quinta-feira, 31 de julho de 2008

Quase


O processo já começou, aos poucos. Amanhã, rumo ao sul. Estou quase a desaparecer...


Poema

São cegas as palavras
no tempo em que são ditas
rumam ao coração
e por lá ficam
até ao espanto final
da ilusão

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Poema

Os desejos nocturnos
vislumbram-se nas pregas do corpo
nos sorrisos disfarçados
no modo de dizer não
quando se exibe
um pouco mais de pele
nos decotes do lençol

Os desejos nocturnos
são a lua nova que nos salva
da escuridão ao redor
porto de abrigo
âncora em mar sem perigo
rebentação e farol

David Eno, ou se quiserem, Brian Byrne

David Byrne e Brian Eno acabaram recentemente de gravar um disco intitulado Everything That Happens Will Happen Today. Há mais de 30 anos que os dois músicos não faziam algo juntos, desde My Life In The Bush Of Ghosts. Este novo trabalho deverá sair a 18 de Agosto e isso é motivo de regozijo. Depois, lá mais para os frios do Outono, segue-se uma digressão com as novas músicas na bagagem e também com canções antigas dos Talking Heads, quando Eno era íntimo da banda. Será que Portugal fica no roteiro? Espero bem que sim, senhor Byrne.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Julian (Black Sheep) Cope

Aqui está o novíssimo disco de Julian Cope. Acabei agora mesmo de o comprar via net. Só espero que chegue até ao fim da semana. Queria ir de férias com uma ovelha negra debaixo do braço.


* fica prometida uma crítica ao disco depois de o ter ouvido pelo menos umas 20 vezes.

Rosto

No rosto desenha-se a história da vida que vivemos. Marcado com traços escuros, rugas sombrias e sofredoras, ou resplandecente, imagem clara e luminosa de uma vida quase divina. Somos terrenos e só a essa condição nos remetemos. Mas a terra não é toda igual, e a vida muito menos. No rosto temos também um pedaço de desejo, talvez nos lábios ou no olhar. Temos as vontades, as memórias, no rosto temos uma vida inteira, até ser tempo de adormecer...

* esta imagem foi retirada do site http://olharmacro.blogspot.com/

La Mer

Charles Trenet fez de La Mer uma canção famosa em todo o mundo. Decorria o ano de 1946. Segundo consta, de La Mer foram feitas mais de quatrocentas versões. Caetano Veloso nunca a gravou, mas cantou-a em Oeiras, naquele que foi, para mim, um dos muitos momentos altos do show. Cantou-a em homenagem a Guilherme Araújo, seu empresário durante longos anos, falecido em 2007. Guilherme Araújo queria que Caetano a cantasse nos seus shows, coisa que o baiano nunca chegou a fazer enquanto Araújo esteve entre nós. Já a cantou algumas vezes e voltou a fazê-lo na noite de sábado passado. Deixo-vos aqui as versões de Trenet e de Caetano, cantada em Roma, a 17 deste mês. As diferenças são muitas, principalmente na forma de adoçar a melodia...



E agora a versão de Caetano. O que falha na qualidade sonora do vídeo, sobra na interpretação.



La mer
Qu'on voit danser le long des golfes clairs
A des reflets d'argent
La mer
Des reflets changeants
Sous la pluie

La mer
Au ciel d'été confond
Ses blancs moutons
Avec les anges si purs
La mer bergère d'azur
Infinie

Voyez
Près des étangs
Ces grands roseaux mouillés
Voyez
Ces oiseaux blancs
Et ces maisons rouillées

La mer
Les a bercés
Le long des golfes clairs
Et d'une chanson d'amour
La mer
A bercé mon coeur pour la vie

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Poema

Diz-me as palavras que mais gostas

(vento abrigo céu em fogo)

As palavras são o nosso jogo
uma dança de sentidos
até abrirmos os olhos
com o espanto do seu brilho

(lava luz sombra e rastilho)

Um sopro de voz
e as palavras iluminam
o dia apetecido

(amor suspiro e o coração partido)

domingo, 27 de julho de 2008

Caê II

Caetano, em Oeiras. Noite plena de orgasmos múltiplos...

