesmo ar das suas belíssimas canções, ainda hoje a guarda na memória.
O alinhamento do disco também já se conhece: Honor Wishes
Holiday
To Be Loved
To Be Lonely
Magpies
Start Of My Heart
Hard White Wall
Furious
To Survive
To America (com Rufus Wainwright)
O single de lançamento pode ser ouvido aqui. Chama-se To Be Loved. Para já, enquanto o álbum não vem, só nos resta recordar o disco anterior e contemplá-la, pois claro.
sábado, 29 de março de 2008
Poema
Como um rio que flui
direito ao infinito
assim é a certeza
dos raios de sol
no esplendor da aurora
A manhã mais clara
é a que nasce no sorriso
do horizonte
direito ao infinito
assim é a certeza
dos raios de sol
no esplendor da aurora
A manhã mais clara
é a que nasce no sorriso
do horizonte
An Apple a day...
sexta-feira, 28 de março de 2008
Enjoy the sound
Este não é um disco fácil. Longe disso. Mas começa a cativar pela capa, e depois vai-se instalando aos poucos, crescendo aos poucos até se tornar mais atraente. Mas é incómodo, mesmo assim. Por vezes atmosférico, outra vezes menos, mais noise, mais industrial. Mas sempre interessante. Os discos desafiantes são uma lufada de ar fresco, uma janela mais arejada para desenjoar da pop cantável que já há muito ninguém suporta - desculpem o exagero, mas é a minha verdade. E isso vale pouco, eu sei...
Quem quiser experimentar pode ir a http://www.dsekt.com/ e fazer o download gratuito do disco. Chamam-se Downliners Sekt. O álbum dá pelo nome de The Saltire Wave.
I Blog Your Pardon
Porque é que eu tenho um blog?
Sempre gostei de escrever e durante mais de 15 anos não escrevi no papel uma única linha de texto. Não senti falta da escrita e acho que posso voltar a viver bem sem ela.
Sempre gostei de escrever e durante mais de 15 anos não escrevi no papel uma única linha de texto. Não senti falta da escrita e acho que posso voltar a viver bem sem ela.
Há algum tempo atrás, eu e os meus amigos Jorge e Janeca estivemos para fazer um blog em conjunto. Isso, no entanto, nunca chegou a acontecer, e ficou-me desde esse instante a ideia de tornar possível essa realidade, embora a solo.
Quando aconteceu, gostei de ver que a mão ainda não tinha perdido completamente o jeito para lidar com as palavras. E gostei ainda mais quando as vi iluminadas no brilho do ecrã - parece que ficam mais bonitas, não é verdade? Deixam de ser apenas coisas escritas e passam a outra categoria, mais físicas, mais iluminadas, acesas, um meio simples de chegar aos outros... Sim, porque as palavras são tão vaidosas que gostam de sentir que outras como elas possam morrer de amores por aquilo que escreveram. Esse namoro sem existência de corpos (apenas o corpo da escrita, é claro) é a realidade que alimenta este blog.
Mas, enfim, assim como estas são as razões básicas que me levaram a fazer nascer o I Blog Your Pardon, estas mesmas, ou outras de sentido idêntico, poderão ditar o seu fim.
Ter a decisão sobre tudo isto faz de nós pequenos deuses, mas somos humanos e isso é que conta.
Quando aconteceu, gostei de ver que a mão ainda não tinha perdido completamente o jeito para lidar com as palavras. E gostei ainda mais quando as vi iluminadas no brilho do ecrã - parece que ficam mais bonitas, não é verdade? Deixam de ser apenas coisas escritas e passam a outra categoria, mais físicas, mais iluminadas, acesas, um meio simples de chegar aos outros... Sim, porque as palavras são tão vaidosas que gostam de sentir que outras como elas possam morrer de amores por aquilo que escreveram. Esse namoro sem existência de corpos (apenas o corpo da escrita, é claro) é a realidade que alimenta este blog.
Mas, enfim, assim como estas são as razões básicas que me levaram a fazer nascer o I Blog Your Pardon, estas mesmas, ou outras de sentido idêntico, poderão ditar o seu fim.
Ter a decisão sobre tudo isto faz de nós pequenos deuses, mas somos humanos e isso é que conta.
Poema
Quando tudo se espraia
por sobre o mar do passado
e por entre os dedos
se esgota o sol da manhã...
Quando a noite se veste
em molhos de estrelas
a vida pára
e parará até ao dia
em que me apagarei
dos teus olhos
por sobre o mar do passado
e por entre os dedos
se esgota o sol da manhã...
