domingo, 11 de novembro de 2007

Manhã eterna


Entre amigos as noites fazem sempre mais sentido. Como daquela vez, na casa velha, numa madrugada infinita, entre poemas e beijos (que são, de facto, a mesma coisa, não achas?), juntos uns aos outros no canto da sala, debaixo de uma constelação de pequenos planetas de luz do candeeiro. O instante era de total silêncio. Apenas nos olhávamos, felizes de estarmos ali, presos ao sabor dos pensamentos que nos invadiam a pele em arrepios constantes. Cada olhar, um estremecimento doce e quente. E quando o meu se cruzou com o teu - lembras-te? -, disse, timidamente, os versos que ergueram a manhã:

"Esta noite sonhei oferecer-te o anel de Saturno
e quase ia morrendo com o receio de que não
te coubesse no dedo"



* estes versos são de Jorge de Sousa Braga (Poema de Amor), presentes no livro, De Manhã Vamos Todos Acordar Com Uma Pérola No Cu
** esta imagem foi retirada do site http://bocadosdetudo.blogspot.com/

4 comentários:

redjan disse...

Passo em corrida, a caminho do quarto de hotel, tropeço naquele molho de luzes em planeta, sai uma chapa de digital faz tudo, ponho a coisa no bocados, tu apareces CL e ... dás-lhe este lugarzão no mundo ??? E chamas a isso maldade ??? Dassssssss....entra de noite, pé-de-cabra se necessário for, e dá áquelas imagens de momento algum os caminhos que souberes encontrar!!

OBRIGADO !!

Janjan

Anónimo disse...

Tens um desafio à tua espera aqui:
http://just-a-lazy-cat.blogs.sapo.pt/

As regras também…

Dani disse...

E... sim... beijos são poemas rasgados, roubados, delicadamente pousados, recatados, alienados...

São poemas, como o é a vida aqui. =)

Carlos Lopes disse...

Obrigado, daniela. Os beijos são tudo isso e muito mais ;-)