quinta-feira, 31 de maio de 2012

Poema

Lamento a incapacidade
de me fazer entender
por isso escrevo um poema
que acabará por não dizer
o que pretendo afirmar

Assim sendo
e apesar de lamentar
fica cumprido o poema
sem que haja 
o que comentar 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Illuminated, only by tears (I)

Este é o primeiro de 3 posts que dedico a algumas canções de Dr. Dee, o mais recente (e belíssimo) disco de Damon Albarn. Ando tão perdido de amores por ele, que não consigo ouvir mais nada há já duas ou mais semanas. A minha canção preferida é The Moon Exalted. O vídeo da canção que aqui deixo não é exatamente a que vem no disco, mas ouvindo-a assim, ao vivo, resulta igualmente bela. Deixo, igualmente, um aviso: nem todos os ouvidos se rendirão ao que vão ouvir. E se assim acontecer, quero crer que a culpa não será de The Moon Exalted. Lamento.


* O título desta série de posts é um verso da canção The Moon Exalted, que quando cantado por Damon Albarn, quase me faz chorar...

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Um disco iluminado


Um disco que me ilumina sempre que a chama perde um pouco o fulgor! Refiro-me a Pure Phase, dos meus queridíssimos Sipirualized.

* foto tirada por mim, nesta glow in the dark edition (em cd), de que tanto gosto.

domingo, 27 de maio de 2012

sábado, 26 de maio de 2012

Escrítica Pop


Encontrei este livro (um achado!) numa feira, aqui em Oeiras. Custou-me 3€. Há dias felizes!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Arte em Pärlplattor (III)


E como não há duas sem três, aqui fica o último desafio: que disco é sugerido nesta imagem? Deixe a resposta nos comentários.

* Pärlplattor é a expressão sueca que designa a arte de construir imagens com pequenos tubos de plástico sobre uma tela.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Poema

Um dia quis fazer parte
da Quadrilha de Drummond
e errei em tudo
fugi do tom de toda aquela gente
que se entregou ao desamor

Um dia quis saber o Segredo do poeta
e andei anos até perceber
que segredos são os receios
que temos (e encontramos no outro
o sítio ideal onde os expor)

Um dia
(talvez mais tarde)
queimarei todos os versos
na esperança
que das cinzas
surja o poema salvador

* Quadrilha e Segredo são dois poemas de Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Arte em Pärlplattor (II)


Pode ser que agora seja mais fácil! Novo desafio: que capa de disco é evocada nesta imagem? Deixe mensagem nos comentários, please.

* Pärlplattor é a expressão sueca que designa a arte de construir imagens com pequenos tubos de plástico sobre uma tela.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Arte em Pärlplattor (I)


Há muito que não desafiava os leitores do I Blog Your Pardon! Faço-o agora, pedindo que as respostas sejam deixadas nos comentários deste post. A pergunta é simples: que capa de disco é sugerida nesta imagem?

* Pärlplattor é a expressão sueca que designa a arte de construir imagens com pequenos tubos de plástico sobre uma tela.

domingo, 20 de maio de 2012

Poema

Não encontres o que buscas
vive a cegueira do olhar

Encontrar é prescrever
prosseguir é alcançar

sábado, 19 de maio de 2012

Post 2000


Este é o duomilésimo post deste blog! Vale a pena comemorar!
(se quiser, deixe a sua opinião nos comentários)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Ia jurar que chorou

O Senhor Stein lembrou-se de pôr a tocar a banda sonora de Amor de Perdição, de Bernardo Sassetti. No meio de milhares de cds, quase desesperou. Não conseguia encontrar o desejado objeto. Procurou-o furiosamente nas várias prateleiras onde tem, sem grande ordem, essas tão importantes rodelas de música. Não o encontrava, até que se lembrou de espreitar por detrás das prateleiras dos armários. Ali estava, caído,  com a embalagem visivelmente danificada. Depois, lembrando-se das trágicas notícias recentes, encontrou uma espécie de consolo em tudo aquilo. Colocou o disco a tocar, e embora não tenha a certeza, ia jurar que chorou.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Deus desceu à terra, de elevador


Deus desceu à terra, de elevador. Apercebeu-se, ainda em plena descida, de que uma crescente multidão avançava até ao local do encontro. Notou também que esses milhares de humanos não mostravam sinais de satisfação. Vinham de rosto fechado, de gestos férreos e firmes. Deus franziu a testa, incrédulo. Já a poucas centenas de metros do chão, Deus sentiu uma enorme dor dentro do peito: tinha perdido a fé nos humanos! E, nesse momento, travou a sua divina descida, seguindo a emergência de outros planos.

domingo, 13 de maio de 2012

Modesto elogio a Monica Vitti


Um elogio à tua beleza! Começo por silenciar-me, contemplando-te o rosto. Depois calo-me ainda mais, e já nem o silêncio escuto. Contemplar-te é ir além do ideal absoluto. 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Poema

Um dia hei de ser poeira
e entrar nos olhos de alguém
para fazer chorar
a quem eu queira

