sábado, 24 de setembro de 2011

Poema

Um dia a história termina
já sem páginas para virar
o dedo impávido
a língua morta
e o cheiro a calções e correria
serão remendos sem lugar

Um dia ao final da tarde
será tardio o findar
os caminhos já sombrios
as forças por encontrar
até ao súbito instante
até não mais respirar

Um dia ao final da tarde
teremos feito a viagem
que durou tempo a passar
o bilhete estará gasto
a tinta a desaparecer
e o papel a esvoaçar

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