quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A beleza das coisas belas


Já não se fazem capas assim, já não se fazem discos assim, já são outros os tempos, são outras as estéticas vigentes, mas não consigo deixar de olhar para muitas das capas dos The Smiths sem me comover um bocadinho. Por vezes, as memórias são madrastas por se reportarem a tempos que só existem lá muito ao fundo, onde o coração bate sem corpo que o acompanhe. Talvez porque a "beleza das coisas belas" é muito mais do que uma expressão redundante, talvez porque quando ouvimos o que está por dentro de capas assim, ficamos assim também, como as imagens das capas, presos a uma ideia, a um momento que ainda vive em nós, respirando baixinho, sem incomodar, como um animal da nossa eterna estimação. As capas dos discos dos The Smiths mereciam um museu, ou coisa de igual grandeza. Os discos dos The Smiths mereciam mais do que isso, mereciam ser ouvidos, mereciam ser ensinados nas escolas, mereciam estar colados em todos os corações de gente bonita, como as que estão nas imagens das capas dos seus discos.






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