* em itálico: expressão da canção Homem, que diz bem da emoção da noite de ontem.

sábado, 26 de julho de 2008

Fumo

Há sempre demasiado fumo nos filmes de Godard. Intoxicante!

Verão sonoro

Se tivesse de escolher o disco para este verão, seria este: Beautiful Future, dos Primal Scream. É um trabalho cheio de sol, tórrido, a puxar o pé para a pista de dança (expressão perigosa para definir um disco, mas que aqui deve ser entendida como coisa positiva), cheio de grandes e vibrantes canções, excessivas, como não poderia deixar de ser vindo destes terroristas sónicos de Glasgow. Bobby Gillespie está em grande forma e isso quer dizer que o disco é bem melhor do que o mediano Riot City Blues, disco anterior, de 2006. As letras das canções são verdadeiras pérolas pop, apocalípticas, como por exemplo "Empty houses/ burning cars/ naked bodies hanging from the trees". A festa está garantida: é só entrar, que é bar aberto!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Caê

Hoje, no Grand Real Sta. Eulália , Caetano Veloso afina a voz e o violão para melhor se apresentar amanhã, em Oeiras, no Jardim Marquês de Pombal. Eu vou lá estar.

Saldos

Quando os preços são mínimos, os prazeres são máximos. A partir de hoje...

Poema

A humidade dos corpos
ainda se vê
ainda se cheira

A cama vazia

Terminou a noite
começou o dia

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Carmensita

Ando desde 2002 a dizer que o homem é genial. Não estou sozinho, claro está. Meio mundo já percebeu isso também. É simples, basta ouvi-lo atentamente. Do seu último disco de originais surgiu agora mais um vídeo. O disco é Smokey Rolls Down Thunder Canyon e a canção dá pelo nome de Carmensita. Deixo-vos 5:03 minutos verdadeiramente psicadélicos, bollywoodescos, delirantes, das arábias...



Nathalie Portman, actual namorada de Devendra Banhart, é a heroina da história.

* um aviso: esta música não vos sairá da cabeça tão cedo...

Yes, yes, yes, yes

No dia 25 de Março de 2008 escrevi um post sobre a Mojo Books. Nele informava, em breves linhas, sobre o conceito do site e dizia também que lhes tinha endereçado um conto original, inspirado no primeiro LP dos Blondie. Hoje, finalmente, chegou a resposta: vai ser publicado online!
Fiquei mesmo contente. Agora segue-se o processo de revisão de texto que mais não é do que fazer algumas alterações, tendo em conta o público leitor, maioritariamente brasileiro. Eles são muitos milhões, o site é brasileiro, eu sou português... Trocar "rapariga" por "garota", "ingénuo" por "ingênuo e coisas afins. Apenas isso. Nada que dentro de pouco tempo, com o novo acordo ortográfico, não venha a ser prática corrente. Ainda não sei quando é que vai ser publicado. Julgo que em 2008. Para já, a primeira batalha está ganha. Yeeeeeeeeeeeeeees!

* aproveito para vos deixar aqui o endereço:
http://www.mojobooks.com.br/
Passem por lá, cadastrem-se e leiam os muitos livros que nele vão encontrar. Ou, quem sabe, façam vocês mesmos mais um Mojo Book.

Poema

Vamos fingir que estamos mortos
que vagueiam pelos nossos corpos
os germes que mastigam os sonhos
impossíveis de sonhar

Vamos fingir que somos terra
e pó de estrelas a brilhar
na sombra mansa dos dias

Vamos queimar os nossos corpos
nas fogueiras dos acasos
e cantar o fogo lento
do coração dos danados

Vamos cortar os pulsos
nos segundos que nos restam
e ceder a todos os apelos
para depois
muito depois
nos rirmos dos pesadelos

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O mundo começou em 1967

Nasci em 1967, na cidade de Lourenço Marques, Moçambique. Foi, falo por mim, um ano importante. Mas não apenas por ter nascido. Nas áreas da cultura (música, filmes, livros) o ano foi de estalo. A saber:

