quinta-feira, 29 de abril de 2010

Poema

Suponho que fui o primeiro a despir-me

Depois (ah! que irritante
esta tendência narrativa dos meus versos)
foste tu a imitar-me
no desenho das roupas
espalhadas pelo chão

Eu cobria-te o corpo
no movimento das mãos
lembrando um maestro
em êxtase sinfónico

Lembras-te?

Depois (de novo
este impulso...) a noite continuou
intensa e liberta
muito para além
dos versos deste poema
que recorda
essa narrativa aberta

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Poema

Ouvi dizer
que o verão vem a caminho
que demorará
pouco a chegar
tal a pressa em aparecer

Parece que vem depressa
e que está a poucos
quilómetros do meu corpo

Parece que vem já
sobre o Atlântico
a nado
para ir aquecendo as águas
que dão o mote à estação

Virá ou não?
Verão

terça-feira, 27 de abril de 2010

Conselhos Úteis

Não falar
ou não pensar
sempre que deva

Escrever versos
sem dizer coisa que valha
por muito que me apeteça

Construir assim
a vasta obra que todo
o poeta deseja

E não sentir
antes de escrever
o que quer que seja

domingo, 25 de abril de 2010

sábado, 24 de abril de 2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Poema

Tenho em agenda
fazer um poema final
numa qualquer hora tardia
para que faça mais sentido
tudo o que quiser dizer no fim

Um poema interdito
aos olhares cristalinos da manhã
porque serão nocturnos
os versos do poema

Ou talvez
seja eu a noite por dizer
no uso dessas palavras
que quero sejam sombrias
soturnas negras funestas
palavras do anoitecer

O fim inglório do poeta
é escrever para não morrer

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Jogar para quê? (I)

Desisto! Tens os trunfos todos!

* Quem é a jogadora da fotografia? Alguém arrisca um nome?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Aranhas e mais qualquer coisa

Enquanto as aranhas percorriam o escuro da parede do quarto, ele entoava uma conhecida canção brasileira. As aranhas faziam os seus sinuosos caminhos. Ele cantava, sorrindo, imaginando uma outra voz, que por um qualquer milagre o acompanharia naquele momento. Uma voz distante, tecendo ao longe uma teia de sons só para eles. Ele e ela, aranhas também.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

domingo, 18 de abril de 2010

Poema

Um caminho
para seguirmos até ao fim do mundo

O engano maior
é sabermos que em tudo
existe tudo
menos o fim

sábado, 17 de abril de 2010

Um filme (a) sério!


"You must never smile like that. You must never smile like that at anyone."

* citação do filme Morte em Veneza, de Visconti, na voz de Gustav von Aschenbach (Dirk Bogarde)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ring, ring!!!

"It's good to hear your voice, you know it's been so long
If I don't get your call then everything goes wrong
I want to tell you something you've known all along
Don't leave me hanging on the telephone"

* versos da canção Hanging On The Telephone, dos Blondie.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Stay by me, my love!

Voltou à minha mesa de cabeceira,
de onde, aliás, nunca devia ter saído!

* tenho este livro há cerca de 30 anos!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

Panic of Girls (o novo disco dos Blondie)

O novo disco dos meus adorados Blondie já tem título e capa!
Excelente trabalho de Chris Berens!

The Incredible Jimmy Smith

Aqui está a minha mais recente paixão jazzística: Jimmy Smith!

* e esta é a capa do disco que mais tenho ouvido ultimamente, comprado em Hamburgo, na megastore Saturn.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Poema

Há uma doença no olhar
quando nasce o dia
quando se olha um rio
quando em rodopio
os tempos sobram
na passagem que anunciam

Há uma doença no olhar
que é só fadiga
que é só tristeza
que é só um pouco
do que está na natureza
do olhar que renuncio

sábado, 10 de abril de 2010

Berlin, Alexanderplatz

Berlin, Alexanderplatz.
Não o livro de Alfred Döblin, antes o coração da capital alemã!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Resumo


A poesia, sempre a poesia!
Um livro que é um verdadeiro luxo.
Afinal, 2009 não foi um ano de crise.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Poema

Sem sabermos
porque é sempre pouco
o que sabemos
vamos na esteira do tempo
no sulco do tempo
porque é assim que tudo passa
sem querermos
sem sabermos

terça-feira, 6 de abril de 2010

Poema

Palavra
palavra alada
que partes
sem deixar rasto
e chegas
sem dizer nada

Que outra voz tens
para além da que apregoas?

Se não és minha
palavra
se não me queres
porque não voas
porque não voas?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

sábado, 3 de abril de 2010

9 anos


Fazes anos hoje, filhote! Muitos parabéns! Os beijos e os abraços não cabem na escrita pública deste post. São só para nós.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Solar

Este é o livro que me acompanha agora. A escrita solar de McEwan não pára de me surpreender. A temática das alterações climáticas em versão literária. 340 páginas de puro prazer.