sábado, 31 de maio de 2008

(des)Maio


A decisão está tomada: hoje despedirei Maio pela total incompetência amplamente demonstrada nos últimos 31 dias.

Poema

Suspiro prolongado:
ausência e plenitude
revelados em segredo

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Chico, o outro

Hoje é dia de Chico César. Ou melhor, noite. Tenho um presente para mim mesmo... Ao cair das estrelas, quando já todos cá em casa estiverem a ver as séries de muito bom gosto e recorte artístico dos nossos canais televisivos, eu estarei na minha sala a ouvir o novíssimo disco do Chico César. O título cheira a festa, mas quem conhece Chico César sabe da qualidade e do bom gosto que o distingue sempre. Saravah, amigo Chico! Hoje "tamos aí"!

* até porque a noite deve estar silenciosa por estes lados. Estão todos no Rock In Rio...

Jazz Impressions

Não sou um ouvinte assíduo de Jazz. Os discos desse estilo musical que possuo podem contar-se pelos dedos das mãos (e, vá lá, dos pés também) e pouco conhecimento tenho sobre o assunto. Há, no entanto, um ou outro músico que sempre me habituei a ouvir com agrado. Um deles é Dave Brubeck. O disco que aqui apresento foi lançado a 28 de Julho de 1958 e só há dois dias tive conhecimento dele. Podem, pelo que escrevi na frase anterior, avaliar do meu atraso em relação a obras (e são muitas) de um dos músicos que aprecio dentro da área do Jazz. O Jazz mais recente não me tem fascinado, no entanto, aquele estilo musical que habitualmente se designa por Novas Tendências, incorpora muitas vezes aquilo que penso poder ser o Jazz do futuro e isso atrai-me mais, confesso. Mas voltemos ao disco em questão: Jazz Impressions of Eurasia. Foi encantado que o ouvi ontem em modo repeat por três ou quatro vezes. Que bonito! Que melódico! Que piano magnífico aquele que se faz ouvir ao longo das seis faixas do disco. E tudo graças à minha boa amiga inglesa de Chesham, Trish. (Thanks, my dear. You are a star...) Falar sobre o disco é sempre pior do que ouvi-lo, por isso calo-me já.
Ouçam-no, ouçam-no bem e depois falem-me dele.

* a música que agora se ouve neste blog é de Dave Brubeck, mas não está incluida no disco ao qual dedico este post. A faixa Maria pertence ao álbum Music From West Side Story, outro magnífico trabalho e que é, aliás, o meu preferido.

Poema

Deixa-me banhar
os pés no rio
ser como as águas
que vibram ao encontro
do meu corpo

Um homem quer-se de pé
quer-se proa de navio
para que ele mesmo navegue
no interior do seu rio

quinta-feira, 29 de maio de 2008

A noite é uma mulher adulta

As estrelas tatuam o céu da noite
e é frágil a noite destes dias
como se os rasgos de luz
na pele da noite
fossem ferida acesa
até ser dia

E assim
as noites são estreladas
para que sintamos
a sua imensa solidão

A noite é uma mulher adulta
com medo da escuridão

Poema

Olho ainda
com o brilho fresco
do orvalho
e sou nesse olhar
uma criança que brinca
sem sentido algum
senão brincar

Mas tenho hoje
uma outra idade
subjacente ao olhar
que me diz que já é tempo
de saber que há um momento
da brincadeira acabar

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Sigur Rós

Os Sigur Rós parecem diferentes, pelo menos a avaliar pela canção de avanço do seu novo trabalho. O disco chama-se Med Sud Í Eyrum Vid Spilum Endalaust, e o tema de apresentação é Gobbledigook. Parecem estar menos etéreos e mais dados a sons primários, batuques, ritmos bem marcados. O próprio video apresenta já algumas diferenças formais em relação aos anteriores. Sejam bem-vindos. Talvez já fosse altura de mudarem um pouco o rumo sonoro do seu percurso...

Os outros e nós

Há dias em que penso que é assim que os outros nos vêem. Iguais a eles próprios, vistos por nós.

Diz-me

Diz-me se gostas do que escrevo
se nos poemas se revela
um pouco do que sou
diz-me se a luz de certos versos
ainda se acende em ti
ou se é só sombra
e se apagou

Diz-me tudo o que quiseres
o que puderes dizer
sobre o que escrevo
mas diz-me agora
mesmo que o que digas
me soe a resposta fria

Diz-me se o que escrevo
são poemas
apenas isso
ou algo mais
como poesia

Quase

Há tanto tempo! Há tanto tempo desejava ardentemente aquele beijo que nunca tivera e que agora estava próximo. Muito próximo. Tão próximo que era motivo de algum sobressalto interior. Mas sabia-lhe tão bem essa antecipação... Por isso fechou os olhos (para que nessa escuridão tivesse a visão perfeita) e esperou. Nestas alturas os segundos custam mais a passar, parecem eternos no seu atraso, tão eternos como a vontade que sempre tivera desse beijo que nunca chegou, tão eterno como o sabor que perduraria para sempre nos seus lábios carnudos de desejo. E era agora...

