Gosto do universo Pop. Sempre gostei, até da fonética associada ao termo. Há qualquer coisa de espumoso que dele vem, e que me agrada. Gosto também de pensar que gostar de Pop é uma forma de retardar o envelhecimento. Mas o termo (e a ideia implícita ao termo) envelhecimento não é nada Pop, daí a minha consciência de que gostar de Pop não é uma coisa simples, principalmente se pensarmos sobre o assunto. Preciso de uma dose de Pop, como um comprimido para viver melhor. Para o dia de hoje, ser Pop implica uma t-shirt amarela, umas calças de ganga velhas (com um ligeiríssimo rasgão sobre o o sítio do joelho esquerdo), um par de All Star azuis e discos de vinil debaixo do braço. Mas a descrição feita na frase anterior a esta tem mais de 25 anos, e sou eu que ali estou, a sair de casa, dirigindo-me a casa dos meus amigos do prédio ao lado do meu, para mais uma tarde de boa música. A memória é uma coisa Pop, e isso pode ser um problema. É difícil ser Pop aos 43 anos, mas convém não pensar nisso. Vendo bem as coisas, já tive os meus 15 minutos de fama, embora o mundo não se tenha apercebido disso. A Pop é uma idade, e essa idade tive-a quando não pensava que era Pop. E assim, antes que este texto começa a ser uma espécie de versão Pop de certas ideias pessoanas, o melhor é acabar.
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