* na música:

The Beatles: Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
Pink Floyd:
The Piper At The Gates Of Dawn
The Rolling Stones:
Their Satanic Majesties Request
The Velvet Underground:
The Velvet Underground and Nico
Caetano Veloso: Caetano Veloso

** no cinema:

Luis Buñuel - Belle de Jour
Jean-Luc Godard - Weekend
Arthur Hiller Penn - Bonnie and Clyde
Glauber Rocha - Terra em Transe

*** na literatura:

Gabriel García Márquez - Cem Anos de Solidão

Escolhi 10 exemplos que todos conhecem, certamente. E o desafio fica lançado: que outro ano (o do vosso nascimento, já se sabe) pode bater-se com o ano de 1967? Vá, mostrem lá a vossa colheita...

# todas as obras referidas (a cores) estão com um link para poderem "vê-las".

## Será que poderei contar com as participações de A Traição de Wendy, A Caixinha dos Meus Botões, As Partes do Todo, Em Bicos de Pés, Homo Zappiens, My Crazy Little World, RedJan, Meia Laranja Inteira, Coisas Parvas e quem mais achar que pode ir à luta com o ano de 1967?

O Blog da Sofia

Olá. Sim, sou eu mesma. Estou a pedir-vos um pouco de atenção. Mas ouça, deixe de olhar para os meus olhos azuis e para os meus lábios carnudos. Estou aqui para lhe dizer que o blog da Sofia tem cara nova e que vale bem a pena visitar. E não digo isto pelo new look que apresenta. Esse está fantástico, não há dúvida. Mas há por lá muitos outros motivos de interesse: escreve-se bem naquele sítio, há um certo sentido de humor muito particular, música a girar, um paraíso para descansar os olhos... E muito verde, verde até perder de vista.

Não sei bem porquê, mas sinto que só repararam na cor dos meus olhos. São magnéticos, eu sei. Mas deviam tomar mais atenção ao que digo. E o que digo resume-se a isto: o blog da Sofia está diferente e muito, muito bonito. Vão dar uma espreitadela. Tenho lá a minha irmã gémea à vossa espera...

Poema doce

Versos que pingam o mel dos dias
poemas ao fim da tarde
na mesa serão servidas
memórias em que tudo arde
pedaços de chocolate
e sonhos por desfazer
nas franjas de uma toalha

Já não há tempo a perder
que o tempo ninguém arranja

Por sobre a mesa a ferver
chá com aroma de laranja

terça-feira, 22 de julho de 2008

Shirley, give my greetings to the new brunette

Ando há muito tempo a querer escrever um post sobre este disco. Este "difficult third album" de Billy Bragg é um dos que mais gosto da sua discografia. Para começar, tem uma das melhores canções pop que conheço: Greetings To The New Brunette. Mas há (muito) mais. Tem The Marriage ("love is just a moment of giving/ and marriage is when we admit our parents were right"), Ideology, Levi Stubbs' Tears (a guitarra, crua, parece que nos chicoteia), The Passion ( "and sometimes it takes a grown man a long time to learn/ just what it would take a child a night to learn") e tantas outras pérolas bragguianas. A capa do disco é, só por si, uma delícia. Imagem bem representativa da ideologia do músico inglês (nascido em Essex, a 20 de Dezembro de 1957), este é um disco de combate, como são, aliás, todos os seus primeiros álbuns. Combate por uma causa política, por uma forma honesta e independente de fazer música, por um lugar na história. Na minha história musical, Billy Bragg entrou pela porta grande e ainda lá se encontra. Devo essa alegria ao meu amigo Jorge. Bem hajam os dois.

* o título do disco - Talking With The Taxman About Poetry - é retirado de um poema de 1926, de Vladimir Mayakovsky, poeta da revolução russa.

Poema

Como nasce um poema?

Um poema nasce
verso-a-verso
o poema é o universo
ao redor de mim

Como nasce um poema?

