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Há já algum tempo que as portas deste
Museu não se abriam. Abrem-se hoje para festejar um som encantado, feito por uma pequena islandesa também encantada, graciosa e estranha, capaz de me deslumbrar (como é o caso) ou de me aborrecer até à medula ( a palavra
medula não é inocente neste contexto, como se aperceberão os que conhecem bem a obra da artista). Falo-vos de
Bjork e do seu
Vespertine, disco cujo título inicialmente previsto era
Domestika, que também lhe assentaria bem. O que me agrada em
Vespertine é a sua candura, a sua aura de leveza, de confluência de sentidos (é, de facto, um disco onde as canções têm um perfume próprio, um paladar muito específico, uma capacidade única de nos tocar de forma quase táctil). Aqui não temos as
gritarias quase descontroladas que são uma das imagens de marca da senhora
Bjork.
Vespertine é uma brisa fresca vinda do gelo que intensamente habita cada canção, mas apenas fresca e nunca gélida ao ponto de nos deixar indiferentes. No coração das canções de
Vespertine há uma pequena chama que nos orienta por caminhos belos e sensuais. Canções como
It's Not Up To You,
Pagan Poetry ou
Hidden Place podem provocar pequenos milagres em nós. E eu sei bem do que falo...
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