* esta imagem foi retirada do site http://olharmacro.blogspot.com/

terça-feira, 27 de maio de 2008

Poema

O que mais me espanta
é a nudez
a inocência da pele
e a palavra
também nua
que num poema
se revele

Gata

Gata miúda, gata matreira, a gata ecoou a voz de clarão em lua cheia. E foi miiiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuu a noite inteira...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Poema

Uma qualquer mão
desde que a sinta por perto
o frescor da pele
a seda do cabelo
o peito duro
suspenso e entreaberto

Depois os olhos
a luz dos olhos
para iluminar
este deserto

Cat Power

Hoje é dia de Cat Power. E o que vos posso mais dizer é apenas aquilo que sei: um Coliseu dos Recreios a rebentar pelas costuras e uma voz magnífica que vai cantar somente para mim...

Até já, my love !

Melt me down
into big black armour
Leave no trace
Of grace
Just in your honor
Lower me down
TO CULPRIT SOUTH
Make 'EM WASH A SPACE IN TOWN
FOR THE LEAD
AND THE DREGS OF MY BED

I'VE BEEN SLEEPING
Lower me down
PIN ME IN

Secure the grounds
For
the later parade
(Cat Power - The Greatest)

domingo, 25 de maio de 2008

A canção


Aqui fica Heart of Glass, para que se entenda definitivamente duas coisas: que os Blondie sabiam fazer canções melhor do que ninguém, e que Debbie Harry tinha, possivelmente, a cara mais bonita que alguma vez apareceu à face da terra.

Parrallel Lines 30th Anniversary Edition

Parallel Lines talvez seja um dos discos que mais vezes ouvi durante toda a minha vida. Quem me conhece sabe do meu fascínio pelos autores do disco. Os Blondie foram marcantes no caminho das minhas escolhas musicais desde a mais tenra idade. Ainda hoje devo saber de cor a maior parte das letras das suas canções, tantas foram as vezes que ouvi todos os seus discos até The Hunter, trabalho final da primeira fase da banda.

Parallel Lines foi gravado entre Junho e Julho de 1978, na Record Plant de Nova Iorque, saindo para o mercado a 23 de Setembro. Faz 30 anos este ano e vai ter direito a uma edição especial, muito na moda no mercado actual: Parrallel Lines 30th Anniversary Edition.
Eis o seu alinhamento:

CD:
Hanging On The Telephone
One Way Or Another
Picture This
Fade Away And Radiate
Pretty Baby
I Know But I Don’t Know
11:59
Will Anything Happen?
Sunday Girl
Heart Of Glass
I’m Gonna Love You Too
Just Go Away

Bonus tracks:
Heart Of Glass (seven-inch single version)
Sunday Girl (French version)
Fade Away And Radiate (108 BPM Remix)
Hanging On The Telephone (Nosebleed Handbag Remix)

DVD:
Picture This (promo video)
Hanging On The Telephone (promo video)
Heart Of Glass (promo video)
Sunday Girl (BBC TV’s Top Of The Pops)

Como completista que sou, espero ansiosamente pelo dia 24 de Junho deste ano para o poder adquirir. Já tenho o vinil (desde a minha infância), a edição normal do cd, a edição digitalmente remasterizada (24 bits) e agora mais uma virá a caminho. Adoraria ter ainda a Compact Classics Gold CD re-issue, de 1994, mas é muito raro encontrá-la à venda nos sítios onde habitualmente a procuro, sendo que quando aparece, os preços são proibitivos.

Mas voltemos ao disco. Quem não conhece a capa das riscas pretas e brancas, quem nunca ouviu o disco, quem não conhece canções como Heart of Glass ou Sunday Girl (e podia aqui referir as 12 do alinhamento original), ou é cego, surdo, ou revelou, ao longo de trinta anos, uma fabulosa capacidade de passar ao lado do mundo. Este disco mudou-nos as vidas, e possivelmente nem desconfiamos da verdade que agora referi.

Para comemorar a data os Blondie (infelizmente já sem três dos membros da formação que gravou o disco) vão realizar a Parallel Lines 30th Anniversary Tour pelo seu país, passando também pela Europa, mas deixando Portugal de lado. Madrid e Barcelona são os locais mais próximos para quem quiser assistir aos shows da banda (como eu, por exemplo).

