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O filme conta com participações de relevo, desde logo sobressaindo nomes como Júlio Bressane, Maurício Mattar, Regina Casé, a mãe do próprio Caetano, alguns familiares mais próximos, Paula Lavigne e tantos outros.
Consta que no dia da estreia, no FestRio, em sala totalmente sobrelotada, o público foi saindo aos poucos, não aguentando o calor (dizem uns) e a qualidade do filme (dizem outros, em maioria). Só quando o filme caminhava para a recta final é que o clima se agravou, aparecendo algumas vozes críticas gritando impropérios, destruindo verbalmente o que Caetano havia filmado. Claro que muitos ficaram até ao fim da projecção, aplaudindo efusivamente a primeira longa metragem de Caetano.
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O Cinema Falado é um filme pretensioso. Caetano foi crítico de cinema durante largos anos e tinha vontade de fazer vários filmes. Só fez um. Talvez porque fazer cinema para entendidos (esta expressão em itálico vou buscá-la ao disco Araçá Azul, apresentado por Caetano como sendo um disco para entendidos) não seja tarefa fácil num país como o Brasil.
Eu, embora suspeito na matéria, gosto do filme. No entanto, também o acho excessivo em alguns takes, mas inteligente, sensível, doutrinário e feito num tom descomprometido que me agrada. A edição portuguesa tem mais de três horas de extras, o que torna a coisa ainda mais apetitosa. Mas, ou muito me engano, ou já dificilmente se deve poder encontrar à venda.
*este vídeo mostra cenas do filme O Cinema Falado, misturadas com canções de Araçá Azul e Jóia.
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