Para onde se vai, quando se caminha para a idade? Que caminho é esse, que parece ter como destino algo que ainda não se tem? Nem se consegue saber, ao menos, o que encontraremos, se lá chegarmos... Parece um trajeto impossível, sem ponto de origem, nem momento ou sítio de chegada. E se, chegados lá, ainda houver mais caminho? O que fazer? Como saber o que ainda falta, se o que se caminhou nada nos diz do que queremos saber. Talvez caminhar seja apenas um capricho do destino, que teima em nunca aparecer.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Ulla!
The War Of The Worlds vai aterrar em Portugal! A mega produção de Jeff Wayne poderá ser vista e ouvida no ainda distante dia 22 de dezembro deste ano. Muito boa notícia, portanto, e para mim, que desde a mais tenra idade idolatro esse duplo disco, então nem se fala! Mesmo sabendo que a charmosa e poderosa voz de Richard Burton já não se fará ouvir enquanto narrador, a satisfação é imensa. Estou curioso quanto à voz substituta, entregue a Liam Neeson. Apesar de saber que não temos outro local onde albergar este The War Of The Worlds, lamento que seja no Pavilão Atlântico, sala de mil ecos que impedirão, estou certo disso, uma boa fruição do acontecimento. Mas mais vale isto que nada, uma vez que as chances de termos Jeff Wayne e The War Of The Worlds por cá, eram de uma para um milhão, digo eu!
domingo, 26 de fevereiro de 2012
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Poema
Arde quando a tarde finda
e arrefece quando a noite ainda
não se fez manhã acontecida
Num momento tudo queima
noutro tudo é luz e vida
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Dentro da palavra
É-me impossível ouvir Caetano Veloso sem uma certa noção de leitura, ao mesmo tempo. Nunca estou fora da palavra, quando ouço as canções do meu mano Caetano. Trabalhador de sons e de palavras como poucos, capaz de ser ponta de lança na vanguarda da atual música brasileira, ouvir o velho Caê continua a ser inspirador, transcendente, quase uma experiência metafísica. Até porque há sempre outras palavras nas palavras que ouço, quando Caetano as canta.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Poema
Um passo mais
num caminho
que parece menos
capaz de me levar
onde quero ir
sabendo ser inútil
lá chegar
E por isso mesmo,
caminhar e caminhar...
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Ágil Gil!
Fiz as pazes com Gilberto Gil. Há muito que me havia afastado um pouco dele, dos seus discos, das suas propostas sonoras. Sempre gostei muito de Gil, entendamo-nos, mas havia há já algum tempo uma certa identidade sonora que pouco me dizia. Daí que pouco tenha ligado a Gil Luminoso, voz & violão, disco acústico de 2006. Comprei-o há dias e tenho-o tocado uma ou outra vez, ficando sempre no ar a promessa de voltar a ele, de novo. Caetano Veloso é citado no encarte do cd por duas vezes. Numa das citações diz: "Gil caminha no escuro, no futuro, perto do ser", e noutra é mais tocante, ao afirmar "Gil crê em Deus. Eu creio nele." Parece ter chegado o tempo de também eu voltar a estar mais próximo de Gil, e de acreditar no que Caetano diz dele. Disco luminoso, feito às escuras, lembrando velhas e novas canções. Ágil Gil, uma vez mais.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Poema
Já nada me atormenta!
Sei que o horizonte
me pertence
e sabê-lo assim distante
perdido no mar que é meu
não me perturba o olhar
nem a voz que emudeceu
Saber a razão do mar
é saber que se viveu
domingo, 19 de fevereiro de 2012
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Poema
Nunca sei por onde andas
nem me importa esse passado
por muito que isso me custe
Lembrar é parar no tempo
sem o tempo ter parado
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Aquecimento central
Está frio, e escrevo sem vontade de ser máquina, e sem qualquer ponta de febre. Ouço Computer World, dos Kraftwerk, e escrevo sobre ele. Na minha cabeça há computadores (e à minha frente também - um iBook G4 velhinho, que nunca me deixa ficar mal), calculadoras de bolso, números que vagueiam em ondas musicais. O ritmo pronunciado das canções anima-me, e é quase impossível não mexer o corpo, mesmo estando sentado. Será também para isto que existe a música? Sim, estou certo disso. Mas está mesmo frio, e o melhor é rodar o volume do meu sistema AMC um pouco mais para a direita. Parar, de quando em vez, para melhor pensar no que se vai escrever até ao fim de mais uma linha, e nessa pausa esfregar as mãos porque o frio do fim de tarde é cruel e entranha-se. Não ligo o aquecimento. Não vale a pena. Rodo um pouco mais o botão do volume de som, e isso basta.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Boing!
