terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Poema

O tempo termina
o ano acaba

Cumpre-se
aos poucos
a velha lição
da vida

Muita coisa finda
antes de terminada

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Best of 2009 - a banda sonora do ano que (quase) passou

Adoro fazer a lista dos discos que mais gostei e ouvi quando o ano termina. Alguns suspeitos do costume, mas também alguma gente nova na minha lista de preferências... Sem qualquer critério de ordenação, aqui estão os discos que fizeram banda sonora do ano que está quase a terminar:

1) Caetano Veloso - Zii e Zie
(porque Caetano é Caetano, e Lapa é, talvez, a melhor canção que ouvi este ano)

2) Richard Hawley - Truelove's Gutter
(parece um disco de outros tempos, e Hawley é um crooner como já não há)

(because indian indie rock'n roll sound makes me happy as fuck)

4) + 2 - Imã
(Moreno, Domenico e Kassin em versão ballet para o Grupo Corpo)

5) The Legendary Tiger Man - Femina
(em Portugal não há melhor, e as vozes convidadas fazem o resto)

6) God Help The Girl - God Help The Girl
(o génio de Stuart Murdoch sem os Belle & Sebastian)

7) Karen O and The Kids - Where The Wild Things Are
(uma banda sonora onírica que vale por si mesma)

8) David Sylvian - Manafon
(porque ao deitar, às escuras, não há voz melhor para acordar a noite)

9) Christophe F. / Black Sheep - Heathen Frontiers in Sound
(desde o tempo de Universal Panzies que não ouvia Christophe F., e tinha saudades)

10) Tom Waits - Glitter and Doom Live
(porque...porque, como diria Agustina)

11) Casiotone For The Painfully Alone - Vs. Children
(não há ninguém como Owen Ashworth)

E pronto! Num ano de reconciliação absoluta com o jazz de outras décadas, este é o meu Best Of de 2009

* pode ver a capa dos discos com um simples click nos respectivos títulos
** o Best Of deste ano não é um Top 10: é um Top 11!


domingo, 27 de dezembro de 2009

Poema


Não temas as lágrimas que verteres
porque é ainda maior o dilúvio
que em ti se esconde

gota - a - gota
até ao fim
do que
és
.


sábado, 26 de dezembro de 2009

Poema

Bocados de terra
na mão aberta

(a espera do momento
vem da certeza
do vento que mais tarde
soprará)

Na outra mão
apenas pó
de um tempo
que só o tempo
apagará

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

As Palavras Por Dizer


Tinha algumas palavras para gastar. Tirou-as do bolso e espalhou-as na palma da mão. Palavras caras e alguns trocos como sim, não, talvez. Pensou que o melhor era poupar as mais importantes para quando, mais à noite, falasse com ela.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Um homem de palavra

Dizia-se uma pessoa palavrosa. Comia sopa de letras devotamente, e como sobremesa só apreciava aletria. Sofria de bibliofagia. Era um homem de palavra, até que, num dia de vento, se apagou.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Uma má história

Não sabia o que fazer com tantas palavras. Não gostava delas e por isso decidiu subir ao cimo de um monte para as lançar ao vento. Foi o que fez. Subiu. Porém, antes de cumprir com a sua vontade, resolveu atirar-se juntamente com elas. Sempre achou que nas más histórias todas as personagens deveriam morrer.

sábado, 19 de dezembro de 2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Blue Note

A requintadíssima Blue Note faz 70 anos!
Que continue assim, a dar-nos prendas às mãos cheias!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Um poema na cidade (II)

Só o silêncio
dos corredores desta cidade
esconde as palavras
mais intensas
aquelas que acendem a noite
no seu corpo
e mostram
as suas doces saliências

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Um poema na cidade (I)

O corpo da cidade
adormeceu por muitas horas
sono de luzes-sinais
que não se apagam na noite
e mesmo que o silêncio doa
o corpo permanece distendido
em toda a sua distância

Quando uma cidade dorme
desperta a sua elegância

domingo, 13 de dezembro de 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

Quem é Antoine Doinel?

Gosto de retratos. São, muitas vezes, representações certeiras do retratado. No entanto, há retratos que nos deixam perplexos, retratos onde a dúvida ultrapassa a realidade apanhada no instante captado. E assim, a pergunta impõe-se: quem é Antoine Doinel?