Um poema
nasce assim...

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Nick Drake (parte dois)

Um vídeo de família: Way to Blue.



"Don't you have a word to show what may be done
Have you never heard a way to find the sun"

* até arrepia. "It's so sad, to see him so happy, and think about his life." - como alguém disse no youtube...

Preto no branco (um plano de fuga, em pormenor)

A vida com tempero de arco-íris! Um grão de azul celeste no esboço do olhar, um leve aroma verde onde possa mergulhar profundamente. Depois, um toque rubro de cetim para os sonhos mais ardentes e uma aguada de cores menos densas, menos óbvias, mas mesmo assim consequentes. Um amarelo a fingir que é astro e desapareço depois, sem deixar rasto.

* esta imagem foi retirada do site http://olharmacro.blogspot.com/

domingo, 20 de julho de 2008

Nick Drake

Ontem, se fosse vivo, faria 60 anos. Mas só morrem aqueles que estão esquecidos, e ninguém se esquece da fragilidade melodiosa de Nick Drake. O atraso de um dia ainda se tolera, mas não mais do que isso.

Noites Longas

Ontem a noite foi longa. Com música e amigos no Festival Delta Tejo. Ou melhor, na Tenda Vip do Montepio (que luxo...), graças ao Lima. Nos palcos foram passando Ana Carolina, Rita Redshoes, Mariza, Clã e Adriana Calcanhotto. Milhares de pessoas, dezenas e dezenas de canções... Para nós, a noite fez-se de muitas (até demais...) caipirinhas e afins. Muita gente bonita, gente conhecida, em tom de festa. Foi um festival. Quando é que é o próximo?

* da esquerda para a direita: Miguelinho, Lima, Nuninho e moi-même. A noite estava a começar...

sábado, 19 de julho de 2008

Los Hermanos

Após terem feito o anúncio de terminarem por algum tempo a sua actividade enquanto banda, a vontade de vê-los e ouvi-los de novo tem crescido bastante. Falo de Los Hermanos, claro está. Daí que seja óptima a notícia do duplo lançamento (cd e dvd) dos shows da curtíssima temporada de despedida, na Fundição Progresso (RJ), em Junho de 2007. É já em Agosto, pelo menos no Brasil. Espero que por cá também os Los Hermanos voltem a dar um ar da sua graça, mesmo que não seja com novo disco de originais. Talvez um dia isso volte a acontecer...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Milton Nascimento

Milton Nascimento apresenta hoje, no Coliseu dos Recreios, o seu mais recente disco, intitulado Novas Bossas. Já aqui escrevi um breve apontamento sobre o álbum, no dia 13 de Março. O disco é bonito, mas não é o mesmo Milton que conheci (e até cheguei a conhecê-lo pessoalmente) em discos tão maravilhosos como Clube da Esquina, Minas, Geraes, Anima, Sentinela, Milagre dos Peixes ou Journey To Dawn, de todos eles o meu preferido. A voz, apesar de magnífica, já não é mesma, o talento para compor já não dá mostra da excelência de outros tempos. Ou então nada disto faz sentido, e quem está diferente sou eu. Continuarei sempre a gostar de Milton Nascimento, mas o meu coração ficou preso a certas canções, como a que, por exemplo, vos deixo aqui.



* Canção da América, tantas vezes gravada por Milton Nascimento é um verdadeiro hino, uma canção única e eterna.

The Dark Knight

É já no próximo dia 24 que estreia por cá o novo Batman, filme de Christopher Nolan. The Dark Knight traz-nos de novo a mítica figura do homem-morcego e também a do seu antigo e risonho rival, The Joker. Sempre fui fã de Batman e adoro ver os filmes mais antigos e as clássicas séries de televisão dos anos 60. Nas brincadeiras de miúdo gostava de ser o Robin, figura que tem perdido algum destaque nos anos mais recentes.
Mas agora é tempo de aplaudir o novo filme do justiceiro mais gótico de sempre. Welcome, Batman!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Congress of freaks - the Circus is coming to town

O Circo tem 215 anos de existência. Na verdade, isso pouco ou nada me interessa. Nunca gostei de circo, nem mesmo em criança. E não me venham falar desses circos sofisticados, do género Le Cirque du Soleil... Compreendo que o defeito possa ser meu, mas nada posso - nem quero - fazer para mudar de opinião. A verdade é que descobri umas fotos que talvez ajudem a perceber o meu profundo desprezo pelo mundo circense... Podem ver aqui, com mais detalhe, a foto que encima este post.

