segunda-feira, 23 de julho de 2012

Boas (scrtchcsrt) Férias!


(scrtchcsrt) esta gravação serve apenas (scrtchcsrt) para dizer que o I Blog Your Pardon (scrtchcsrt) vai de férias, e regressa lá para a terceira (scrtchcsrt) semana de agosto. No entanto, como sempre, (scrtchcsrt) é certo que um ou outro post (scrtchcsrt) será publicado, para que o hábito não se perca (scrtchcsrt). Boas Férias! (scrtchcsrt)

domingo, 22 de julho de 2012

As aventuras de Philip e Francis vão de férias


Mesmo a tempo! Esta segunda aventura de Philip e Francis (personagens que imediatamente remetem para Blake e Mortimer, de E.P. Jacobs) chegou-me às mãos no exato momento de fazer a mala dos livros para as férias. Que maravilha: o álbum e os dias de descanso que estão aí a chegar. 

sábado, 21 de julho de 2012

Restaurado

Um homem de 50 anos entrou numa casa de restauros e saiu de lá com vinte e poucos.


* este post inaugura uma nova etiqueta

sexta-feira, 20 de julho de 2012

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Poema

Não me provoques
que posso não aguentar
e ter de fugir
subir às árvores
e ali ficar para sempre
comendo os frutos
do ar e do vazio
pequenas gotas de chuva
para matar uma sede
que não é sede
antes fome de existir

Não me provoques
mesmo depois de me esconder
que o ramo da árvore
é frágil e posso não aguentar
e acabar por perecer

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Poema

Ando louco
de uma loucura branda
que me altera o corpo
e fico à beira
de sofrimentos maiores
como o riso
ou o choro
compulsivos

Lanço silvos
da voz que tenho
já tão solteira da que tive
e que a loucura levou

Na loucura
sinto uma sombra crescente
que me rói por dentro
o equivalente a uma faca
a rasgar o peito
adolescente

Sou muito novo ainda
mas a loucura faz-me
novo e velho
alternadamente

Talvez a loucura
seja isto:
um estado de resistência
desistente

domingo, 15 de julho de 2012

A sigh


Hoje, no Optimus Alive, tenho alguma esperança de que Hope Sandoval me dedique uma canção!

sábado, 14 de julho de 2012

Tonho e Cacau, na esquina de um tempo desconhecido


Clube de Esquina (de Milton Nascimento e companhia) faz 40 anos. O disco é histórico, e um dos discos mais marcantes da história da minha vida de ouvinte de MPB. Mas hoje isso pouco importa. O que importa é a história desta imagem, a história dos meninos Tonho e Cacau que há 40 anos foram fotografados e usados como imagem de capa de um disco, sem nunca terem tido consciência disso (a história de Tonho é verdadeiramente inacreditável), até há poucos meses atrás. Por incrível que pareça, é mesmo verdade! Esta é uma história que chega a ser até comovente, e que pode ser lida aqui.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Poema

Nada é pessoal
e tudo é intransmissível

Mesmo o beijo
ou a carícia irrepetível

Já nada são
pois são passado

É dura a vida
e o seu inútil legado

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Especial Kraftwerk, ou como ser robôt, humanisticamente falando (VI)

Um último post deste Especial Kraftwerk teria de contemplar múltiplas coisas avulsas, digamos assim. Um dvd oficial, estereogramas e imagens que brincam com universos icónicos da banda (capas de discos, principalmente), e mais algumas ideias que decorrem desse mesmo universo kraftwerkiano. Aqui ficam, então, imagens que deverão ser vistas como a minha derradeira homenagem a uma banda que tanto me toca e sensibiliza. Há em mim um pequeno e kraftwerkiano robôt. E por isso canto agora, como já cantei e cantarei, na minha voz humanizada pelas suas canções, I am a robot, sabendo que na frieza desse imaginário há um pequeno fogo que nunca se apagará.

