segunda-feira, 30 de abril de 2012

Em boa companhia


É o que ando a ler, e vai levar tempo até chegar à Índia
Há viagens que devem ser feitas devagar.

domingo, 29 de abril de 2012

Uma Arte maior que a vida



Este foi o primeiro disco de Caetano Veloso que ouvi na vida! Primeiramente em k7, alguns anos depois em vinil, no meu dia de anos, em 1984. Uma enorme coletânea, esta! O prazer das canções, do culto que crescia (como cresce até hoje, aliás), do formato gatefold de disco duplo, das letras das canções que sabia e sei de cor. Bons tempos esses, em que a arte de viver se confundia com a Arte dos outros. E a sensação que restava, depois de ouvida, é que a maior das Artes era a tua, Caetano!

sábado, 28 de abril de 2012

Poema

Vejo-me encostado
na imensa massa de tempo
sem que nada me aconteça

Talvez seja isto a vida:
um tempo onde deitar o corpo
sem encostar a cabeça

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Godard e Truffaut


Este documentário faz as minhas delícias. Junta Jean-Luc Godard e François Truffaut, dois dos meus mais adorados criadores. O filme é de Emmanuel Laurent, e foi escrito por Antoine de Baecque. Durante um pouco mais de hora e meia podemos passear pelas vidas dos dois cineastas, pelas suas obras, pelos tempos em que se fazia o melhor cinema europeu (e mundial) do século passado. Esta excelente recolha de material deveria ser obrigatoriamente visionada por todos aqueles que confundem cinema com pipocas. Eu também gosto de pipocas, mas gosto muito mais de muito bom cinema.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Lágrimas

O Senhor Stein não conseguiu conter um pequeno deslizamento de lágrimas. A força da natureza não se controla, e é quase sempre inoportuna e inesperada. Para além destas óbvias verdades, o Senhor Stein facilmente se deixa abater por coisas simples e belas. Ouvir Seymor Stein foi apenas uma delas.

* Seymor Stein é uma belíssima canção dos Belle and Sebastian

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Imaginário dançante (III)

E para completar a trilogia, Pulp Fiction e a extraordinária cena dançante entre Umma Thurman e John Travolta. Toda ela insidiosa, todo ele também, e ambos a ficarem para a história do cinema. Soberbos momentos, sem dúvida!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Imaginário dançante (II)

Uma segunda cena do meu imaginário dançante, icónica como poucas. Gene Kelly dança nas cabeças do mundo desde 1952, e continuará a surgir sapateando por qualquer passeio e estrada sempre que a chuva o permitir. A chuva e a memória desses instantes intemporais.

domingo, 22 de abril de 2012

Muitas vezes Bis (Todo Azul do Mar)


Espero o vosso perdão pelas imagens deste vídeo, cujo gosto não assumo como meu, mas não consegui arranjar melhor. Peço-vos apenas que a ouçam. Esta canção vive há anos e anos dentro de mim, e sempre que o verão se aproxima, mesmo que lentamente, aparece e fica um pouco mais presente.

* a banda 14 Bis ainda hoje está ativa, e tem lugar na história da MPB e na da minha vida também.

sábado, 21 de abril de 2012

Imaginário dançante (I)

Foi na oitava série (4º episódio) de Seinfeld, que se viu Elaine Benes "dançar"! Quem viu, como eu, o episódio The Little Kicks, saberá bem do que falo. Elaine faz parte do meu imaginário televisivo, bem como o resto da pandilha, claro está. Basta lembrar-me da cena documentada na imagem deste post para me rir. Eu danço mal, mas Elaine Benes dança deliciosamente pior!

* retirado daqui

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Poema

Engana a palavra amor
engana o que nela há

Parece ser só engano
o que a palavra nos dá


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Pedro Bala, Dora e outros capitães

O filme de Cecília Amado estreia hoje em Portugal. Baseado na obra de Jorge Amado, e mesmo tendo lido já algumas críticas sobre a adaptação do livro para esta longa metragem (por exemplo, a personagem Dora não é branca e loura, como no livro), a verdade é que estou cheio de vontade de ver Capitães de Areia, romance que tanto marcou a minha adolescência de leitor. Recomendo o livro, e também o filme, embora não o tenha ainda visto. Mas tudo isto, todo este universo, é-me perfeitamente irresistível.


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Herbie, my good friend (II)

(clique na capa para melhor a apreciar)

As três faixas de Sextant são absolutamente arrasadoras! O disco foi gravado em 1972, e foi o primeiro que o grande pianista (keyboardist) Herbie Hancock gravou para a etiqueta Columbia. Com Bennie Maupin (Mwile), Dr. Eddie Henderson (Mganga), Julian Priester (Pepo), Buster Williams (Mchezaji), Billy Hart (Jabali), Dr. Patrick Gleeson e Buck Clarke, Herbie Hancock (Mwandishi) fez com Sextant um marco histórico, (re)criando um novo som, mistura de Jazz, Funk e sotaques africanos. Os cerca de 40 minutos de Sextant não deixam ninguém indiferente. É pegar ou largar. Se conseguir, e acredite que não é difícil, feche os olhos para melhor seguir viagem...

