terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Poema da inevitabilidade


Um dia
veremos o mundo
de outra forma
mais sombrio
mais dormente
e os pássaros
pousarão
nas nossas mãos
como se fossem apenas
pontos de passagem
para voos mais distantes

E nesse dia
todas as aves partirão
sem a nossa companhia

9 comentários:

Cati disse...

Será possível que vejamos o mundo de forma ainda mais sombria? Às vezes não somos nós que o vemos dessa maneira... às vezes o próprio mundo É sombrio.

Importas-te que "roube" um poema para colocar no meu blog? Será identificado, claro...

Um beijo...

Carlos Lopes disse...

Roubar avisando, não é roubo.

Neste caso é até uma honra.

SA. disse...

Gostava de comentar este blog mais vezes.
Gostava de comentar os seus poemas mais vezes, porque, acredite, gosto mesmo deles, como gosto mesmo deste como gostei mesmo de muitos outros.
Mas não sei, é assim mesmo, não sei comentar poemas sozinha. Se tivesse por exemplo, a minha professora de Português aqui comigo, provavelmente teria comentários de meio metro em cada poema, mas assim não sei.
Não sei comentar poemas sozinha, sozinha só sei senti-los, como senti este.

Unknown disse...

"Antes
havia um pássaro
que cantava todas as manhãs
uma flor
que se abria
a cada olhar
um tremor ardente
preso à pele
uma estrela
sempre que olhava o céu

Antes
sabia as horas
de todas as vontades
e nunca me atrasava
nos beijos
que trazia

Antes
havia uma voz
que me mentia
e que dizia
que a vida
seria sempre assim:
uma chama acesa
que nunca teria fim"

Guess Who?
A voz não mentia...
Talvez agora sinta as asas um pouco doridas...mais sombrias e mais dormentes, mas lá ao longe continuarão a acreditar na nossa companhia ainda que sintam o vento de um voo mais distante!

:)
Mais que excelente!
Beijinho

Anónimo disse...

Ou nesse dia, voaremos com elas.
Lindo poema.
Um abraço!

redjan disse...

CL: ........


PS: !!!!!!

Cati disse...

Pronto Carlos... já está!
Veja lá o que fiz às suas belas palavras... se não gostar, por favor, diga, retirarei imediatamente!

Um beijo... obrigada.

anag disse...

mãos que amparam ,mãos que se separam, mãos que são a direcção exacta de um desejo e a certeza das asas. mãos que são pássaros.mãos que se insinuam aos pássaros das cidades.

p.s. já viste " história trágica com final feliz?"

Carlos Lopes disse...

anag: ainda não vi, mas já percebi que vale a pena, certo?