(estereograma: lembrando Autobahn)


(estereograma: lembrando as capas de Kraftwerk 1 e Kraftwerk 2) 



(brincadeira pastiche com a icónica capa de Die Mensch-Maschine)



(brincadeira pastiche com a contracapa de Die Mensch-Maschine)



(brincadeira pastiche com a capa de Die Mensch-Maschine)



(imagem de promoção de um concerto, onde uma vez mais a imagem do cone está bem presente)


(imagem animada de Autobahn)



(imagem animada de um robôt dançando, a lembrar a capa de The Mix, edição remasterizada)



(capa do dvd duplo Minimum-Maximum, indispensável na coleção de qualquer fã da banda)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Amigos, mesmo que de papel


Muito mais do que uma imagem, Tintin representa um universo que sempre me acolheu da melhor maneira possível. Mais do que uma personagem, um amigo verdadeiro. Os bons amigos são assim: sabemos sempre onde encontrá-los, mesmo que não existam ao alcance dos nossos passos. Mesmo distantes nesse processo impossível da sua (in)existência, os amigos existem connosco, e não apenas ao nosso lado. Os amigos estão em nós, indefectivelmente.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Especial Kraftwerk, ou como ser robôt, humanisticamente falando (V)

Depois dos livros, as revistas. Apenas três números (dois da Mojo e um da Uncut) que me parecem muito interessantes, abordando aspetos diferentes do percurso da banda alemã. Quaisquer destas revistas podem ainda hoje ser encontradas em locais específicos da net (amazon, ebay...), e a preços simpáticos. Começemos pela mais antiga, a Mojo nº41, de abril de 1997.


(Apetece, só pela capa)

Segue-se a revista Uncut nº83, de abril de 2004. O artigo intitula-se Kraftwerk, the Krautrock Beatles, e traça a influência dos discos seminais da banda em obras como Low (de David Bowie) ou Kid A (dos Radiohead). Para além disso, também se pode ler uma interessante entrevista feita a Ralf Hutter. Imperdível!


(Uncut 83, de abril de 2004)

Finalmente, uma derradeira revista, esta mais recente ainda. Trata-se da Mojo nº192, de novembro de 2009. Neste número, com uma soberba capa e um cd de celebração da revolução eletrónica mostrando bandas que muito devem aos Kraftwerk, há um extenso artigo que percorre os trabalhos mais conhecidos e importantes dos heróis de Dusseldorf. Há muita informação nestas três revistas obrigatórias!


(Kraftwerk rebuilt & rebooted)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Um fiozinho de óleo

O Senhor Stein ouviu, numa mesma tarde e por 6 vezes seguidas, o disco Die Mensch-Maschine, dos Kraftwerk. Enquanto ouviu o disco em repeat, permaneceu sentado, imóvel, estático, totalmente absorvido pelo prazer que saía das suas potentes colunas de som. Que encantamento! Que horas fantásticas aquelas, que pareciam elevá-lo a uma outra condição existencial! Quando resolveu levantar-se, passados aproximadamente 218 minutos, sentiu-se preso de movimentos, tal o tempo em que permaneceu sem se mexer. Daí que, nesse mesmo instante, a primeira coisa que lhe passou pela cabeça foi pôr um fiozinho de óleo nas suas articulações.

domingo, 8 de julho de 2012

No meu iPod

O som não substitui a imagem, mas tudo se resolve da melhor maneira possível, dentro da minha cabeça. Ouvir estas bandas sonoras deixa-me tranquilo e satisfeito. Ver os filmes em questão faz-me sentir de maneira diferente. No meu iPod não os vejo, ouço-os apenas, e nunca um advérbio me causou tanta inquietação. Uma inquietação iluminada pelo som, uma inquietação que clareia os filmes que não vejo, na total escuridão em que os escuto. 