* os nomes swahilis adotados pelo sexteto de Hancock são reveladores do apelo africano que aqui se sente

terça-feira, 17 de abril de 2012

Poema

Poderia ser Deus
esta manhã que se levanta
sem qualquer ruga
de noite dormida

Poderia ser outro o mistério da vida
mas enganem-se os que pensam
(como eu)
que Deus não se vê ao espelho
antes de fazer-se dia

domingo, 15 de abril de 2012

Herbie, my good friend (I)

Este post inaugura uma pequena série dedicada a Herbie Hancock. Há já algum tempo que tenho vindo a ouvir este fabuloso pianista, e cada vez com mais motivos de interesse. Camaleónico como poucos no mundo do Jazz, Herbie Hancock tem um percurso invejável, e discos de raríssima beleza. Este Flood é um deles, por exemplo. O bom gosto do repertório (o disco é ao vivo, gravado em 1975, no Japão) documenta a fase de Head Hunters, Thrust e Man-Child, embora na abertura do álbum surja Maiden Voyage, faixa que integra o conhecido disco de 1965. Tudo aqui é genial, cheio de swing, soul e jazz. Até a capa merece especial atenção. Clique na imagem para melhor poder observá-la. E aproveite para ouvir Flood, se conseguir...

sábado, 14 de abril de 2012

Poema

Nem calculas o que penso
a minha mente é um país imenso
a transbordar de vontades

Tivesse eu idades que já tive
e serias hoje o corpo
do passado que ainda vive

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Poema

Lamento lamentar-me tão pouco!

Por vezes chorar
faz brotar rios e afluentes
tão preciosos para a rega dos dias

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Resumo (a poesia em 2011)

A Fnac brinda-nos, uma vez mais, com novo volume Resumo. Aqui encontramos um depositório de poemas de autores portugueses saídos em livro no ano de 2011. As escolhas são de Armando Silva Carvalho, José Alberto Oliveira, Luís Miguel Queirós e Manuel de Freitas. Esta cuidada edição conjunta Documenta / Fnac está disponível por apenas 4 euros, o que é coisa de espantar. A totalidade das receitas do livro reverte para a AMI / Info Exclusão. Para os leitores fica o prazer indizível das coisas pouco terrenas, mas ao mesmo tempo tão humanas como palavras, versos, poemas.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O Poema

Escrever para não dizer
silenciando o que vai dito

A palavra não verseja
o que por ela fica inscrito

O poema diz o que não escreve
e só o poema que não diz
é o poema que serve

terça-feira, 10 de abril de 2012

Poema

Oh! quando a surpresa acontece
e emudece a vida por instantes

Ah! se o espanto nos encanta
quando o assombro permanece

(pena que os lampejos da escrita
sejam apenas luz quando anoitece)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

domingo, 8 de abril de 2012

Wim Mertens

Era necessária uma outra vida para desfrutarmos de tudo isto! Era necessário um outro tempo bem diferente do que temos! Era necessária, não tenho dúvidas, uma outra educação para entendermos tudo isto. Mas somos pobres, de facto, por não termos outra vida, outro tempo, outra polidez de espírito! Mas podemos sempre tentar, mesmo que tenhamos, à partida, a certeza incómoda das distâncias inatingíveis.

sábado, 7 de abril de 2012

Sete olhares sobre Amesterdão (VII)

Muito se beijam, os meninos beijoqueiros de Amesterdão. Manda o bom senso que em terra alheia se cumpram as tradições do local. E a tradição ainda é o que era!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Sete olhares sobre Amesterdão (VI)

Pois: Amesterdão é uma imensa sala de fumo. Mas não ao ar livre, antes condicionada a espaços para o efeito, os célebres Coffee Shops. Nada me atrai nesse mundo, nem mesmo no outro, também tão típico da cidade, o da Red Light District. A imagem mostra ainda uma bicicleta (ou parte dela, melhor dizendo) das milhares com que nos cruzámos diariamente. No entanto, e no meio de tanto cannabis, sexo e prostituição, Amesterdão anda sobre (duas) rodas, equilibradamente.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O desarmante erotismo de Bjork (IV)

O corpo prisioneiro. As mãos (possivelmente) atadas atrás das costas. O olhar distante, a alma ausente. E é tantas vezes assim que o coração sente...

terça-feira, 3 de abril de 2012

Sete olhares sobre Amesterdão (V)

Andar, andar muito, andar sempre e ver coisas, ver tudo, sentir os cheiros da cidade, tocar em objetos, viver intensamente, que a vida é curta e ainda mais a estada em Amesterdão. Aqui senti-me em casa, embora estando fora do lugar habitual. Out@Home, como se vê na imagem.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O que quer o coração

O meu coração
nunca foi vagabundo
e raras vezes
quis guardar o mundo
na palma da mão

O que sempre quis
(e não mais que isso)
foi viver feliz
noutro coração

* poema surgido depois de horas a cantarolar (para dentro) Coração Vagabundo, de Caetano Veloso

domingo, 1 de abril de 2012

Sete olhares sobre Amesterdão (IV)

Comovi-me contigo, Anne Frank. Na tua casa senti que habitam muitos fantasmas, muitas marcas de sonhos que não voaram por teres sempre as janelas fechadas, muitos sentimentos frios e reveladores da maldade humana. Não pudeste ser criança, embora fosse essa a tua idade. Os adultos não to permitiram. Os adultos não te deixaram viver, e é bom que ninguém se esqueça que os adultos somos nós.