Quando a noite se veste
em molhos de estrelas
a vida pára
e parará até ao dia
em que me apagarei
dos teus olhos
quinta-feira, 27 de março de 2008
quarta-feira, 26 de março de 2008
Ingrid
Adoro quando ouço pela primeira vez uma música e sinto que a conheço desde sempre. Aconteceu hoje com The Way I Am, de Ingrid Michaelson. Possivelmente, o disco Boys and Girls vai acompanhar-me durante muitos meses. Cheira a verão, um verão refinado, com sombras para me proteger do sol em excesso. Se duvidam, podem ouvi-la aqui. Depois digam qualquer coisa...
Poema
A geografia do amor
Era essa a geografia final do amor: um corpo estendido, esguio e esbelto, que o lençol se recusava a tapar completamente.
A embriaguez dos corpos não dura o tempo da sede que os habita, e por isso, as imagens que ficam são as do tempo vivido e também o das memórias que ficaram por viver. E só mais tarde, muito mais tarde, se saberá qual o tempo mais autêntico, mais verdadeiro.
terça-feira, 25 de março de 2008
Mojo Books
Acabei, há poucos minutos, de mandar um conto para a Mojo Books! Agora segue-se o (longo?) período de espera. Se gostarem, publicá-lo-ão online, e todos aqueles que assim o entenderem poderão fazer o download do texto para lerem o que escrevi.
O conceito Mojo Books é muito interessante, pelo menos para mim que gosto de música e de escrever... É simples: escolhemos um disco e escrevemos uma história que achamos estar de acordo com esse mesmo disco, com o ambiente que nos transmite, com as ideias que nos chegam à cabeça quando o ouvimos. Trata-se , no fundo, de "traduzir" os sentimentos de um disco, vertendo-os para uma história original. Apenas isso, e já não é pouco! Foi o que fiz. E fi-lo com um disco de que gosto muito, de um grupo que fez a banda sonora dos meus anos de teenager. Trata-se do primeiro disco dos Blondie, intitulado exactamente assim.
A Beira e o Mar
Hoje acordei com vontade de ouvir Bethânia. Quando isso acontece e a opção não recai em Ciclo, o disco da cantora de que mais gosto, os meus ouvidos viram-se para A Beira e o Mar, trabalho de 1984. Nessa altura tinha 16 anos, coisa sem importância, ouvia música desesperadamente, coisa sem importância, e gostei muito deste disco assim que o ouvi. O que era raro, tratando-se de Maria Bethânia. Os seus discos mostravam uma elegância demasiadamente adulta para a idade que tinha. As excepções maiores foram os dois discos aqui mencionados.
Hoje sei que é preciso saber esperar para conseguir gostar de certos discos, de certos livros, de certos filmes... Quanto a este, nada disso foi preciso.
Hoje sei que é preciso saber esperar para conseguir gostar de certos discos, de certos livros, de certos filmes... Quanto a este, nada disso foi preciso.
"Na terra em que o mar não bate
Não bate o meu coração" - canta a baiana.
Assim, no sofá da sala, preparo-me para A Beira e o Mar. E o coração já bate ao som da música.
Jogos da vida
Nunca fui de jogos de computador ou coisa que o valha. Mas ontem, ao passar os olhos por uma revista do fim de semana, dei com a imagem que ilustra este post. E lembrei-me dos meus vizinhos do lado. Tinham um Spectrum e isso era quase o paraíso. Gostava mais de os ver jogar do que de jogar. Sempre me faltou o jeito para comandos e botões, mas divertia-me imensamente quando o desespero lhes invadia a alma ao lerem no écran a mensagem mil vezes repetida em cada dia:
" TAPE LOADING ERROR"...
E por causa desses erros, ainda hoje creio que nesse tempo os dias eram maiores.
Poema
É estranho
nunca mais ser dia
quando o sol já nasceu
há tanto tempo
É estranha
a escuridão que não se esgota
na claridade do momento
nunca mais ser dia
quando o sol já nasceu
há tanto tempo
É estranha
a escuridão que não se esgota
na claridade do momento
segunda-feira, 24 de março de 2008
Maré de som
Já se conhecem algumas imagens ( a da capa, inclusivamente, de autoria de Isabel Diegues) do novo trabalho de Adriana Calcanhotto.
Já se conhece o alinhamento das 11 canções que poderemos ouvir em Maré.
