O Senhor Stein comoveu-se ao ler uma crónica de António Lobo Antunes. Comoveu-se e satisfez-se com a sua comoção. Depois, fechou o livro e aproximou-se da janela. O dia estava chuvoso, e havia uma espécie de pesar nos passos das pessoas, cabisbaixas, seguidoras de um qualquer destino que parecia não lhes interessar. Havia uma espécie de enternecimento sofrido que envolvia nuvens, vento, uma cortina de cinza, ao longe, anunciando horas tardias. A literatura não é a vida, nem sabe imitá-la. Mas o contrário parece ser tão possível...
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