Jules et Jim, Georges Delerue



Le Mepris, Georges Delerue


* este post inaugura uma nove etiqueta: No meu iPod
** desta etiqueta constarão apenas textos relativos a bandas sonoras que ouço no meu iPod

sábado, 7 de julho de 2012

Especial Kraftwerk, ou como ser robot, humanisticamente falando (IV)

Ainda, e sempre, os Kraftwerk! Depois de três postagens relativas a três discos do grupo de Dusseldorf, refiro-me agora a livros que documentam o percurso, a carreira, o impacto que a minha banda alemã preferida teve na música moderna dos séculos XX e XXI. Infelizmente, e por muito que se procure, não há nenhum livro sobre o grupo traduzido em português, como também não há nenhuma obra escrita originalmente na nossa língua. Assim sendo, há que procurar em outras línguas, e como o alemão não é linguagem que conheça para a poder ler e compreender, fico-me pelos livros em inglês, e os que aqui revelo são ambos muito interessantes e diferentes entre si. 

Comecemos então por Kraftwerk: Man, Machine and Music, de Pascal Bussy. Tenho a terceira edição, publicada pela SAF Publishing (2006), e posso garantir-vos que se lê com enorme satisfação. Muito meticuloso no que diz, Pascal Bussy é um jornalista musical e fã absoluto da obra dos Kraftwerk. Para quem nada sabe sobre estes alemães, ou mesmo para quem não seja novato no assunto, Kraftwerk: Man, Machine and Music é uma obra de leitura obrigatória, e um complemento muito interessante para se saber um pouco mais sobre os criadores de Autobahn. Nos sites de referência de compra de livros e outros produtos culturais, o livro pode ser encontrado a muito bom preço. Boas leituras!


Kraftwerk: Man, Machine and Music, de Pascal Bussy

O segundo livro que sugiro é Kraftwerk: I was a Robot, de Wolfgang Flur. Editado pela Sanctuary, este livro tem a particularidade de ser escrito por um ex-integrante da banda alemã, presente em discos como Autobahn, Radioaktivitat, Trans-Europa Express, Die Mensch-Maschine, Computerwelt e Electric Café. O livro revela um olhar diferente sobre a banda, visto por dentro, e por isso complementar em relação à obra primeiramente sugerida neste post. A edição que possuo - a segunda, de 2003 - pode igualmente ser encontrada à venda nos habituais lugares online, e a bom preço também.


Kraftwerk: I Was a Robot, de Wolfgang Flur

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Poema

Lembro-me do primeiro encontro
à beira mar com os pés molhados
disposto ao sol tórrido de agosto
e de um breve aceno de vento
(aquele vento que muda a página
do livro no exato momento em que
isso se justifica, e nos faz sorrir)
como que a dizer Não, não te deixes
toldar (o sol do meio dia exige
uma expressão como esta) mais uma vez
Chega de acreditar que esta
será a última E nem penses mais nisso
uma vez que a vida não se repete
(e se, por mero acaso, isso acontecesse)
seria grave e deixaria marcas
mesmo que poucas e impercetíveis
mas mesmo assim marcas (do tipo
rugas na pele) junto ao coração
e com esta idade tão urgente que tenho
a vida seria pouco mais que
um acompanhamento
de uma mais que profunda solidão

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Especial Kraftwerk, ou como ser robot, humanisticamente falando (III)

Eis-me chegado ao terceiro disco por mim escolhido para encerrar* este Especial Kraftwerk. Trata-se de Die Mensch-Maschine! Este foi o primeiro trabalho de banda alemã que conheci. Já lá vão cerca de 30 anos! Lembro-me de ter ficado impressionado pela capa do disco. Fiquei a saber, muito mais tarde, que a capa foi inspirada pelo movimento modernista de El Lissitzky. Mais tarde ainda, e para meu espanto e desagrado, li acerca da polémica a propósito da mesma imagem da capa: que dela se podia inferir um certo ar fascista, tanto pela pose dos membros do grupo, como pelas cores utilizadas. Enfim, passemos ao que verdadeiramente importa...

Die Mensch-Maschine (1978) é composto por 6 faixas, sendo que Das Modell (O Modelo) foi a canção que mais marcou a carreira do disco, tendo sido um sucesso mundial. As restantes canções são Die Roboter (Os Robots), Spacelab (Laboratório Espacial), Metropolis, Neonlicht (Luz de Néon) e Die Mensch-Maschine (O Homem-Máquina). O disco é bastante curto, durando apenas 36:18 minutos. 