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Íntima ideia

O Senhor Stein tremeu de excitação. Um tremor ligeiro, mas suficiente para não permanecer incontido. Tinha, à sua frente, algumas das mulheres da sua vida. Muitas, sobretudo Monica Vitti, essa deusa a preto-e-branco, mas também a cores, mais tarde. Lembrou-se do tempo em que acreditava em Deus por causa dela. Teria havido mulher mais bela na história do cinema? Não, claro que não, respondeu para si mesmo, sorrindo. Pegou em meia dúzia de filmes e seguiu até à caixa para os pagar. Na sua cabeça luzia uma única ideia, a mesma referida no início destas linhas, íntima o suficiente para nada dizermos sobre ela, e para este post terminar aqui.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Giulietta Degli Spiriti


Aproveitei a promoção da Costa do Castelo Filmes (na Fnac há um número interessante de títulos em dvd a 5 euros) e comprei duas mãos cheias de bom cinema italiano, sobretudo Fellini, Antonioni, Visconti e Pasolini. Aprendo a ver cinema com estes autores clássicos. Comovo-me com eles, com a dignidade artística das imagens, com a profundidade humana do que dizem. Para hoje proponho Giulietta Degli Spiriti, filme de 1965, com Giulietta Masina no principal papel. Fellini volta a filmar o universo feminino, intenso e barroco na linguagem visual, aqui já menos marcado pela tradição neo-realista de alguns dos seus filmes anteriores. Com Giulietta surge de novo a visão onírica da vida, a sexualidade reprimida, a bizarria de certas personagens, naquele que é o seu primeiro filme a cores. Registo ainda a banda sonora de Nino Rota, de novo determinante na criação do tom certo para este filme tão espiritual.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Poema

Não se passou nada
nem a poeira da estrada
se levantou ao passares

Mas logo ficou mudada 
a vida que me embalava
até tu te aproximares

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Vera Gata


Os (meus) maravilhosos anos 80 também passaram por aqui. Ouvir Outras Palavras está nos planos para hoje, no meu iPod, numa possível esplanada, real ou imaginária. 

domingo, 6 de maio de 2012

Poema

Suponha que a vida
terminava às três da tarde
e estava sol
a brisa mostrava-se calma
e quente
a pedir horas de prazer
e contentamento sem fim

Suponha que a vida
estava quase a terminar
e nada mais havia
a fazer
a não ser esperar

Suponha que a espera
fosse tão dura quanto a vida
pois contar minutos
e saber subtração
é o que a vida nos ensina
sem podermos dizer
não

sábado, 5 de maio de 2012

A obsessão do fogo


Umberto Eco e Jean-Claude Carrière conversam sobre os mais variados e interessantes temas. No entanto, a maior parte dos assuntos gira à volta dos livros, daquilo que são e que foram, do futuro desse tão estimável objeto que tanto gostamos de ter à mão. É bom ler as opiniões de quem tem tanto para dizer e ensinar. O prazer dos livros reside também aí, nessa lição sem tempo que os livros nos sabem dar. A Obsessão do Fogo mostra-nos duas cabeças abertas e conscientes, eminentes pensadores que devemos conhecer.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Leia A Marca Amarela


Volto vezes sem conta a Blake & Mortimer, mais precisamente ao clássico A Marca Amarela. Sempre que por lá passo os olhos, regresso à minha infância, porque foi nesse distante tempo que o li pela primeira vez. Depois, e até hoje, foram-se somando muitas outras. A verdade é que não me canso de percorrer as 70 páginas que compõem a aventura mais importante de todas (e foram muitas) da dupla criada por Edgar P. Jacobs. Lembro a ideia expressa por Paiva Boléo, grande conhecedor da obra de Jacobs, a propósito do livro em questão: "Há dois tipos de leitores de banda desenhada. Os que leram A Marca Amarela, e os que não leram A Marca Amarela." E está tudo dito! Portanto, já sabe: interrogue-se sobre que tipo de leitor é, siga o conselho deste post, se ainda tem esta leitura por fazer.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Poema

Seguro o vazio da vida nas mãos fechadas
e cuido dele como se de ouro em pó se tratasse

Protejo-o das correntes de ar
delicadamente
e encontro nisso a satisfação que tem um pai
consciente da sanidade dos seus atos

O ouro aqui é uma metáfora
(entenda-o assim, caro leitor)
e faça deste poema
algo de seu também

Mas não se esqueça que
o que é seu
é seu e de mais alguém


quarta-feira, 2 de maio de 2012

Serviço (pouco) público

O Senhor Stein comemorou ontem o primeiro Dia Internacional do Jazz! Que satisfação foi saber que a UNESCO se lembrou desse estilo musical! Para o Senhor Stein, não restam dúvidas: Jazz é sinal de liberdade, de entendimento entre as raças, de inteligência musical. Soube da data a caminho do lar, depois de mais um dia de trabalho. Chegou mesmo a comprar, rejubilante, o cd Mingus Dynasty, de Charles Mingus. Ouviu-o, plenamente satisfeito, logo ao chegar a casa. Pensou, entretanto, no serão maravilhoso que teria, ao cair da noite, se ligasse a tv e fosse brindado com um especial sobre o assunto. Assim que pôde, logo após o jantar, ligou a televisão. A coisa mais próxima daquilo que pretendia ver foi, talvez, um filme mudo que passava no canal 2.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Sonoro Turbante Urbano

Entrar em maio e esperar por Urban Turban! Os Cornershop estão (quase) de volta, e isso alegra-me profundamente. Depois de um hiato de alguns anos (sim, porque o anterior Cornershop & The Double 'O' Groove Of não era bem aquilo que se esperava) as expectativas não podiam ser melhores. Venha de lá esse turbante urbano, senhor Tjinder Singh!