Como se fosse de facto preciso, esta Parrallel Lines 30th Anniversary Edition é mais um passo para a imortalidade de um disco fabuloso, já várias vezes escolhido entre os melhores 100 discos de sempre da música pop-rock. E, já agora, se nunca ouviu Parallel Lines, não diga isso a ninguém e vá numa corrida ouví-lo. Vai ver que não se arrepende.

sábado, 24 de maio de 2008

Poema

Seria já manhã
quando a mudez da casa
me acordou
e o susto do silêncio
apoderou-se de mim

A morte deve ser assim
uma enorme casa
onde nunca se acorda
mesmo que seja manhã

Poema

Cai a noite
e a escuridão abate
sobre nós
como um imenso passado

Sigo os teus passos
sem saber por onde

Num último esforço
a minha voz ainda diz
mas a tua não responde:

Eu não sou daqui
sou de muito longe

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Mar da Gávea

A música que estão a ouvir neste blog chama-se Mar da Gávea. É, como se nota, lindíssima e para mim é terapêutico cantá-la, enquanto a ouço. Aviso, no entanto, que pode tornar-se um vício. Mesmo assim proponho-vos esse exercício: cantá-la, acompanhando Arto Lindsay. Quem quiser arriscar fazê-lo e deixar o relato desse feito no espaço dos comentários ganhará, não o reino dos céus, mas o meu contentamento, o que não sendo a mesma coisa, é mais enternecedor... Aqui fica a letra.

Se ela lhe disser que amar é com a maré
Por que dizer que não
Que basta o azul

O importante é saber que o mar
É largo, profundo, imenso e azul

Se ela lhe disser que só deve amor a ele

Pra que dizer que não
Que é sem razão
Coloque o mar no quarto dela

E demonstre o que é amar

Dedique esta canção a ela

E demonstre o que é o mar


* Mar da Gávea é uma canção de Lucas Santtana, cantada aqui por Arto Lindsay (e por si, espero eu). Faz parte do soberbo álbum intitulado Mundo Civilizado.

O corpo é uma bebida forte

O corpo é uma bebida forte. Alucina, faz tremer, deixa-nos em perfeita convulsão. Quando as mãos desenham as formas, ao tocá-lo, nada permanece igual. Acende-se o lume da fogueira que se alimenta do que pensa o próprio corpo, do que se espera dele, do desejo de ser mais humano naquele instante. E há mulheres que se insinuam até ao limite da vontade, até ao momento da valsa, do abraço lento a dois, primeiro nos beijos, depois nos beijos ainda, depois... depois esta história deriva a escrita por um momento para que os amantes se percam no abismo dos passos seguintes sem serem importunados.
Até que a dança termina com a embriaguez da pele. E aí, nesse exacto momento, o corpo é tão frágil que não suporta a mínima corrente de ar dirigida ao coração.

Flores e as Papoilas Saltitantes

Não são rosas, senhores, é Flores!

* ao que parece, Quique Flores será o novo treinador do meu Benfica. Que seja desta, é tudo o que eu desejo. E, para já, uma frase me assalta o espírito: estoy contento!

Ideia

Parar para sempre o tempo! E, só depois, prosseguir.

Indícios

Ontem à tarde comprei o livro 100 Maravilhas do Mundo, editado pela Bertrand, Livreiros. Obra profusamente ilustrada, com textos informativos sobre cada uma das ditas maravilhas, como seria de esperar... É um belo volume de 240 páginas. Só à noite, já em casa, me dei conta de que esta compra revelou, com toda a certeza, os primeiros indícios da minha velhice.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Poema

Eram crianças que brincavam
e davam as mãos à vida
e nos dias retratavam
a vontade apetecida
de serem sempre meninos

Mas logo o tempo desfez
a quimera desses dias
e só nos sonhos que vivem
podem andar de mãos dadas
para serem eles outra vez

* esta imagem foi retirada do site http://disparosporai.blogspot.com/

Poema

Voltar à margem das águas
aos momentos sombrios
dos tempos vividos
das vidas dos outros
do que dos outros
há em nós
e voltar sempre
ao limiar da esperança
para que nessas águas
não estejamos sós

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Permanecer

O que entristece é ver-te assim, a pele em desespero, as rugas ganhando formas de corpo, o olhar embaciado como as janelas de Inverno. O que magoa é a crueldade da vida que te limita as vontades, a certeza da meta que não queremos que cortes, o tom de despedida de qualquer palavra dita. E tu, por muito que queiras, não sabes dar outra resposta ao tempo a não ser permanecer, estátua quase parada, quase humana, em fila de espera até ao instante de morrer.