1. Maré (Adriana Calcanhotto e Moreno Veloso)
2. Seu Pensamento (Adriana Calcanhotto e Dé Palmeira)
3. Três (Marina Lima e Antonio Cicero)
4. Porto Alegre (Nos Braços de Calipso) (Péricles Cavalcanti) - com Marisa Monte
5. Mulher Sem Razão (Bebel Gilberto, Cazuza e Dé Palmeira)
6. Teu Nome Mais Secreto (Adriana Calcanhotto e Waly Salomão) - com Jards Macalé ao violão
7. Sem Saída (Adriana Calcanhotto e Augusto de Campos)
8. Para Lá (Adriana Calcanhotto e Arnaldo Antunes)
9. Um Dia Desses (Adriana Calcanhotto)
10. Onde Andarás (Caetano Veloso e Ferreira Gullar)
11. Sargaço Mar (Dorival Caymmi) - com Gilberto Gil ao violão
Já se conhece o alinhamento das 11 canções que poderemos ouvir em Maré.
1. Maré (Adriana Calcanhotto e Moreno Veloso)
2. Seu Pensamento (Adriana Calcanhotto e Dé Palmeira)
3. Três (Marina Lima e Antonio Cicero)
4. Porto Alegre (Nos Braços de Calipso) (Péricles Cavalcanti) - com Marisa Monte
5. Mulher Sem Razão (Bebel Gilberto, Cazuza e Dé Palmeira)
6. Teu Nome Mais Secreto (Adriana Calcanhotto e Waly Salomão) - com Jards Macalé ao violão
7. Sem Saída (Adriana Calcanhotto e Augusto de Campos)
8. Para Lá (Adriana Calcanhotto e Arnaldo Antunes)
9. Um Dia Desses (Adriana Calcanhotto)
10. Onde Andarás (Caetano Veloso e Ferreira Gullar)
11. Sargaço Mar (Dorival Caymmi) - com Gilberto Gil ao violão
Já se sabe que é a segunda parte de uma trilogia iniciada em Maritmo (1988). Já se sabe que o disco sairá em Abril e que a nova onda da compositora gira à volta do mar. Já se conhece o texto da própria Adriana sobre o disco (e que pode ser lido aqui).
Já está na hora de chegar essa Maré de verão e pegar a onda...
Já está na hora de chegar essa Maré de verão e pegar a onda...
ps: confesso que estou muito curioso sobre este disco e principalmente em relação à faixa Onde Andarás, cujo original adoro.
quinta-feira, 20 de março de 2008
quarta-feira, 19 de março de 2008
Dança
Era uma dança, dois passos para lá, dois para cá. E a suprema inocência de que tudo ficaria igual, depois de finda. Essa foi a história contada por alguém que percebeu tardiamente toda a verdade escondida na música que os fazia dançar: mesmo que a melodia seja a mesma, há sempre modos diferentes de a interpretar.
*a imagem foi retirada do site http://aspartesdotodo.blogspot.com/
*a imagem foi retirada do site http://aspartesdotodo.blogspot.com/
Procura
O que procuramos nas palavras, afinal? A aparente posse do que dizem ou a consciência dessa impossibilidade?
terça-feira, 18 de março de 2008
Poema sem despedida
segunda-feira, 17 de março de 2008
A casa
Assim mesmo. Uma casa por cima das nuvens, um sítio onde passear com os pés inocentes e tranquilos. Essa foi a casa que sonhei e construí. A casa onde cabia todo o meu coração. A casa onde sempre existi. Uma casa sólida, feita também ela da paisagem circundante. Ainda hoje, quando saí à rua para ver o mundo perdido lá nos confins da vista, percebi que a beleza das coisas está menos nelas e mais em mim. Com esta casa é ao contrário...
* esta imagem foi retirada do site http://bocadosdetudo.blogspot.com
Poema
Ter e não ter
De um lado o passado construído
do outro o futuro por haver
E no meio uma certeza lancinante:
já me foi mais difícil
a ideia de morrer
De um lado o passado construído
do outro o futuro por haver
E no meio uma certeza lancinante:
já me foi mais difícil
a ideia de morrer
domingo, 16 de março de 2008
Idade adulta
Chegou o tempo
de abrir a porta
para que entrem
os fantasmas da existência
É este o tempo certo
o tempo novo
de enfrentar a inocência
de abrir a porta
para que entrem
os fantasmas da existência
É este o tempo certo
o tempo novo
de enfrentar a inocência
sábado, 15 de março de 2008
O tempo de existir
Era a marca do tempo que não existia mais. Uma neblina no olhar que se reproduzia assim: alguém que carregava o peso do mundo nos ombros sempre cansados. E nesse mundo havia silêncio e pó. Nada mais. Porque o tempo é exactamente isso. Resume-se a isso, a um esgar de existência que nos passa ao lado quando menos esperamos, mas que tem o peso insuportável dos anos que passam.
