domingo, 13 de junho de 2010

Poema

É sempre assim
quando nos convém

(a luz acesa e um cigarro por fumar
esquecido como memória que se esfumou)

Sim é sempre assim
quando queremos ter nas mãos
o que só cabe no mundo
ou na alma
que é um espaço incomensuravelmente maior

E eu
que não fumo senão o fumo dos outros
sei que não vale a pena
queixar-me disto ou daquilo
porque não há desculpas para esta embriaguez
sem vasilhame ou depósito

É sempre assim
quando nos convém

(a cama onde nos deitamos
sem sabermos bem com quem)

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