*esta imagem foi retirada do site http://olharmacro.blogspot.com

Poema

São verdes os olhos dos poetas
porque deles germinam
todas as manhãs
e as verdades mais completas

terça-feira, 20 de maio de 2008

Poema

A mão recolhe o pó da existência
peneira o tempo
e com ele brinca
até ser noite

Depois
num impulso cego
e ternurento
lança o que sobra
ao céu
e descobre o firmamento

Poema

Eras tu
que te escondias
por entre as sombras do tempo
e sem saberes permitias
o amanhecer do momento

Eras tu
que não me vias
ou eu
que sem querer fugia
enredado pelo vento

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Poema

O sol escondeu-se há pouco
por detrás de uma nuvem

Compreendo o sol
repreendo a nuvem

Não gosto dos que se aproveitam
dos dias sem brilho daqueles que nos iluminam

Em estado de graça (Joan seja louvada)

E continua, fazendo a banda sonora plena dos meus dias. Mesmo sabendo que já tenho outros discos (que prometem) para ouvir, os meus ouvidos não permitem outras melodias. Não é disto que falamos quando falamos de obsessão? Impertinência excessiva, preocupação constante, perseguição insistente, ideia fixa? É exactamente assim, e ainda por cima por causa de uma mulher!!!

* à cautela, quero garantir-vos que não sou um homem perigoso. Todos aqueles que me conhecem podem garanti-lo...


domingo, 18 de maio de 2008

I wanna throw up...

Um convite da Sofia não se pode recusar. Por isso mesmo aqui estão os meus seis ódios de estimação:

1. Futebol Clube do Porto - por causa do Costa que por lá anda.

2. Eduardo Sá (psicólogo) - porque a voz e a pose fazem-me comichão em sítios inconfessáveis.

3. Francisco Louçã - porque parece um padreco com um insuportável tom paternalista.

4. José Rodrigues dos Santos - porque sempre que pisca o olho acha que tem mais charme do que o Brad Pitt.

5. Odete Santos - tenho mesmo de explicar porquê?

6. Os programas da manhã da RTP, SIC e TVI - porque parecem feitos para pessoas mentecaptas e, afinal, são feitos por pessoas mentecaptas.

* é claro que a lista teria outros contornos se a extensão permitida fosse outra.

E por falar em Caetano Veloso...

Caetano vai correr meio mundo até ao final de Agosto. A sorte parece tocar-nos à porta, mais uma vez. No site oficial do músico baiano estão agendados três concertos em Portugal para o próximo mês de Julho:

* a 23, em Aveiro

* a 25, no Algarve (no Grande Real Santa Eulália Resort & Hotel SPA - jantar e concerto a 95 euros por pessoa)

* a 26, em Oeiras

Boas notícias, portanto. Embora não consiga saber os locais precisos da primeira e última datas, tenho esperança que se concretizem. Até ofereço um beijo ou abraço (conforme os casos) a quem tiver sobre este assunto notícias mais frescas...

* para conseguir ler a letra da canção Pesar do Mundo, clique na imagem. Vai ver que vale a pena.

Obra em Progresso

Caetano Veloso não pára. Não pára e vai sempre à frente, sempre inovando. Desta vez o genial baiano estreou a 14 de Maio (na casa Vivo Rio, R.J.) um show que acontecerá todas as quartas feiras até ao final de Junho. Deu-lhe o nome de Obra em Progresso. Porquê? Porque o alinhamento do show vai mudando consoante os convidados semanais. Os concertos vão apresentando músicas inéditas, algumas de e muitas outras escolhidas pelos seus convidados. No final dessa mini temporada, Caetano escolherá o alinhamento final do seu novo disco, previsivelmente intitulado Transamba, óbvia referência ao seu trabalho de 1972 (Transa) e revelador de uma vontade do baiano já muito antiga de fazer um disco de samba. A acompanhar Caetano está o trio Marcelo Callado (bateria), Pedro Sá (guitarra) e Ricardo Dias Gomes (baixo e teclados), a Banda Cê que gravou e tocou na apresentação do seu mais recente e musculado trabalho. Eis o alinhamento do show de dia 14, cujos convidados foram a dupla Jorge Mautner e Nelson Jacobina:

1. Perdeu (Caetano Veloso) - inédita
2. You Don't Know me (Caetano Veloso)
3. Desde que o Samba É Samba (Caetano Veloso)
4. Pé da Roseira (Gilberto Gil)
5. Tarado (Caetano Veloso) - inédita
6. Por Quem (Caetano Veloso) - inédita
7. Base de Guantanamo (Caetano Veloso) - inédita
8. O Leãozinho (Caetano Veloso)
9. Não me Arrependo (Caetano Veloso)
10. Minha Flor, meu Bebê (Cazuza)
11. Três Travestis (Caetano Veloso)
12. O Maior Castigo que Eu te Dou (Noel Rosa)
12. Como Dois e Dois (Caetano Veloso)
13. Sem Cais (Caetano Veloso e Pedro Sá) - inédita
14. Homem (Caetano Veloso)
15. Todo Errado (Caetano Veloso)
16. Eu Não Peço Desculpa - com Jorge Mautner e Nelson Jacobina
17. Vampiro - com Jorge Mautner e Nelson Jacobina
18. Manjar de Reis - com Jorge Mautner e Nelson Jacobina
19. Odeio (Caetano Veloso)
20. Nosso Estranho Amor (Caetano Veloso)
21. A Cor Amarela (Caetano Veloso) - inédita
22. Deusa Urbana (Caetano Veloso)
23. Cajuína (Caetano Veloso)

