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Sou do tempo do
boom do Rock Português. Quando esse tempo me atingiu, não lhe dei muita importância. Entre dois ou três discos curiosos, um ficará para a história. Para a minha e para a outra também, certamente. O primeiro longa duração dos GNR trazia consigo um misto de
rock-pop-indie que o colocava bem à frente de tudo o que por cá se fazia. Aquela faixa de quase meia hora (todo o lado
B do vinil) dizia tudo sobre a vontade de inovar.
Independança é a minha óbvia escolha!
António Lobo Antunes, quem mais poderia eu escolher? Foi muito difícil escolher um livro da sua já longa obra, mas
A Morte de Carlos Gardel foi o eleito. É um livro seco, sobre a morte de um rapaz, sobre aqueles que são incapazes de amar, sobre as suas fraquezas... E descobrimos que esses, os incapazes, também podemos ser nós. A páginas tantas, uma personagem de nome
Joaquim atira a seguinte frase: "
Deus me livre de gostar das pessoas." E nisto se resume esta obra-prima da literatura portuguesa.
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O cinema português é, na minha opinião, muito mais interessante do que por aí se diz. Isto digo eu, que nada percebo de cinema. Mas
Kilas, o Mau da Fita, parece-me uma obra incontornável. Como resistir ao "
chuleco", ao "
malandro" que
punha todas as suas meninas a render para sustentar a
Madrinha?
José Fonseca e Costa realizou um excelente filme e contou com a soberba interpretação de
Mário Viegas (o
Kilas do filme). Só os nomes das personagens dizem bem do delírio da obra:
Pepsi-Rita,
Lily-Bobó,
Palito La Reine, entre outros. A cena da violação da
Ana (
Paula Guedes) é antológica.
* ainda hoje não existe em dvd, o que não se compreende de todo!
4 comentários:
CL: count on me.... chego domingo e nesse dia atiro-me à tarefa ! E que boa tarefa !! Gandabraço, desculpa o meu fraco bloguismo dos últimos tempos
Red
Boas escolhas. Tive na dúvida entre a EXPLICAÇÃO DOS PÁSSAROS e A MORTE DE CARLOS GARDEL.O KILAS sempre. Um marco das ultimas décadas do cinema português. INDEPENDANÇA com certeza. Um grande album.Nice choices
ARTUR
Carlos:
Quanto a saber tudo de cinema...enfim, é muita bondade do Artur. De facto, o filme que estreou o Quarteto, em 1975, foi "Sweet Movie" (Um Filme Doce), realizado em França pelo jugoslavo Dusan Makavejev que tinha anteriormente realizado o filme "WR. os Mistérios do Organismo", obra que pretendia transformar em cinema algumas das reflexões sobre a sexualidade, o comportamento e as relações sociais humanas da autoria do grande Wilhelm Reich. Quanto a "Sweet Movie", tem toda a razão: é uma espécie de gigantesco bacanal entremeado de tiradas revolucionárias/anarquistas, piscadelas de olho à psicanálise e às teorias radicais, muito bem feito, roçando por vezes a abjecção pura e dura.
Um grande abraço
Excelentes escolhas dear friend. (Apenas não conheço o livro, mas parece-me bem...)
Alguém que gosta de GNR e não tem vergonha de dizê-lo deixa-me sempre bem disposta :)
Beijoca!
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