Na foto que se segue, uma outra legião de freaks do mundo do circo! Há para todos os gostos, porque gostos não se discutem. A minha bisavó já o dizia e daquilo que me lembro dela, também não deveria achar graça nenhuma ao circo. No entanto, assumo aqui uma estranha tendência para o riso quando vejo fotos como estas. Quem por vezes não ri da desgraça alheia, também deveria ser estrela de circo, acho eu.

Se quiserem detalhes, cliquem aqui. Podem até escolher a figura que mais vos atrai e comentá-la. Deixo a sugestão.

E no próximo Natal, não se esqueçam: não vão ao circo!

* confesso que na primeira foto, a minha preferência vai para a quarta figura da fila de cima: um mimo.

Dig, good old Nick, Dig!!!

Este livro é sobre a canção Dig, Lazarus, Dig!!!, tema título do disco de Nick Cave de 2008. Vai ser lançado lá por fora no dia 23 deste mês. Por cá, não sei se terá edição prevista... O livro tem 46 páginas e nelas podemos encontrar handwritten lyrics and notes from Nick, fotos, uma entrevista com Tim Noble, Sue Webster e com o próprio Cave. O livro contém ainda um cd com a canção a que o projecto se refere e, segundo parece, a entrevista com o autor aparece em formato áudio.


O mito de Lázaro é, assim, uma vez mais revisitado por Nick Cave, desta vez em formato de papel. A avaliar pela capa, vai valer bem a pena...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

AIMAR

Estas são para o Aimar. Finalmente, temos número 10! Força Benfica!!!

Os Pequenos Vagabundos (revisited)

Foi no passado sábado. Há mais de dez anos que toda esta gente não se encontrava. Dez anos é tempo demasiado, por isso este reencontro foi histórico. Só faltou o Janeca, mas a princesinha fazia anos... O Miguelinho tirou a foto (por isso ficou tremida, já se sabe), mas é como se também lá estivesse. Depois de muito caril e muita cerveja, muita conversa e muito riso, ficaram algumas fotos. Esta é, sem dúvida, a menos boa. Mas é a única da minha máquina que ainda se consegue ver qualquer coisa... Outras aparecerão no Homo Zappiens, certamente.

legenda: em pé - Paulinho, Nuninho, Eu e depois o Jorge e o Lima. Nestes momentos, parece que nada mais existe...

* acho que ainda hoje tenho os maxilares doridos de tanto rir. Tanto disparate, meu Deus!!! Até de um célebre Manifesto Anti-Porteiras se falou...

Poema

Podia fugir por essa estrada
arranjar um novo corpo
ser a parte inacabada
de qualquer ave assustada
abraçar-me às nuvens densas
e viver outras viagens
dar um passo mais além
ou apagar-me das paisagens

terça-feira, 15 de julho de 2008

Poema

Como areia
lançada ao ar
como vento
que varre os cabelos
da noite
assim são os dias
sem remédio
ou comunhão
(um sorriso que diz sim
quando a vontade diz não)
e o mundo insiste
em fazer que existe
na areia
que baila ao vento
ou que se espalha
no chão

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Da cor da esperança

Não deixes que o susto permaneça em ti, colado ao rosto. Já passou. Já tudo passou, já nada mais importa. Tenta esquecer os momentos mais duros da vida. Agora tenta olhar em frente, tenta sorrir quando raiar o sol lá fora, quando o sol raiar em ti. Os teus olhos pedem esse milagre. Não os deixes em lágrimas uma vez mais. Os teus olhos são da cor da esperança e isso é sempre um bom sinal.

domingo, 13 de julho de 2008

sábado, 12 de julho de 2008

Oh, my God!!!