Um facto

Um facto: ontem, uma estrela explodiu por já não aguentar mais o estrelato de uma vida inteira.

sábado, 17 de maio de 2008

O leito da vida

Ambos sabiam tão pouco. Eram felizes na ignorância suprema de acreditarem que tudo era possível. Não sabiam que a vida é que nos navega e que contra as marés que nos chegam nada podemos, a não ser permanecer à tona dos dias que passam. Mesmo que presos um ao outro, há marés tão contrárias que se vão acomodando em nós até serem leito para a vida inteira.

*esta imagem foi retirada do site http://olharmacro.blogspot.com

Poema

As coisas que vejo
sinto-as mais ainda
quando as toco
e não estão lá
quando as ouço
na mudez do que me dizem
ou quando as guardo
como agora
ao abandono do poema

As coisas que vejo
são assim
de uma grandeza
em sublime incandescência
conjugando nesse brilho
tudo o que são
e a sua ausência

* texto levemente inspirado no livro Pobby e Dingan, de Ben Rice.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Estranha sensação

Por vezes sinto-me observado pelas palavras. É uma sensação estranha e certamente sem qualquer tipo de sentido.

OU

No fundo, somos os caminhantes das coisas por dizer.

Fixação

Não tenho outra explicação para o caso em questão: trata-se de uma forte fixação auditiva. Não ouço mais nada há já vários dias a não ser To Survive, da deliciosa Joan as Police Woman. O disco vai crescendo lentamente, tomando conta de mim até ter-me ao colo, embevecido, disposto às mais íntimas carícias que só certos estados de alma reconhecem de quando em vez. Estou rendido, completamente entregue aos requintes de uma voz sublime, ao dedilhar do piano, às subtilezas sonoras das canções, à parceria final em tom de festa contida na voz de Rufus Wainwright. É tão bonito este disco! Daquele tipo de beleza que dói por dentro e que ao mesmo tempo cura as pequenas feridas que a vida deixa ficar em nós. A vida também pode ser isto: uma alma entregue a uma voz sem rosto presente, mas que ainda assim se deixa tocar quando fecho os olhos.

Poema

Tenho-a a meus pés
a querer chegar-se
a querer tomar conta
do que não é seu
como uma variz a querer crescer
tomar-me a perna
depois um palmo mais
(e nisso pode ir-se a vida)
até que deixo tocar-me
ao de leve
como se fossemos íntimos
(e nisso posso ir-me nela)
depois afasto-me
recolho o corpo
e faço tudo
por parecer morto

Poema

Eu não sei
sei quase nada
muito pouco
um grão de areia
que o vento arrasta
para bem longe
e na lonjura me vou

Eu já não sou
ou quase nada
muito pouco
parca imagem
do que antes foi
uma pegada

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Guilty Pleasures

Os ingleses têm uma expressão para isto: Guilty Pleasures. Ou seja, algo de que gostamos embora tenhamos alguma vergonha em admiti-lo...
E é isso que proponho: uma lista de guilty pleasures (10 parece-me um número interessante como referência). Vale tudo, livros, discos, filmes, qualquer coisa serve, desde que gostemos e nos envergonhemos um pouco desse gosto, ao mesmo tempo.

Quem aceita o desafio de passar uma vergonha em público? Eu proponho a participação dos suspeitos do costume, mais uma ou outra aquisição recente. Vamos a isto? Eu começo:

* Mike Oldfield - Tubular Bells

* Duran Duran - Rio (o segundo disco da banda, embora ao primeiro também lhe pisque o olho)

* Kim Wilde - os dois primeiros discos (Kim Wilde - que tinha Kids In America; e Select)

* Pulseiras de pano coloridas do Senhor do Bonfim

* Crachás - daqueles que se põem nos blusões de ganga

* Os filmes do pior realizador da história do cinema (Ed Wood) - como por exemplo, Plan 9 FromOuter Space

* Hair - o filme de Milos Forman e a respectiva banda sonora

* Comer / beber alimentos coloridos, como gelados azuis, por exemplo

* Heidi e Marco - tenho um certo fascínio pelas respectivas histórias dessas personagens

* Gostar mais de gomas e de refrigerantes do que qualquer um dos meus filhos


E pronto! Agora podem rir-se à gargalhada...