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Precária lucidez
Tenho o diabo no corpo, graças a Deus! E nem Deus nem o diabo são quem sou. Para saberem ao certo o que vai em mim, tenho de vos falar de muitos dias preenchidos e outros tantos por preencher, de muitos encontros, de muitas fugas, de muitas manhãs que nunca tiveram fim. Do sangue e das crostas que produz a vida, de cacos onde roçar as veias de vidro, de precipícios por onde andei, no limite da insensatez. E por isso peço a Deus e ao diabo e a quem me ouve, que entendam a minha precária lucidez.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Lolita e Eu
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Uma homenagem verdadeiramente planetária
domingo, 12 de fevereiro de 2012
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Poema
Era já noite
quando o teu corpo arrefeceu
senti o pulsar dos últimos momentos
como se fosse eu
que estivesse ali
E nesse assombro percebi
ter sido eu a morrer em ti
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
2012=J.C.x2
Este é o primeiro de dois discos de Julian Cope em 2012. A satisfação não podia ser maior. Este Psychedelic Revolution está comprado há dias, e vem a caminho. Cerca de uma hora repartida em dois cds, cada um deles dedicado aos dois heróis revolucionários que Julian Cope tanto aprecia. Eu, pela minha parte, não aprecio nenhum. Só mesmo o good ol' Cope para me fazer feliz, antecipadamente! I'm waiting, dude!
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Deste, e de outros tempos...
De manhã, ainda muito cedo, olhei para a janela e o que vi (imagem de cima) fez-me lembrar, imediatamente, a pintura que ilustra o interior da capa do disco The War of the Worlds, de Jeff Wayne. Fica provado, uma vez mais, que as imagens, bem como as palavras, por exemplo, valem muitas vezes mais por aquilo que nelas não se encontra, cabendo ao nosso olhar acrescentar-lhes, ilusoriamente, recordações de outros tempos, de outros momentos por nós fixados.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
O quadro
O Senhor Stein constipou-se, e muito. Constipou-se ao ponto de ter febres altas, dores de corpo, tosse quase fantasmagórica, um horror... À boa maneira exagerada e piegas dos homens, sentiu-se perante a ideia do fim da sua vida. A piorar o seu estado, iria morrer, certamente! Nunca se tinha sentido tão mal. Nunca. Deitado, sofredor das agruras virais e bacteriológicas do momento, o Senhor Stein olhou para o quadro - uma natureza morta, de Jan Brueghel - , pendurado na parede à sua frente. E nunca, como nesse momento, se sentiu tão próximo de uma obra de arte.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Poema
Todas as palavras
se acomodam
ao formato
do papel
E não há uma sequer
que por escapar
a esse destino
possa ser
quem me revele
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Poema
A noite silencia os corpos
simulando-lhes
uma inércia
de morte doentia
Para ali estão
inocentes e tranquilos
esperando a noite
desfazer-se em dia
domingo, 5 de fevereiro de 2012
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Poema circular
Parece que vem da terra
este corpo assim erguido
Como se uma longa espera
o tornasse acontecido
Para voltar a ser terra
como antes de nascido
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Poema
É solar
a palavra
certa
que faz
amanhecer
o dia
Já a noite
vive
incompleta
no silêncio
negro
que tudo
agonia
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Urgência!
Sonhei com este filme de Kubrick, embora nunca o tenha visto. Foi um sonho curto (estou mesmo convencido disso), uma espécie de trailer imaginado. Embora nada disto me pareça normal, tenho agora que ver o filme, para melhor perceber (não estou nada convencido disso) o que me levou a ser espectador involuntário de um filme que nunca me passou pelo olhos.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Ho-Ba-La-Lá
Este é um livro sobre o grande João Gilberto. O seu autor, Marc Fischer, escreveu esta obra em honra do seu ídolo. Viajou até ao Brasil pretendendo encontrar-se com João Gilberto, mas nem falar com ele conseguiu, o que não espanta, uma vez que poucos serão tão reclusos como o músico baiano. Terá sido frustrante, certamente, mas mesmo assim conseguiu entrevistar muita gente importante, o que foi produtivo para a feitura do livro. Publicou-o na Alemanha, o seu país natal, mas suicidou-se semanas antes de sair para as livrarias. Tinha 40 anos. Foi, e continua a ser, um sucesso de vendas, e agora os seus direitos foram comprados pela Companhia das Letras, que o editou no Brasil. Espero tê-lo em mãos, brevemente.
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