terça-feira, 25 de setembro de 2007
Futuro distante
Como encarar agora o mundo? Depois da súbita violência sofrida, a vida tinha agora outros contornos, mais densos, mais sombrios, precários. Diziam-lhe que fosse em frente, que de nada adiantava chorar mais um rio, que deixasse de pensar nesse momento. Mas como? Como, se as marcas eram tão visíveis, tão profundas, tatuadas para sempre nos dias vindouros? A vida não é um livro que se rasgue, não é uma folha que se risque ou se apague. Tudo permanece. E o seu receio era viver o futuro com essa certeza.
nota: esta imagem pode ser vista em http://olharmacro.blogspot.com/
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