Confesso que gostava de ter uma sala (e digo sala por não gostar de escritório, palavra que me parece sempre inadequada...) para ouvir música, guardar discos e livros, um espaço onde contemplar as minhas pequenas e grandes obsessões. Nessa sala, entre muitas outras coisas, como já se percebeu, penduraria muitos quadros, que mais não seriam do que capas icónicas (para mim, claro está) de discos que conheço e admiro. Mais do que o disco ou o artista em questão, a ideia dos quadros teria sobretudo a ver com a imagem da capa. A imagem, como produto independente de tudo o resto. Seria uma sala, imagino-a sempre assim, muito ampla, cheia de cor, um espaço onde me sentiria mais em casa, do que no resto dela. Os meus amigos seriam bem vindos, especialmente a essa sala. E diriam, estou seguro disso, "falta-te aqui aquela capa do disco dos...", embora não possa garantir que fosse sempre concordar com essa amiga opinião. Uma sala que fosse minha, mesmo que apenas virtual, mesmo que apenas por escrito... A primeira escolha está feita. A porta da sala está aberta. Podem entrar.
* este post inaugura uma nova etiqueta neste blog.
** a capa (maravilhosa, convidativa, intemporal) é de Wild Planet, dos The B-52's.
*** a fotografia da capa é da autoria de Lynn Goldsmith
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