Com o iDial iPhone Retro telefonar pode ser, acima de tudo, um prazer táctil.

* pode fazer o download da aplicação em http://rep.sosiphone.com

Pois é

Em Maio prometi que eles voltariam. Aqui estão: Los Hermanos.
O video não é oficial, mas não tô nem aí!



* canção Pois É, do último disco da banda carioca, intitulado 4.

As praias dos filmes franceses

As praias dos filmes franceses são de uma serenidade absoluta. O sol nunca brilha demasiadamente. O mar é sempre um chão a perder-se de vista. Nunca há muita gente nas praias dos filmes franceses. As pessoas que as frequentam são quase sempre jovens. Jovens mulheres, principalmente. São sempre bonitas e elegantes as jovens mulheres das praias dos filmes franceses. Em muitas dessas praias, o fim da tarde é um poema que se lê ao som da música que guardamos na memória. As praias dos filmes franceses são belas e trágicas ao mesmo tempo. É fácil adivinhar um sopro de tragédia humana em tanta beleza circundante. A beleza é uma coisa trágica nas praias dos filmes franceses. Nas praias dos filmes franceses lê-se Rimbaud . Os corpos quase despidos são estátuas com vida eterna. E nessa vida vive o encanto supremo das marés. Tudo é transcendente nas praias dos filmes franceses. Até o olhar.



* o video é um excerto do filme La Collectionneuse, de Éric Rohmer.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Talvez seja da idade...

Hoje à tarde ouvi o duplo cd Rufus Wainwright - Live at Carnegie Hall. E ouvi-o de seguida! Já não é a primeira vez que o faço, aliás. Às tantas dei comigo a pensar, enquanto outra parte do pensamento bailava ao ritmo das canções, que há dois ou três anos atrás não me atreveria a ouvir de rompante um disco como este. Estes musicais - convém esclarecer que o disco de que falo é a réplica do célebre concerto que Judy Garland deu no mesmo local, em 1961 - nunca fizeram grande alarido nos meus ouvidos. Nunca. Talvez este seja um disco especial... Talvez. Ou então é outra a razão. A beleza das canções, os arranjos, a interpretação do meu muito querido Danny Boy (Rufus não lê português, por isso escrevo isto sem temer vir a lamentar ser vítima de olhares mais ou menos insidiosos) ou talvez a grandiosidade da voz do prodígio canadiano/americano... Pode ser que seja tudo isto. Prefiro pensar que sim.

Madame

- Je veux fumer mon cigarette en paix, s'il vous plaît. Arrête!... Pas maintenant, pas aujourd'hui!

* esta imagem foi retirada do site http://aspartesdotodo.blogspot.com/

Poema

Tenho agora
a ambição
de estar no fim
das noites claras
e ao luar
escrever os versos
que dão luz
às madrugadas

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sopro

A vida aparece nos mais recônditos lugares. É vê-la a surgir a cada passo, imprevisível, triunfante. Por vezes salta-nos à vista e atinge-nos como raios fulgurantes. A vida desarma-nos tão facilmente.... É preciso procurá-la. Pedir-lhe que se mostre em todo o seu esplendor. Outras vezes acaba, ou imaginamos que assim seja. Temos de estar atentos. Muito atentos. Nas nossas mãos abertas há sempre um sopro de vida a florescer. Basta querer.

* esta imagem foi retirada do site http://olharmacro.blogspot.com/

Não abras os olhos agora

Não abras os olhos agora. Espera mais um pouco. Deixa que uma luz maior acenda a vela do teu coração. A cinza dos meus dias tingiu-te o rosto. Nada é já como existia. Abri as janelas da casa e as ruas, as pessoas, os lugares estão como sempre os viste.
O dia nasceu feliz, mas acontece que eu estou triste.