*esta imagem foi retirada do site http://olharmacro.blogspot.com/
Ladies & Gentlemen I'll Be Floating In Space
Parece um sonho! Os Spiritualized vêm a Portugal, ao Festival Optimus Alive 08. No mesmo dia tocam outras bandas como os fabulosos The National e as entusiasmantes Cansei de Ser Sexy, por exemplo. Mas acima de tudo é a banda de Jason Pierce que me encantará o dia. E por isso, 10 de Junho será ainda mais feriado nacional...
* o título deste post é uma referência óbvia a uma das obras-primas da banda, embora ligeiramente modificado
* o título deste post é uma referência óbvia a uma das obras-primas da banda, embora ligeiramente modificado
sexta-feira, 14 de março de 2008
B & M
Blake e Mortimer estão de volta lá para o final do mês. Uma nova aventura desta dupla de heróis é sempre um acontecimento! Eu sigo-os desde os meus anos adolescentes e para mim nunca perderam o brilho... Desta vez, a dupla mais cool do planeta vai em busca de uma civilização antiga através de uma rocha encontrada numa expedição ao Polo Sul. E, pela primeira vez na história de Blake e Mortimer, pisarão solo africano. Yves Sente e André Juillard assinam o livro. O espaço para mais esta aventura já está reservado cá em casa. Eles que venham...
quinta-feira, 13 de março de 2008
Num outro clube, numa outra esquina...
Dúvida
A estrada engana
o destino aperta
mas o chão apela
(mesmo assim)
ao caminhante
É errante o caminho certo
ou certeiro o caminho errante?
o destino aperta
mas o chão apela
(mesmo assim)
ao caminhante
É errante o caminho certo
ou certeiro o caminho errante?
quarta-feira, 12 de março de 2008
Rewind
Poema
Insistimos em viver
com o que resta de nós mesmos
sabendo que essa é a mentira
o fingimento supremo
a voz que temos
após um grito rouco
Talvez por isso
ou por castigo
morremos todos os dias mais um pouco
com o que resta de nós mesmos
sabendo que essa é a mentira
o fingimento supremo
a voz que temos
após um grito rouco
Talvez por isso
ou por castigo
morremos todos os dias mais um pouco
terça-feira, 11 de março de 2008
Aguenta, coração!
Mais uma data para apontar. Mais um concerto. Mais um tiro certeiro no coração. Será que aguento? Será que resisto a esta Gata com voz de senhora!
O paraíso teima em mostrar-me que existe e que anda sempre por perto. Basta estar atento...
* Cat Power apresenta-se no Coliseu dos Recreios a 26 de Maio e traz consigo Jukebox. Admito que possa morrer aos primeiros acordes de The Greatest, música do seu trabalho anterior.
* Cat Power apresenta-se no Coliseu dos Recreios a 26 de Maio e traz consigo Jukebox. Admito que possa morrer aos primeiros acordes de The Greatest, música do seu trabalho anterior.
Poema
Tudo o que tenho
está aqui
nas palavras que utilizo
Na mão que escreve
o inferno
na que emenda
o paraíso
está aqui
nas palavras que utilizo
Na mão que escreve
o inferno
na que emenda
o paraíso
segunda-feira, 10 de março de 2008
domingo, 9 de março de 2008
Vontade maior
Maré cheia
As boas notícia, por vezes, vêm aos pares: Adriana Calcanhotto tem novo disco no princípio de Abril e em Maio vem a Portugal para apresentar Maré. A faixa que dá título ao cd foi feita em parceria com Moreno Veloso, o que já é mais uma razão extra para estarmos atentos... O produtor é Arto Lindsay. Tudo em grande, como se percebe!
A 19 e 20 de Maio lá estarei no Coliseu de Lisboa para a ver e ouvir , mais uma vez.
E desejando que o tempo passe depressa, "Que é pra ver se você volta / Que é pra ver se você vem / Que é pra ver se você olha /pra mim"
A 19 e 20 de Maio lá estarei no Coliseu de Lisboa para a ver e ouvir , mais uma vez.