* fotografia de Richard Avedon
** este post é para o meu amigo Artur Carvalho, com um abraço a acompanhar.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Marisa Monte

"Tô com saudade de tu, meu desejo"

* a legenda da fotografia é o verso inicial da canção Gostoso Demais, de Nando Cordel e Dominguinhos, presente, por exemplo, no disco Dezembros, de Maria Bethânia.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Poema

Ando suspenso
nos bocejos da manhã
e são de tília
os dias 
frios de inverno

Acordo com a dormência
de um tempo 
que não vem agora ao caso
e conformo-me com as rosas
do teu corpo exangue

Os espinhos 
são de amor 
e não de sangue

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Agora a cores

Aquele que é considerado o pior filme de sempre, ganha nova vida! E eu, que já há muito o tenho a preto e branco, agora quero tê-lo a cores. Ainda deve ser melhor, quero dizer... pior!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Being Blondie


Começa hoje, em Londres, uma exposição sobre os Blondie. Ou melhor, e mais precisamente, sobre a sua lead singer, Debbie Harry. A exposição é gratuita e durará até dia 11 de Janeiro de 2010. Eu adoraria lá ir, mas nem sempre as vontades se cumprem. Na apresentação noticiosa pode ler-se assim:

"As Blondie celebrates thirty-five years since their inception, Proud Camden presents Being Blondie: Debbie Harry by Brian Aris, a revealing collection of images specially selected from the archive of celebrated photographer Brian Aris, focusing on their leading lady, Deborah Harry."


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

John Coltrane em quadradinhos


Ora aqui está um livro que daria uma boa prenda de Natal! Paolo Parisi escreveu e desenhou um livro sobre John Coltrane, o mítico jazzman de Carolina do Norte. É una storia attraversata da un sound, como ele próprio afirma. E que bem me ficaria entre as mãos, numa noite fria e chuvosa de Inverno. 

* livro editado por Black Velvet Editrice, 128 páginas, preto e branco, Março de 2009.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Tim Burton's Ed Wood


Aqueles que acompanham este blog saberão há muito que tenho um certo fascínio por Ed Wood e por Tim Burton. Nada melhor do que juntar os dois e ter o enorme prazer (tantas vezes já repetido) de ver Ed Wood, o filme que conta a história daquele que muitos consideram o pior realizador de sempre do mundo do cinema. Com Tim Burton na direcção e com Johnny Depp encarnando Ed Wood, what could go wrong? Nada, pois claro. O filme é, até hoje, um dos que mais considero da cinematografia do norte-americano. O filme é ainda responsável por ter feito as pazes com Martin Landau (que faz de Bela Lugosi), actor que sempre desconsiderei, talvez devido ao facto de nunca ter gostado de Espaço 1999. Se não estou em erro, Martin Landau ganhou um Oscar de melhor actor secundário fazendo de Lugosi, o famoso actor húngaro que foi trilhando carreira em Hollywood na primeira metade do século XX. Falar de Ed Wood, o filme, é falar de uma obra a preto e branco, de um enredo riquíssimo em diálogos, da história de um homem que tinha visão cinematográfica, mas pouco talento. É um filme onde a agonia e o desespero dos sonhos frustrados se torna difícil de suportar, de tão evidente. E é, finalmente, a história da vida de um homem que não podia viver sem vestir, de vez em quando, roupas de mulher. Soberbo.


* Ed Wood (de 1994), nunca chegou a ter edição portuguesa em dvd.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Poema

Se o poema te disser
ao que vem
não o renuncies
antes inclina o corpo
sobre o corpo
do poema
e não o mostres
a ninguém

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Tintim em Lisboa

Abre hoje a loja Tintim, em Lisboa. E eu, com mil milhões de mil macacos, fui convidado para a inauguração!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Close Up


Estou decidido a voltar a usar a pasta dentífrica Close Up. Quem viveu em Portugal nos anos 70 lembra-se desse dentífrico, seguramente. Estava disponível em duas versões, uma verde e outra vermelha, a minha preferida. Sabia a canela e isso marcava a diferença. Já há muito que não se encontra à venda no nosso país, o que é uma pena. Queria voltar ao tempo em que os sorrisos tinham um aroma melhor. Queria mesmo!

* este post inaugura uma nova etiqueta neste blog

terça-feira, 1 de dezembro de 2009