quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Para sempre

Só assim estávamos perto. Colados um ao outro. Sentia pequenos arrepios como se fossem choques eléctricos direitos ao coração. Nos sussurros do que não dizíamos éramos donos do mundo. Mas eu nunca quis o mundo, apenas quis que aqueles momentos fossem para sempre. Nessa altura não sabia que a vida era um jogo que vamos tendo entre mãos, até que olhamos para elas de novo e vemos apenas a memória do que existiu. E muitas vezes a memória é um jogo triste.

* esta imagem foi retirada do blog http://eu-nao-sou-eu.blogspot.com/

4 comentários:

Vítor disse...

A memória viva tem tanto de triste como de alegre. O teu post trouxe-me imediatamente - não sei por quê - a memória do cheiro dos corpos que éramos então, depois de um dia inteiro de correrias e brincadeiras, o qual culminava com a já esperada - principalmente no Outono - ordem parental: "Despes-te e descalças-te aí na escada e saltas já para a banheira!" Eram os banhos mais retemperantes, depois de nos livrarmos de todo o barro que se tinha colado à pele.

Anónimo disse...

Lindo! Comoveu-me...
Beijo
Rute

Clarice disse...

Muito bonito :)

Sérgio Aires disse...

Para sempre é sempre longe demais. Ou não.