Die Roboter

* o Especial Kraftwerk continua, embora focado em outros aspetos, que não a obra discográfica.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Especial Kraftwerk, ou como ser robot, humanisticamente falando (II)

aqui escrevi sobre Trans-Europa Express (escrito à alemã), e portanto este não vai ser um post longo. Aliás, a viagem proposta neste disco (metaforicamente falado, claro está) também não é muito longa, embora perdure para sempre. É hipnótica, e parece dividir-se em duas temáticas diferentes: a do eu e do outro (realidade e imagem da realidade), e a glorificação da Europa. Neste segundo disco por mim escolhido nesta série de posts sobre os Kraftwerk, acentua-se um certo fascínio ligado à ideia de locomoção: primeiramente através do uso do carro (Autobahn), agora através do uso do comboio*

Trans-Europa Express foi lançado em alemão primeiramente, e depois em inglês. Tenho as duas versões, e acreditem que vale a pena. O disco é composto por 7 faixas: Europa Endlos (Europa sem fim), Spiegelsaal (Sala de Espelhos), Schaufensterpuppen (Área de Modelos de Forma Humana), Trans-Europa Express, Metall auf Metall (Metal com Metal), Franz Schubert e Endlos Endlos (Interminável Interminável). Tudo isto em apenas 42:45 minutos. Hop on e tenha uma fantástica viagem!


* TEE (Trans-Europe Express) era um serviço internacional de comboios expresso, que no seu auge (1974) chegou a ligar 130 cidades europeias.

(as traduções dos títulos das canções são de minha autoria, e poderão não representar corretamente o verdadeiro sentido das expressões originais)

domingo, 1 de julho de 2012

Especial Kraftwerk, ou como ser robot, humanisticamente falando (I)

Os Kraftwerk são uma referência para mim. Aprendi a gostar deles nos meus early teens, graças ao meu amigo Midinho, que tinha o LP The Man Machine. Tantas vezes o ouvi, que fiquei fã absoluto. Estive afastado, depois desse período e durante muitos e muitos anos, da banda de Dusseldorf, até que o reencontro se deu, e de que maneira! Os amores são sempre eternos, afinal! Este é um post especial. Digo que é especial por pretender ser uma porta de entrada no mundo kraftwerkiano. Ou melhor: se o leitor estiver curioso, e pouco souber em relação à banda e ao seu trabalho, pode seguir os conselhos que aqui vou deixar. E assim, se tiver coragem de avançar num caminho perigoso (por não haver retorno, de tão viciante que se torna), basta ter em conta o que a seguir se diz e se mostra.

Da obra dos Kraftwerk, que nem sequer é tão extensa assim, tenho de destacar 3 discos, provavelmente os meus preferidos, embora nem sobre isso tenho certezas absolutas. Por ordem de aparição, começo por Autobahn, trabalho lançado a 1 de novembro de 1974. Autobahn é um disco que contém apenas 5 faixas, a primeira das quais preenchendo todo o lado A do LP, e que se chama exatamente Autobahn. Tem, originalmente, 22:43 minutos de duração e evoca o prazer da condução numa autoestrada. Esta faixa é uma homenagem à primeira autobahn alemã, construida de forma a ligar as cidades de Cologne e Bonn, aberta ao tráfego a 6 de agosto de 1932. Nessa autoestrada não havia limite de velocidade.

Tudo é icónico neste disco, desde o ruído da porta do carro a fechar-se (nos primeiros segundos da faixa), até aos segundos finais de Morgenspaziergang (Passeio Matinal), que encerra Autobahn. Entre a primeira e última faixas há ainda Kometenmelodie 1 (Melodia do Cometa 1), Kometenmelodie 2, e Mitternacht (Meia Noite). 

As capas de Autobahn são imagens de referência do universo icónico da banda. Boas audições, e boa viagem!

(capa e contracapa originais)


(capa original alemã, da autoria de Emil Schult)


(capa mais tardia)


* next stop: Trans-Europa Express