Será que poderei contar com as participações de A Traição de Wendy, A Caixinha dos Meus Botões, As Partes do Todo, Em Bicos de Pés, Homo Zappiens, Just- a-Lazy-Cat, Meia Laranja Inteira, My Crazy Little World, Red Jan, Ideias e Bocados, Zoo, Magoonífico e Blue Eyes?

Os traços dos corpos

Conheço-te as formas desde há muito. Contorno cada uma das tuas curvas com a precisão absoluta de quem ama. O mesmo com os traços elegantes das tuas linhas direitas. É um trabalho moroso, feito de pequenas coisas, hesitações, angústias... Solidão. E faço com elas o que elas me permitem. Apenas isso. Por vezes um quadro desvairado, outras um arado de sonho para quem quiser sonhar.
Esta é um pouco da história que as tuas formas acabaram de contar.

Poema

Um verso morrente
um outro carente
a precisar de atenção
um poema é como gente
em momentos de aflição

terça-feira, 13 de maio de 2008

Foi rigorosamente assim...

Estou rendido! Rendição absoluta à primeira audição! Um disco seguro para constar no best of de 2008.
Fechei as luzes da sala, acendi uma vela para criar um certo clima e o resto foi simplesmente isto: ouvi-la, senti-la, tê-la dentro durante o tempo das dez canções que cantou apenas para mim. Depois foi-se embora. Ficou o rasto das melodias pelo chão, algumas notas mais altas que continuam suspensas, sonhadoras, fascinantes, como lençóis de sons para me cobrir durante a noite de hoje.

* esta imagem foi tirada há poucos minutos, quando Joan saía de minha casa, tentando que ninguém desse pela sua presença.

Última hora

Nem acredito! Hoje à noite, na minha sala, vou poder ouvir o novíssimo álbum de Joan As Police Woman. Tão novo que só sai a 9 de Junho. Adivinho e antecipo o filme: ela cantará e eu suspirarei por mais quando o disco acabar. A noite perfeita pode muito bem ter estes contornos. Podem roer-se de inveja. Eu nem vos ligo. Vou estar ao serviço da autoridade...

* o disco chama-se To Survive e é o sucessor de Real Life, o melhor disco da minha vida mais recente.

Poema

Por outro lado
não espero nada dos dias
a não ser que tenham
princípio e fim
um pouco de alento
vozes que sei
sem as ouvir
uns instantes de silêncio
e de prazer
num misto de alegria
em tom alado
para que possa sempre
ver os dias
que se estendem
por este e
por outro lado

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Soul On Fire

O mais recente trabalho dos Spiritualized chega aos nossos escaparates na próxima semana. Songs In A & E é o título do disco que, aliás, já aqui mereceu algum destaque. Há muito que os ares cá da casa se vão enchendo da voz e dos milagres sonoros de Jason Pierce e companhia. Eu sei que há quem não goste muito dos rapazes: não são de passar na rádio, não têm músicas de trautear a caminho do emprego, mas por vezes os milagres acontecem. Acho que o refrão (pelo menos o refrão) pode ficar no ouvido de qualquer um. Nunca tinha tentado proporcionar um milagre. Vou tentar fazê-lo com este post. Se conseguir, não se preocupem. Não tenho qualquer intenção de vir a ser canonizado.


* Soul On Fire é o título desta canção. O video foi gravado na Islândia.

Os dias assim

Mais um dia cinza em que o sol tem de nascer dentro de nós. São estes os dias em que mais apressadamente envelhecemos.

domingo, 11 de maio de 2008

Adeus

Como não podia deixar de ser: adeus, Rui Costa! Hoje lá estarei para me emocionar contigo.

Fried

A propósito da exposição VINIL - GRAVAÇÕES E CAPAS DE DISCOS DE ARTISTA, a decorrer em Serralves até 13 de Julho, inauguro aqui uma nova tag. As capas dos discos, principalmente em vinil, sempre me fascinaram e há muito que ando tentado em trazer para este espaço algumas das minhas preferidas. Aproveitando a inauguração (que decorreu ontem, e que tudo farei para ir ver), começo hoje aqui mais um percurso feito de imagens.

Esta é uma das capas de discos mais interessantes que conheço. Revelam o que ia na cabeça de Julian Cope num período em que os ácidos quase o tornaram mais uma rock-casualty. Coleccionador de brinquedos de pequenos carros, trouxe para a foto esta carrinha onde inscreveu Fried, título do disco e espelho do que as drogas lhe faziam ao cérebro. Totalmente nu, debaixo de uma carapaça de tartaruga, Julian Cope convenceu muita gente de que a loucura teria chegado definitivamente ao seu convívio, via LSD. Nada mais (ou menos) errado. Fried é um disco genial, genialmente louco, se quiserem, mas um marco (de som e de imagem) do que Cope fazia em 1984. Este é o seu segundo disco a solo, depois da aventura dos TheTeardrop Explodes.


sábado, 10 de maio de 2008

Poema a dois

...desejo:
uma meia metade, um sempre pouco

quando se espreita

um quarto crescente...


