segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Clarice Falcão



Tens cara de menina francesa, Clarice. Mas o nome não engana. Se dúvidas ainda existissem, ouvir a tua voz, o teu sotaque cantado, esclareceria tudo e todos. Por isso eu sei que deves ser de Marte, de um local marciano e tropical ao mesmo tempo, ou de uma qualquer cidade grande, onde possa caber a tua voz e as tuas canções. Conheci-te ontem, e ando contigo ao meu lado há menos de 24 horas, por isso ainda tenho alguma dificuldade em te dizer o que penso. Mas qualquer dia sai, prometo! Entretanto penso no que queria dizer-te, e digo apenas o que posso. "Quem sabe a gente podia ser protagonista, talvez" é tudo aquilo a que me atrevo. Nem mais uma palavra. Afinal, estamos em situações diferentes: tu não me conheces, nem haveria interesse nisso. Eu não canto, eu não apareço em lado algum, eu apenas escrevo o que posso escrever, ouvindo-te sem parar. Talvez se fizéssemos um jogo curto, muito rápido, com as palavras que tu cantas ao meu ouvido... Talvez assim falasses comigo, mesmo sem me conheceres. Eu avanço, e falo por ti, usando as palavras que cantas:

"Ei, se eu tiver coragem de dizer que eu meio gosto de você
Você vai fugir a pé?
E se eu falar que você é tudo que eu sempre quis pra ser feliz
Você vai pro lado oposto ao que eu estiver?
Eu queria tanto que você não fugisse de mim
Mas se fosse eu, eu fugia."


Agora termino. Fiquei envergonhado com o que me disseste, e estou corado. Vermelhinho, da cor de quem parece estar enamorado.

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