* esta imagem foi retirada do site http://eu-nao-sou-eu.blogspot.com/

terça-feira, 8 de julho de 2008

As Tears Go By



It is the evening of the day
I sit and watch the children play
Smiling faces I can see
But not for me
I sit and watch
As tears go by

My riches can't buy everything
I want to hear the children sing
All I hear is the sound
Of rain falling on the ground
I sit and watch
As tears go by

It is the evening of the day
I sit and watch the children play
Doin' things I used to do
They think are new
I sit and watch
As tears go by


* imagens do filme Made In U.S.A., de Jean-Luc Godard. Marianne Faithfull canta, enquanto se ouve o ruído das ruas.

"There must be other worlds, other islands..."


* On Islands, New Musik. Quase no fim da música que estão a ouvir, uma criança diz os versos que abrem este post. Era tão bom que fosse verdade...

Prosseguir

Prosseguir a vida é dar sentido às vontades daqueles que nos deixaram.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Fim

Aos poucos, vamos perdendo algumas pessoas nas nossas vidas. Para sempre. Hoje voltou a acontecer. Por isso, também este blog vai ficar sem vida durante alguns dias.

Em 9 minutos e 43 segundos



Também eu gostava de ver o Louvre assim...

* ontem à noite revi Band à Part e dormi com Odile.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

tac, tac, tac, tac, tac...

Quem não gosta de fazer isto, não é homem não é nada.

* entenda-se a expressão homem como referência ao ser humano, seja ele homem ou mulher.

Welcome back, Beck

Beck está de volta. É sempre um regresso que me deixa contente. Já não ouvíamos um disco de Beck Hansen desde The Information, editado em 2006. Agora apresenta-nos Modern Guilt, produzido uma vez mais por Danger Mouse. É um disco curto, muito curto mesmo. Mas os seus 33 minutos mostram Beck em grande forma. A começar pela good old fashioned cover art...
A primeira faixa, intitulada Orphans, conta com os vocais de Chan Marshall, mais conhecida como Cat Power. Que belo par! Que belo disco! Soa a Beta Band por todos os lados e só isso já é dizer muito.

Poema

Sem que se perceba
há uma boca que chora
e um punhal que pinga
no final da história

Sem que se diga
há um sorriso que abre
os cortinados da aurora
um caminho entrecortado
a confundir a memória
uma voz que canta
o que noutra dói e geme

Por tudo e por nada
cheira a madrugada
e a terra treme

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Este sorriso não engana...

The Dark Night estreia a 18 de Julho, mas só lá fora, julgo eu. Sempre fui seguidor dos filmes de Batman. Sempre gostei do ambiente à Tim Burton, soturno, denso, com a luz própria de universos que só existem em mundos distantes. Os posters que o publicitam são fabulosos. O filme também. O meu amigo (e ex-aluno, Leone) garante-nos que assim será.

* este post foi escrito depois de uma visita ao blog Coisas Parvas, o blog com o nome mais enganador da blogosfera.

As cores da esperança I

O vermelho, cor do sangue Glorioso.

As cores da esperança II

O branco, símbolo de toda a Luz.

A geometria da vida

Alguém os traçou por nós. Tem de ser assim. Como poderei eu ser tão rigoroso, tão rectilíneo nos caminhos que escolho?! Logo eu, sempre perdido nas esquinas dos afectos, dos olhares. Tenho pensado nisto e fui percebendo os mistérios que nos habitam. Somos sempre tão pouco daquilo que julgamos ser... E por isso, apenas por isso, precisamos de um mapa que nos guie e nos faça perder, ao mesmo tempo.

* esta imagem foi gentilmente cedida por Sérgio Aires e pode ser vista em http://eu-nao-sou-eu.blogspot.com/

terça-feira, 1 de julho de 2008

Rascunho

Há sempre um brilho
no escuro da noite
há sempre uma estrela
que tudo ilumina
e não me deixa só

Sou um desenho
rascunho de pó

Ciganão



" - Toda a gente sabe que eu sou cigano, por isso às vezes tenho fome..."

Maravilhoso!

Partir

Há quem se organize para partir mais cedo. Esses são os que querem viver mais.