...suspiro:

o ar que nos prende, sempre iluminado

quando esse desejo

é algo nascente...

* pela primeira vez, um poema a dois (sem que o meu amigo Janeca o saiba ainda).
A primeira estrofe, bem como a imagem, é dele e pode ser vista em http://olharmacro.blogspot.com/. A segunda é minha e achei bonito ficar assim.

O dia frio

Era o mar e nós. Mais nós do que o mar. O dia frio tornava mais quente os abraços e mais límpida a brisa da manhã. Nada sabíamos do futuro, apenas que o futuro era o segundo seguinte. O segundo seguinte até não haver mais tempos de futuro.
A imagem ficou colada aos nossos corpos, a recordação também, até quase passar. Hoje já não somos nós e só o mar permanece com certezas de futuro. É sempre um erro esquecermos as imensidões que nos cercam, sejam elas água ou alma.

* esta imagem foi retirada do site http://disparosporai.blogspot.com/

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Cat, the greatest


* não consegui saber se este é o vídeo oficial da belíssima canção The Greatest, de Cat Power. Se não é, poderia ser. Ou melhor, deveria ser. Ou melhor ainda, até prova em contrário, para mim é!
A elegância da melodia, das entoações da voz, da surpresa sempre repetida dos acordes (embora já a tenha ouvido centenas de vezes), dos silêncios que se ouvem antes dos versos mais bonitos, tudo isso casa tão bem com este vídeo...
Perfeito na sua ideia de quase estatismo em movimento contínuo dos mesmo gestos, das mesmas posturas típicas dos jogos que ali se jogam. Que se jogam no vídeo, mas que também se pressentem nas palavras e na dança dolente que as envolve.

Poema

Uma racha no cimo da jarra:
tímida e fulgurante a forma
dos objectos se expressarem

Ten Rock Movies We'd Like To See

01- Dial REM For Murder
02- Girl With a Pearl Jam Earring
03- Ringo Starr Wars
04- The Man Who Fell To Earth, Wind & Fire
05- Bring Me The Head Of Jerry Garcia
06- The Madness Of King George Clinton
07- It's a Stevie Wonderful Life
08- James Last Of The Mohicans
09- Do The Right Said Fred Thing
10- The Who Framed Roger Rabbit?

* esta preciosidade vem na revista Uncut de Junho (sim, Junho) deste ano, mais precisamente num pequeno livro incluso cujo título é The Uncut Book Of Revelations, volume 2.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A paz dos dias



Já visita habitual da escrita deste blog, hoje trago-o para o dia nascer em paz. Senhoras e Senhores, apresento-vos... Devendra Banhart.

Circular

Escrever, agitar os sentidos das palavras para que os sentidos das palavras nos agitem para que possamos escrever.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O resto do que sobra

De nada serve
o brilho das estrelas
na veste negra
deste texto
nada brilha aqui
nada ilumina a escrita
desta voz
tudo é árido e despido
como a última folha de outono

E em volta é tudo sombra
tudo ausência e abandono

terça-feira, 6 de maio de 2008

Porque não me apetece ir já dormir...



Eu queria ser uma Estrela Rock, pelo menos por um dia...

*os Los Hermanos foram o melhor projecto de rock que o Brasil apresentou ao mundo nas últimas décadas. Curiosamente, ainda não tinha escrito nada sobre eles neste blog. Agora que terminaram (e já fecharam as portas há uns largos meses) só me resta ouvir os seus quatro únicos discos. E apresentá-los a quem não os conheça. Este é o primeiro post sobre esses magníficos barbudos.

R.I.P., Los Hermanos.

Os filamentos do silêncio

Fico-me por aí
nos filamentos do silêncio
onde as pequenas pedras se juntam
empurradas pela chuva e pelo vento
sabendo que tudo passa
sabendo o que não se diz
porque as palavras estão presas
a outras bocas
em outros sítios
e que a existência dos caminhos
está nas curvas que não dei
e nos versos que não fiz

O pouco do que fica

O pouco do que fica
está aqui
ao alcance da vontade
e do prazer

O pouco do que fica
ficará sempre por dizer

Porque dizê-lo
é apagar a luz...
e está quase a escurecer

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Nostalgia: a diferença entre os sexos

Para nós, os homens:
Para elas, as mulheres:

São tão mais interessantes, as mulheres!!!

A Língua Portuguesa

Não sou radical quanto a esta questão, mas acho que vale a pena resistir a algumas das "propostas" do novo Acordo Ortográfico. Quem quiser juntar-se é só carregar no link e fazer o que lá é pedido:

http://www.ipetitions.com/petition/manifestolinguaportuguesa/

Demora meio minuto.