E desejando que o tempo passe depressa, "Que é pra ver se você volta / Que é pra ver se você vem / Que é pra ver se você olha /pra mim"
sábado, 8 de março de 2008
Poema
Há no ar
uma vertigem sorvedoura
capaz de me matar
num só momento
mas é a vida
que se esconde nela
que me ocupa
o pensamento
uma vertigem sorvedoura
capaz de me matar
num só momento
mas é a vida
que se esconde nela
que me ocupa
o pensamento
sexta-feira, 7 de março de 2008
Morrer
Afinal
a morte é um momento
onde se aprende a viver
na incerteza dos dias
Parece agora novidade
aquilo que tu mesma
já sabias
*para a minha boa amiga Teresa
a morte é um momento
onde se aprende a viver
na incerteza dos dias
Parece agora novidade
aquilo que tu mesma
já sabias
*para a minha boa amiga Teresa
quinta-feira, 6 de março de 2008
Hoje
Deu nas notícias: o mundo parará hoje durante algumas horas para repensar o rumo das vidas daqueles que não podem mudar o mundo. Tudo permanecerá estático e em silêncio nesses instantes. Somente os pássaros voarão alto para que a ideia de uma certa normalidade não se perca completamente.
quarta-feira, 5 de março de 2008
Mr. Bragg
Billy Bragg é um velho amigo. Há muito que conheço o seu trajecto. Muitos discos a solo, alguns com os Wilco e com os Less Than Jake, mas sempre em grande. Em Inglaterra dizem que é um national treasure, e têm razão. Volta agora aos discos com Mr. Love and Justice e o que se pode dizer, no mínimo, é que se trata de mais um instant classic. Talvez não tão cru como Life's a Riot With Spy Vs. Spy, nem tão brilhante como Talking With the Taxman About Poetry ou Workers Playtime, a verdade é que já tínhamos saudades de um disco assim, imensamente bragguiano. Os primeiros acordes e as primeiras palavras de I Keep Faith são desarmantes. O resto do álbum segue-lhe as pisadas.
* o disco pode ser encontrado em versão normal e em deluxe edition, com dois cds, ainda mais recomendável.
terça-feira, 4 de março de 2008
segunda-feira, 3 de março de 2008
Poema do destino por escolher
Hoje dói-me o corpo todo
como se fosse mulher
em hora de parto
dói-me o olhar cego por ti
o braço de te embalar
nos sonhos dos dias
e arde-me o sangue
o sangue perdido
nas horas do fim
o sangue que corre em desatino
o desespero do choro
do corpo que chora
sem se entregar ao destino
Hoje dói-me o corpo todo
para me lembrar que existo
como se fosse mulher
em hora de parto
dói-me o olhar cego por ti
o braço de te embalar
nos sonhos dos dias
e arde-me o sangue
o sangue perdido
nas horas do fim
o sangue que corre em desatino
o desespero do choro
do corpo que chora
sem se entregar ao destino
Hoje dói-me o corpo todo
para me lembrar que existo
domingo, 2 de março de 2008
J. C.
Recordações
Pareciam setas cravadas no peito. Cada olhar anunciava uma nova ferida por abrir. Talvez por isso o sol de verão trazia consigo um prenúncio tímido de um qualquer tempo mais frio, mais cinzento. As recordações fazem de nós o que querem! Magoam-nos, acariciam-nos, brincam connosco. Naquele dia foi assim, mais uma vez. Deitado no tapete de relva rente à tua pele, via o céu azul ao longe... Mas também havia céu na cor dos teus olhos que olhavam para mim.
* esta imagem foi tirada do site http://disparosporai.blogspot.com/
Poema
Escrevo os versos
que a história não conta
os versos que ninguém lê
aquilo que não existe
escrevo por detrás das coisas
na sombra dos gestos
no soluço das palavras
no silenciar dos dias
escrevo no tempo que não tenho
e até ao fim da vida...
O que escrevo é um lenço branco
que acena à minha partida
que a história não conta
os versos que ninguém lê
aquilo que não existe
escrevo por detrás das coisas
na sombra dos gestos
no soluço das palavras
no silenciar dos dias
escrevo no tempo que não tenho
e até ao fim da vida...
O que escrevo é um lenço branco
que acena à minha partida
sábado, 1 de março de 2008
Março
Março abriu as janelas
para que o víssemos
na força da sua essência
Que vozes trazes contigo, amigo
em toda a tua inocência?
para que o víssemos
na força da sua essência
Que vozes trazes contigo, amigo
em toda a tua inocência?
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