segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Otto, de frente para trás (discografia) - VII


Foi com Samba Pra Burro que tudo começou, corria o ano de 99. Depois de aventuras sonoras em formato de banda, como aconteceu com a Nação Zumbi, Otto avançava a solo com um disco muito corajoso. A eletrónica está nos poros de todos os minutos deste trabalho, como estão os batuques dos terreiros, as sínteses do mangue beat, drum and bass, e o samba eternamente brasileiro. Adoro o disco, como adoro a genialidade do título. Samba Pra Burro quer dizer o quê? Muito e bom samba (lembrando a expressão popular que evoca quantidade e excelência de alguma coisa), ou samba para aqueles que, como o próprio músico, não sabem ou não podem fazer samba à maneira antiga e tradicional? Eu opto pela junção de ambas as ideias, claramente. Samba Pra Burro está, na minha opinião, destinado a ser um clássico, um disco de rutura, uma obra fora dos trilhos. Canções como Bob, Low, Tv a Cabo / O Que Dá Lá é Lama, Distraída Pra Morte, Café Preto, Ciranda de Maluco, ou Celular de Naná são geniais, embora possam ser difíceis para ouvidos sem a devida dose de burrice auditiva.

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