O tempo passa tão depressa! E recomeça, como se não houvesse amanhã. Passam os segundos, os minutos, as horas passam por nós e dão-nos boleia até ao fim de mais um ano. O melhor é aproveitar, e seguir em frente. Até para o ano.
O Senhor Stein, quando acordava, ficava alguns minutos a ver-se ao espelho. Essa rotina durava já há mais de trinta anos. Foi percebendo, com o correr do tempo, e enquanto se observava diariamente, que o seu rosto fora perdendo elasticidade. Tinha cada vez mais rugas. Para se sossegar perante essa constatação, o Senhor Stein mentalizou-se de que já não se faziam espelhos com a qualidade dos de antigamente.
Depois de ter passado o bulício do Natal, chegou a hora de certos deleites. Esta é uma box deliciosa, feita para ouvidos delicados. Há muito para ouvir: 25 discos (todos elogiados e históricos, como convém) prontos para cumprirem, uma vez mais, as suas missões. Vou, então, começar a festa! Com licença...
O Senhor Stein era um homem meticuloso e previdente. Andava sempre com um caderninho azul (da cor do céu) onde apontava tudo o que tinha de fazer no dia seguinte, para que nada falhasse. Mas também porque acreditava que essa era uma boa maneira de garantir que estaria vivo nas 24 horas seguintes.
*este post inaugura uma nova etiqueta. Como se perceberá facilmente, o Senhor Stein é um parente (afastado, creio) de Gonçalo M. Tavares.
Pode um disco juntar boa música, imaginário da infância e um certo conforto que a quadra natalícia, por vezes, consegue transmitir? Claro que sim. E sabe muito bem ouvir Vince Guaraldi Trio, neste já antigo A Charlie Brown Christmas. Ouvindo-o, o Natal fica mais quentinho!
Este é um simples jogo para matar o tédio. A ideia não podia ser mais simples: tentar cercar o gato e limitar-lhe os movimentos até estar encurralado. Cada click nas bolas torna-as escuras, tornando inacessível esse movimento para o gato. Não é nada fácil, aviso já. Mas consegue-se! Este link dá acesso ao jogo. Divirta-se aqui, e não vá para os centros comerciais gastar dinheiro em prendinhas de Natal.
Depois, veio o cansaço. O corpo deixou-se dormir, protegido pelo instante do dia que findava. Via-lhe a cabeça, as costas, os pés. E perguntava, na esperança de uma resposta por inteiro: quem somos, quando dormimos? Que idade temos, quando sonhamos? Que vida é essa que não é vida, e que na nossa vida se atravessa?
Já se conhece a capa do novo disco da minha adoradíssima Joan As PoliceWoman. A data de lançamento é 24 de janeiro de 2011. O ano começará bem, em termos de edições discográficas. E se o conteúdo for tão bom como a capa (e será, não tenho dúvida), estamos conversados. Oh, meu Deus!!! Fico, então, à tua espera, Joan. De braços abertos!
Tem sido assim todos os anos. Por volta desta data publico a lista dos 10 discos que mais gostei ao longo do ano. É esse o momento que agora chega. Uma vez mais, a ordem pela qual farei o alinhamento dos discos por mim escolhidos é a alfabética. São todos excelentes, e ao mesmo nível. Comentem, se estiverem para aí virados.
Com discos assim, haverá sempre festa nos meus ouvidos!
*a capa dos discos pode ser observada quando se carregar nos títulos dos mesmos.
A listagem, já habitual todos os anos, está feita. Mas outros discos também mereceram a minha atenção. Assim, bubbling under, temos Before Today (Ariel Pink's Haunted Graffiti), Ten Short Songs For Modern Lovers (Aidan Moffat), e Teen Dream (Beach House).
Este é um disco que cresce. Tem crescido em mim, e cada vez mais. Não é considerado uma obra maior do Jazz, talvez por ser a banda sonora do filme de Roger Vadim. Nunca o vi, mas gostaria imensamente de ter essa oportunidade. Tudo por causa dos seis temas compostos por John Lewis e o seu The Modern Jazz Quartet. A música que aqui se ouve é algo complexa, mas entranha-se, misteriosamente, como se entranha a mágica cidade que o título evoca. Ouvir o disco é sentir Veneza, e talvez por isso a rendição tenha sido tão absoluta.
Depois de me render a Family Guy, agora é a vez de Futurama, animação dos mesmo autores de The Simpsons. Mais uma vez, é tardiamente que chego a uma série que já tem alguns anos de existência. Também aqui se demonstra alguma da minha resistência aos hipe factors que constantemente inundam as nossas televisões. Curiosamente, nunca me rendi totalmente à série de Homer e restante família. Talvez, no futuro, isso venha a acontecer, e uma vez mais, fora de tempo.
Caetano Veloso e Maria Gadú andam em tour pelas principais cidades do Brasil. Com um pouco de sorte, talvez passem por cá. Para já, parece haver uma certeza: o show terá edição dupla, em cd e dvd. Fica este vídeo para nos fazer sorrir:
Acendia pequenos sonhos, na escuridão da noite. Fixava o olhar no que não via, na matéria alada do que imaginava ser a vida. Vivia assim, entre as esquinas do tempo. A noite era o espaço onde tudo luzia. Tudo era magia verdadeira e irreal. E quando a noite tinha fim, fechava os olhos, e acordava num outro sonho marginal.
O projecto Casiotone For The Painfully Alone chegou ao fim, e os fins são sempre momentos tristes, principalmente quando gostamos do percurso por inteiro. Queria mais, mas Owen Ashworth não me fez a vontade. Gravou uma mão cheia de discos e mais alguns eps. Gravou pouco, pelo menos para mim, que queria mais. Agora só me resta multiplicar as audições para que a magia não termine. É o que tenho feito, principalmente com Advance Base Baterry Life, o disco de 2009. Tirando uma ou outra versão escusada (principalmente Born In The U.S.A.), este é um disco quase perfeito, que não se esgota nas melodias engenhosas que nele habitam. Também nas letras das canções se dizem coisas fascinantes. Fica o exemplo de The Only Way To Cry:
a man goes to the movies & buys every seat in the house
he watches the movie alone & he cries in the darkness
until the end credits roll
he says I know it seems extravagant but have you ever tried
man it's the only way to cry
Ouça-se, então, mais uma e outra e outra vez ainda, os sons de CFTPA.
Se era das nuvens, não sei. Se do frio, também não. Era já final de dia, ou melhor, final de vida. Quando o sol deixou de brilhar, já não brilhava há tanto tempo... Já nada parecia ter proveito. Daí a dúvida que permanecia: ou a morte eterna, ou a vida por defeito.