Poema

Há um sentido
risível nas palavras
quando nascem no papel

Depois transformam-se
e ao dispor de quem as lê
tornam-se amargas
ou mel

domingo, 4 de maio de 2008

Dia da Mãe

Do Lourenço e da Bárbara: feliz dia da Mãe. Um beijinho muito grande para a melhor mãe do mundo.
*um beijinho também para a minha, com alcance suficiente para chegar ao Brasil.

Talvez

Como acordar os anjos quando ainda dormem? Como evitar que a luz do romper do dia não incomode o sono que persiste? Como desviar o olhar da pele que se expõe tão serenamente? As dúvidas que o amanhecer traz são sempre as mesmas. E permanecem. Acordar os anjos não é tarefa simples. Talvez com um beijo, mas é tão pouco... Talvez sibilando gotas de silêncio nos lábios ainda húmidos da noite... Talvez, talvez.

*esta imagem foi retirada do site http://cristal-liquido.blogspot.com/
**obrigado, Suzana Cano.

sábado, 3 de maio de 2008

Já cá cantas, Scarlett

Sim, é verdade. Estou com uma desmesurada curiosidade em ouvir o disco Anywhere I Lay My Head , de Scarlett Johansson. A edição física do álbum ainda tarda, mas ele já anda nos ares da net e chegou até mim. Estou curioso e com receio, ao mesmo tempo. Esta versão recente da Bela e do Monstro pode ser excelente, como pode ser também um flop total. Eu sei que a menina Scarlett chamou David Bowie para a ajudar, mas mesmo assim... Cantar Tom Waits é quase impossível. O termo de comparação não admite passos em falso. Vou ouvi-lo ao cair da noite e até lá vou cruzando os dedos para que a coisa resulte bem aos meus ouvidos.

Aqui está o alinhamento:

01 Fawn
02 Town With No Cheer
03 Falling Down
04 Anywhere I Lay My Head
05 Fannin' Street
06 Song for Jo
07 Green Grass
08 I Wish I Was in New Orleans
09 I Don't Want to Grow Up
10 No One Knows I'm Gone
11 Who Are You?

* só a canção Song For Jo não é de Waits. É um original da própria Scarlett.

Compreensão

Um amigo compreenderá sempre o que nem eu mesmo compreendo em mim.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Have a good night sleep



"You close your eyes and you will see
Micro-flashing neon lights
Open your eyes and you will see
It still looks like the same thing
Lie and wait for sleep and listen
To your heart beat too fast for sleep
Close your eyes and you will see
The sound asleep..."

*esta canção pertence ao disco Eat To The Beat, muito referido neste sítio nos últimos tempos, mas não só. Chama-se Sound A Sleep.

Os poemas inexistentes

Há sempre um pequeno poema
a florir numa palavra
num suspiro envergonhado
ou na ausência prolongada

E quando assim é
o que podemos
para além de lê-lo
é fazer nada

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Agora os nossos (som, escrita, imagem)

Sou do tempo do boom do Rock Português. Quando esse tempo me atingiu, não lhe dei muita importância. Entre dois ou três discos curiosos, um ficará para a história. Para a minha e para a outra também, certamente. O primeiro longa duração dos GNR trazia consigo um misto de rock-pop-indie que o colocava bem à frente de tudo o que por cá se fazia. Aquela faixa de quase meia hora (todo o lado B do vinil) dizia tudo sobre a vontade de inovar. Independança é a minha óbvia escolha!

António Lobo Antunes, quem mais poderia eu escolher? Foi muito difícil escolher um livro da sua já longa obra, mas A Morte de Carlos Gardel foi o eleito. É um livro seco, sobre a morte de um rapaz, sobre aqueles que são incapazes de amar, sobre as suas fraquezas... E descobrimos que esses, os incapazes, também podemos ser nós. A páginas tantas, uma personagem de nome Joaquim atira a seguinte frase: "Deus me livre de gostar das pessoas." E nisto se resume esta obra-prima da literatura portuguesa.

O cinema português é, na minha opinião, muito mais interessante do que por aí se diz. Isto digo eu, que nada percebo de cinema. Mas Kilas, o Mau da Fita, parece-me uma obra incontornável. Como resistir ao "chuleco", ao "malandro" que punha todas as suas meninas a render para sustentar a Madrinha? José Fonseca e Costa realizou um excelente filme e contou com a soberba interpretação de Mário Viegas (o Kilas do filme). Só os nomes das personagens dizem bem do delírio da obra: Pepsi-Rita, Lily-Bobó, Palito La Reine, entre outros. A cena da violação da Ana (Paula Guedes) é antológica.

* ainda hoje não existe em dvd, o que não se compreende de todo!